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REVISTA DA ARMADA | 546
EXERCÍCIO SEABORDER 19
ENQUADRAMENTO
exercício SEABORDER realizou-se pela primeira vez em
O 2008; resultou da junção de dois exercícios que até então
Ɵ nham lugar no âmbito da IniciaƟ va 5+5 Defesa: o português
ABLE PROTECTOR, em formato Live Exercise (LIVEX), e o espa-
nhol GALEÓN, no formato Comand Post Exercise (CPX). Nele
parƟ cipam, tradicionalmente, meios navais e aéreos dos 10
países da IniciaƟ va 5+5: dos 5 países europeus – Espanha,
França, Itália, Malta e Portugal – e dos 5 países africanos –
Argélia, Líbia, Mauritânia, Marrocos e Tunísia. Tem periodi-
cidade anual.
A fi nalidade do SEABORDER é exercitar, em ambiente con-
junto e combinado, operações de segurança maríƟ ma e de
salvaguarda da vida humana no mar, como um contributo da
ação do Estado no mar, de forma a assegurar o cumprimento
das leis nacionais e internacionais aplicáveis. Tem, portanto,
por principal objeƟ vo a promoção de uma relação de coo-
peração entre as Marinhas envolvidas, através do conheci-
mento mútuo dos seus equipamentos e capacidades, na uƟ -
lização de procedimentos comuns em cenários operacionais
na região do Mediterrâneo. Para além disto, visa o treino das
guarnições das unidades parƟ cipantes na vertente Search and
Rescue (SAR), na verifi cação da aplicabilidade das leis nacio-
nais e internacionais relevantes e na execução de manobras
táƟ cas e de exercícios de comunicações.
MEIOS NAVAIS ENVOLVIDOS
O NRP Viana do Castelo largou de Lisboa no dia 15 de outu-
bro, com desƟ no a Augusta (Itália), para parƟ cipar no exercí-
cio SEABORDER 19, que decorreu em águas italianas e inter-
nacionais no período de 21 a 25 de outubro.
A fase de mar do exercício decorreu nos dias 23 e 24, numa
área a Leste de Augusta. Para a realização de todo o seriado
proposto, foi formada a Força Tarefa (TF) 705, composta pelas
seguintes unidades parƟ cipantes: o ALS R®Ý CÊÙÊ da Argé-
lia, o RMMS Charkaoui de Marrocos, o AFM P51 de Malta, o
FS Cdt Birot de França, o ITS Cigala Fulgosi de Itália e o NRP
Viana do Castelo. O Grupo Tarefa (TG) foi comandado pelo
CAPT Umberto Spolaor, a bordo do ITS Cigala Fulgosi.
SEABORDER 19
Para o exercício foi gizado um cenário de terrorismo marí-
Ɵ mo e de migração ilícita, fruto das alterações climáƟ cas.
A fase CPX decorreu durante a estadia do NPO no porto de
Augusta – nos dias 21 e 22; foram então realizados diversos
workshops e palestras, por forma a reforçar conhecimentos
sobre segurança maríƟ ma e aumentar os níveis de coopera-
ção e interoperabilidade dos meios através dos seus diversos
departamentos. Esta fase foi dirigida e coordenada pelo Cen-
tro MaríƟ mo Operacional italiano.
Na fase de mar sucederam-se as ações de interceção e abor-
dagem de um navio mercante, reportado como ligado a uma
rede de crime transnacional com desƟ no a um porto europeu,
assim como as ações de busca e salvamento no mar.
Destaque ainda para os MISCEX 830-831 (manobras e evolu-
ções simples e avançadas), o SURFEX 981 – Boarding (ações de
abordagem) e um SAREX (exercício SAR). Durante o arco noturno,
houve lugar também à realização de exercícios de comunicações
(e.g., morse luminoso) entre as unidades da força.
10 DEZEMBRO 2019