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REVISTA DA ARMADA | 546





            A MARINHA NO APOIO À POPULAÇÃO


            ILHA DAS FLORES























                 OPERAÇÃO “FLORES”                                    RUMO AOS AÇORES
                    o dia 2 de outubro, a passagem do furacão          A informação relaƟ va à quase impossibilidade da
                NLorenzo causou estragos significativos no arqui-     operação portuária nas ilhas do Grupo Ocidental
         pélago dos Açores, tendo tido especial impacto nas ilhas do   levou à aƟ vação, a 3 de outubro, da Equipa Hidrográfi ca de Inter-
         Grupo Ocidental – Flores e Corvo. A principal infraestrutura   venção Rápida (EHIR).
         afetada foram os portos, que sofreram danos consideráveis   Nesta crise havia que realizar um levantamento hidrográfi co
         – em especial o porto comercial da ilha das Flores. A impos-  expedito para avaliação da acessibilidade maríƟ ma ao porto
         sibilidade de utilização desses portos – atracação de navios e   das Lajes (mais danifi cado) e ao porto das Lages, ambos na ilha
         embarcações – implicava uma limitação significativa de abas-  das Flores. Face ao cenário, foi decidido aprontar dois sistemas
         tecimento às ilhas, principalmente no que diz respeito a com-  de aquisição de dados complementares entre si e de rápida
         bustíveis e bens de primeira necessidade. As reservas eram   operacionalização: um sistema de sondagem de feixe simples
         escassas, estando assim comprometido no tempo o bem-es-  (SFS), para aquisição de dados baƟ métricos (profundidades), e
         tar da população local.                              um sonar de varrimento lateral (SL), para idenƟ fi car quaisquer
           Decorrente do acontecimento supramencionado foi ativada,   obstruções entre as fi adas de sondagem baƟ métrica. Para ope-
         em cerca de 6 horas, uma força conjunta multidisciplinar – os   rar estes sistemas, a EHIR foi guarnecida com uma equipa da
         NRP Bérrio e NRP Álvares Cabral e mais de 300 militares e   Divisão de Geologia Marinha (GM) e outra da Brigada Hidro-
         meios diversos. Estes dois navios juntaram-se ao NRP Setúbal   gráfi ca (BH), coordenados pelo chefe da BH, num total de sete
         que integra o dispositivo naval padrão nos Açores e pronta-  militares.
         mente acorrera às ilhas do grupo ocidental.           Aquando da aƟ vação da EHIR, a BH estava empenhada na reali-
           Nos navios e, em complemento, numa aeronave C-130H da   zação de levantamentos hidrográfi cos em quatro zonas disƟ ntas
         Força Aérea, foram embarcadas e posteriormente projeta-  de Portugal conƟ nental. Foi necessário interromper os trabalhos
         das no terreno, equipas de fuzileiros e mergulhadores, uma   e fazer regressar à Base Hidrográfi ca da Azinheira o bote de son-
         equipa hidrográfica e uma equipa médica de apoio às opera-  dagem que estava a empenhado na barra de Faro, equipamentos
         ções de mergulho. Estes meios prestaram auxílio em diversas   GNSS e material acessório empenhados no Douro e em Sines, e
         áreas técnicas, mostrando assim a polivalência das Forças   equipamentos instalados a bordo do NRP Auriga, em preparação
         Armadas.                                             para um outro levantamento hidrográfi co.























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