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calendário de disponibilização dos novos mísseis, mantendo-se, e análise de dados, auxiliando o decisor na tomada de decisão, de
no entretanto, em operação o atual sistema NATO Sea Sparrow forma expedita, perante ambientes operacionais complexos.
Missile System (NSSMS). O GOALKEEPER, sistema de defesa
próxima (Close in Weapon System - CIWS), embora mantenha a OPORTUNIDADES E DESAFIOS
sua aparência externa, foi alvo de uma extensa modernização que
o dotou com novas capacidades, permitindo-lhe agora ser capaz A capacitação operacional desta classe de navios constitui uma
de responder às novas ameaças da guerra aérea e assimétrica, oportunidade única para a Marinha Portuguesa. Trata-se duma
nomeadamente através: capacitação diferenciadora no domínio das operações navais já
i) da inclusão de capacidade de deteção e seguimento no que os novos sistemas, para além de permitirem atuar em todo
espectro eletro-ótico e infravermelho (IR); o espectro das operações, reforçam os atributos associados ao
ii) do incremento da capacidade de processamento que lhe poder naval.
permite operar contra ameaças mais rápidas; De igual modo, o programa de modernização dos navios
iii) da otimização do interface com o sistema de combate, o que representa um conjunto de desafios que se podem materializar
confere ao sistema um nível superior de interoperabilidade com em três níveis distintos:
os restantes sensores de bordo; e i) consolidação da formação e treino nos novos sistemas;
iv) da melhoria do interface homem/máquina permitido obter ii) experimentação e validação de novos conceitos em cenários
uma melhor exploração operacional. táticos; e
iii) sustentação logística inerente aos novos sistemas e
O RECONHECIMENTO E VIGILÂNCIA equipamentos.
Com o MLU das fragatas da classe Bartolomeu Dias, é dado
um passo muito relevante para a capacitação e sustentação da
Nesta área, realça-se a instalação de dois sistemas eletro- capacidade oceânica de superfície até 2035.
óticos, à semelhança dos existentes nas fragatas da classe M nas Este programa foi desenvolvido num conceito de cooperação
Marinhas dos Países Baixos e da Bélgica. Estes novos sistemas, internacional, no âmbito do MoU MFG, com vantagens
pioneiros na Marinha Portuguesa, reforçam a capacidade de significativas para a Marinha e para o Estado Português que
combate contra determinados riscos e ameaças passíveis de resultaram em ganhos significativos ao nível financeiro, não apenas
identificação por processamento de imagem, como por exemplo, na sua execução, mas também no ciclo logístico de sustentação
a poluição marítima, a imigração ilegal, o narcotráfico, o das fragatas. De relevar ainda a capacitação de recursos humanos
terrorismo e a pirataria. Temos assim os: e organizacionais para gestão de programas desta natureza e
i) GATEKEEPER, que consiste num conjunto de câmaras para dimensão, bem como o retorno financeiro e tecnológico que
operação em ambiente tático diverso (operações litorais, águas adveio do envolvimento direto da indústria nacional no programa,
confinadas, no porto, entre outras), com uma cobertura de 360º com a exportação de produtos e tecnologia.
e capacidade IR para operação noturna; e Como corolário, o MLU das fragatas da classe Bartolomeu Dias
ii) D-COMPASS, que consiste numa câmara de classificação de deve ser interpretado como uma etapa num longo caminho
alvos, com grande capacidade de ampliação de imagem, com em que, a par da modernização das fragatas da classe Vasco da
Forward-Looking Infrared (FLIR) e medidor de distâncias por Gama, da aquisição de um navio reabastecedor de esquadra
Laser Range Finder. (AOR+) e da edificação do programa de aquisição da Fragatas de
A instalação do sistema Identification Friendly or Foe (IFF) Mod Nova Geração (FNG), visa contribuir para a edificação da Marinha
5 (que inclui o modo S) permite substituir o atual modelo que, a da próxima geração.
curto prazo, deixará de ser utilizado pela NATO. Constitui-se assim como peça fundamental para que Portugal
Na guerra eletrónica, a classe evoluirá, significativamente, para continue a salvaguardar a sua autonomia estratégica, através da
um sistema de Electronic Support Measures (ESM) de vanguarda, capacitação da sua esquadra com meios capazes, nomeadamente
com novas e melhoradas capacidades de processamento digital fragatas, submarinos e navios-reabastecedores, instrumentos
para a deteção, análise e recolha de informação. O Sistema VIGILE-D por excelência do exercício do poder naval de qualquer nação
irá permitir detetar múltiplos sinais em simultâneo, num alargado marítima e essenciais para garantir a afirmação da soberania e do
espectro de frequências, permitindo antecipar o aviso de ameaça interesse nacional no mar.
externa com um nível de precisão e confiança muito elevado
comparativamente com os sistemas convencionais de anteriores
gerações. Através da exploração de algoritmos de inteligência
artificial, este sistema irá incrementar a capacidade de tratamento Colaboração do GP MLU E DOS COMANDOS DA F333 E DA F334

Notas
1 Mid-life Upgrade.
2 Sensor Weapon and Command&Control System.
3 Cada navio possui dois compressores de ar comprimido de alta pressão.
4 Combat Management System (CMS) GUARDION.
5 Integrated Communications Control Systems 6 (ICCS6).
6 Joint Informatievoorziening Commando – Maritieme IT (JIVC-MARIT)
7 Sistema atualmente instalado nas fragatas M das Marinhas dos Países Baixos e da
Bélgica, nas fragatas holandeses Zeven Provincien e nos navios de assalto LPD Rot-
terdam e Johan de Wit.
8 Sistema de troca de dados entre navios e aeronaves.
9 Sistema de troca de dados entre navios e com comandos em terra (UHF ou HF).
10 Transmissão de mensagens (C2, panorama, ordens, etc.) através de uma rede de
dados sob o protocolo IP.

20 NOVEMBRO 2021