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REVISTA DA ARMADA | 547

























                FUZILEIROS DE REGRESSO DA LITUÂNIA



                A Força de Fuzileiros Lituânia 2019 parƟ cipou, em território lituano, de 1 de julho a 28 de setembro, numa missão de presença e
                treino combinado, no contexto das Medidas de Tranquilização NATO.


                          PROJEÇÃO                                que. Neste exercício, que se
                            elo segundo ano consecuƟ vo a Marinha proje-  desenrolou no Mar BálƟ co, na
                         Ptou para a Lituânia uma Força de Fuzileiros (FFZ   Lagoa da Curlândia e na costa
                          Lituânia 2019).  A projeção realizou-se no contexto   da Lituânia, foram realiz adas:
                          das Medidas de Tranquilização da NATO  (NATO Assu-  operações de força avançada;
              rance Measures) implementadas no fl anco Leste da Aliança, i.e., um   operações de desembarque;
              esforço coleƟ vo para fomentar a coesão da Aliança, para sustentar   ações ofensivas em terra;
              elevados níveis de pronƟ dão e para dissuadir ameaças diretas ou   ações em águas abertas e
              indiretas contra os países membros, em parƟ cular os Países BálƟ cos.  em águas interiores; ações de
               Portugal contribuiu deste modo, durante 3 meses, para o   reconhecimento táƟ co  com
              reforço da presença de forças aliadas na Lituânia. Durante o seu   veículos aéreos não tripula-
              destacamento, a FFZ conduziu treinos e exercícios que permiƟ -  dos e com a parƟ cipação da
              ram não só a consolidação de capacidades, mas também desen-  equipa de mergulhadores, no
              volver a interoperabilidade entre Forças NATO.      apoio ao desembarque da força com valências de operação de veícu-
               A FFZ Lituânia 2019 era consƟ tuída por 146 militares, divididos   los não-tripulados (subaquáƟ cos) e de inaƟ vação de explosivos.
              por dois elementos modulares: um Elemento de Projeção de Força   Houve, ainda, oportunidade de parƟ cipar no exercício CALFEX ,
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              (EPF), composto pela Força de Fuzileiros Nº 2, reforçada por uma   junto à fronteira com a Bielorrússia, sob o comando da Motori-
              equipa de mergulhadores-sapadores, com valências de inaƟ vação   zed Infantry Brigade “Griffi  n” . Este exercício teve como objeƟ vo
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              de engenhos explosivos e de operação de veículos subaquáƟ cos   o treino e avaliação do conƟ ngente lituano no planeamento e
              não-tripulados ; e um Elemento de Operações Especiais – Special   condução de uma operação defensiva convencional. No exercício
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              Opera  ons Mari  me Task Unit (SOMTU).              foram empregues todos os sistemas de armas da Força, com fogo
               A Força esteve sediada na cidade de Klaipeda , nas instalações   real, incluindo os morteiros de 120 mm e 60 mm, o canhão sem
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              do Lithuanian Grand Duke Butegeidis Dragoon Ba  alion (BDB) ,   recuo Carl-Gustaf, o lança-granadas automáƟ co de 40 mm e o mís-
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              unidade com a qual o EPF desenvolveu a maioria dos seus treinos   sil anƟ carro Milan (dois disparos). Por úlƟ mo, a Força parƟ cipou
              e exercícios.                                       num exercício de contrainsurreição, com forças da reserva do exér-
                                                                  cito lituano, nos arredores de Klaipeda.
              ATIVIDADE OPERACIONAL
               A Força, como um todo, e através dos seus componentes, levou   EXERCÍCIOS
              a cabo um programa intenso de treino de combate a curtas distân-  MERGULHADORES E OPERAÇÕES ESPECIAIS
              cias e em áreas edifi cadas, em disƟ ntas localizações, culminando
              com treinos muito realistas, com fogo real e de elevado grau de   Quanto à equipa de mergulhadores, para além de integrar
              difi culdade. O Ɵ ro de combate foi outra área técnica proeminente   todas as aƟ vidades do EPF, parƟ cipou no exercício internacional
              e a recente implementação de um upgrade signifi caƟ vo à espin-  EODEX (específi co de inaƟ vação de engenhos explosivos) com
              garda automáƟ ca G3 – aparelho de pontaria eletro-óƟ co, coronha   equipas congéneres dos três países BálƟ cos e dos Estados Unidos.
              e guarda-mão modernizados – aumentou consideravelmente o   Realce para a inaƟ vação de um engenho real, uma mina alemã, da
              potencial de combate dos pelotões de manobra, decorrente da   Segunda Guerra Mundial, recentemente idenƟ fi cada ao largo do
              melhoria de ergonomia da arma e do aumento de efi cácia do Ɵ ro.  canal de entrada do Porto de Klaipeda.
               Na vertente anİ bia, após aturados treinos foi realizado um exercí-  Quanto à Componente de Operações Especiais, a principal uni-
              cio de Operações Anİ bias com a parƟ cipação de uma unidade naval   dade parceira da SOMTU foi a Kovinių Narų Tarnyba (KNT) , sediada
                                                                                                             6
              da Lituânia e de militares do BDB, integrados na força de desembar-  também em Klaipeda. Os diversos treinos conjuntos e combina-


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