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REVISTA DA ARMADA | 559
“ TREINAR O TREINADOR”
COMO PODE O TREINO TORNAR-SE DE CADA UM DE NÓS?
“Failure is simply the opportunity to begin again, this Ɵ me more intelligently”
Henry Ford
Sexta-feira à tarde, ao largo de Sesimbra. A Equipa de Treino e Avaliação do Centro Integrado de Treino e Avaliação Naval (EACITAN)
desembarca depois de uma semana de treino intenso da guarnição. Os resultados demonstram uma guarnição empenhada na melho-
ria do desempenho, na concreƟ zação dos objeƟ vos que são propostos e com vontade de manter os níveis de profi ciências adquiridos
ao longo de todas as séries de treino realizadas. Toda a guarnição se sente cansada, mas profundamente realizada após o fi nal de um
intenso período de treino… Mas o que acontece após a equipa do CITAN desembarcar? Quem “agarra” o treino como seu e consegue
manter o nível de competências da guarnição depois do navio ser dado como pronto?
técnicas e não-técnicas adquiridas durante as diferentes fases de
COMO MANTER A MAESTRIA ALCANÇADA
treino e formação. Esta conjugação permiƟ rá oƟ mizar os desem-
omo se costuma dizer nas mais diversas áreas, é importante penhos de todos, melhorar os modelos mentais parƟ lhados da
Cque cada indivíduo e cada equipa, no seu dia-a-dia, consigam equipa e aumentar a coesão entre os elementos que dela fi zerem
desenvolver a capacidade de funcionar sozinhos depois de con- parte. Mas, para alcançar este retorno posiƟ vo do treino desen-
cluírem a sua formação e de terminarem a sua fase de treino. É volvido, importa que os elementos-chave, de entre todos os que
fundamental que cada indivíduo, na sua área de trabalho e de compõem a guarnição, tenham as competências técnicas e as
especialização, tenha a autonomia necessária para desempenhar competências não-técnicas que lhes permitam conduzir o treino
as suas tarefas, para saber quem faz o quê em cada instante na próprio do navio. E como se pode, na práƟ ca, conseguir isto?
sua equipa, para que, caso necessário, e assim seja idenƟ fi cado, No campo do treino e da formação, existem diferentes meto-
ser capaz de conduzir o treino da equipa e da sua guarnição, no dologias que permitem desenvolver as capacidades e as compe-
caso de se tratar de um navio o seu local de trabalho. Mas afi nal tências para treinar equipas e para dar formação. Tal como existe
que caracterísƟ cas deverá ter este indivíduo para conseguir ser o curso que habilita qualquer um de nós para dar formação, o
o responsável pelo treino da sua equipa? Ao ser responsável por Curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores, existe
treinar os indivíduos da sua equipa, ele será o seu “treinador”, também formação e modelos de desenvolvimento de competên-
permiƟ ndo dar conƟ nuidade ao Plano de Treino executado pelo cias específi cos para quem ministra sessões de treino. Um desses
Departamento de Treino e Avaliação (DTA). modelos, e que tem aplicabilidade nas mais diversas áreas do
A junção do plano de treino com o treino próprio, desenvolvido conhecimento, é o modelo “Treinar o Treinador”. E como fun-
por cada navio, permiƟ rá prolongar no tempo as profi ciências ciona este modelo?
26 FEVEREIRO 2021