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REVISTA DA ARMADA | 568
EXERCÍCIO REP (MUS) 21
O Robotic Experimentation and Prototyping Augmented by Maritime Unmanned Systems – REP (MUS) 21 – realizou-se entre os dias
6 e 24 de setembro de 2021, ao largo da costa de Sesimbra e da península de Tróia, tendo como Base o Centro de Experimentação
Operacional da Marinha (CEOM ), em Tróia. Este exercício de experimentação operacional de sistemas não tripulados, organizado e
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realizado pela Marinha Portuguesa (MP) desde 2010, foi preparado em conjunto com a Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto e dois organismos da NATO, que são parceiros oficiais da MP neste exercício – o Centre for Maritime Research and Experimentation
e a Maritime Unmanned Systems Initiative (MUSI).
A edição deste ano envolveu mais de 1000 militares e civis oriundos de 21 países, num ambiente de inovação aberta e colaborativa.
Os números das participações impressionam: 17 Marinhas; 12 navios (7 dos quais, incluindo um submarino, da MP), 6 organismos
da NATO, dezenas de empresas, universidades e centros de investigação, nacionais e estrangeiros; e 55 sistemas não tripulados de
subsuperfície, superfície e aéreos.
A EXPERIMENTAÇÃO OPERACIONAL COMO UM A experimentação oferece, aos participantes, a oportunidade
ACELERADOR DA INOVAÇÃO de aprender, não só com os seus próprios sucessos e fracassos,
mas também com as experiências agregadas de outros parceiros,
à medida que experimentam e desenvolvem as suas soluções. O
um ambiente operacional controlado,
Nsão conduzidas experimentações em alinhamento que dela decorre, promove o crescimento sustentável.
A complexidade desta edição do exercício foi maior que a dos
diversos domínios, de modo a potenciar anos anteriores, não só pelo número de participantes e meios
o desenvolvimento de novos conceitos,
ideias e capacidades. Ao proporcionar envolvidos, mas também pela situação pandémica prevalecente.
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a possibilidade de os utilizadores finais A primeira semana foi destinada aos preparativos do exercício
por parte de todos os participantes, e foi essencial para o sucesso
colaborarem com a academia e a indústria
para testar e avaliar novas ideias ou abordagens, a experimentação do REP (MUS) 21.
operacional possibilita uma avaliação potencial de novas
tecnologias e a oportunidade de acelerar a inovação. APOIO DE DIVERSOS ORGANISMOS À EDIÇÃO
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Na prática, quando algo funciona, pode ser repetido e DE 2021
dimensionado para uma implementação mais rápida e ampla.
Quando não funciona, com o rápido conhecimento do insucesso, Uma das entidades que mais apoio deu ao exercício foi a Cruz
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as lições identificadas podem ser incorporadas em futuros projetos Vermelha Portuguesa; a sua preciosa colaboração em plena
e assim poupar tempo e recursos que teriam sido investidos numa pandemia – através de um plano de testes COVID-19 frequentes,
implantação tradicional em larga escala. estabelecido em parceria com a MP – permitiu a realização
do exercício em ambiente sanitário complexo, transmitindo
igualmente aos participantes um sentimento de segurança
através do controlo da situação pandémica nas instalações.
Também pela primeira vez foi sentida, de forma mais visível, a
participação de entidades reguladoras – a Autoridade Nacional de
Comunicações (ANACOM) e a Autoridade Aeronáutica Nacional.
A sua presença permanente, colaborando com os participantes
no âmbito das respetivas competências enquanto entidades
reguladoras, contribuiu para a realização, em segurança, das
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séries. Refira-se que a ANACOM está a elaborar um estudo
sobre a utilização do espectro eletromagnético e o seu impacto
ambiental na zona de Troia.
A NATO COMO ORGANIZAÇÃO INOVADORA
Para a NATO, a inovação e as tecnologias emergentes
e disruptivas desempenham um papel crucial na edifi-
cação de novas capacidades. Os esforços, em ambos os
domínios, pretendem transformar a organização ao nível
estratégico – ligando a inovação ao desenvolvimento de
novas capacidades para dissuasão, defesa e resiliência –
garantindo, em simultâneo, e num meio colaborativo, que
os Aliados sejam possuidores de capacidades militares
interoperáveis em sistemas que usam tecnologias emer-
gentes, colmatando lacunas tecnológicas e potenciando
novas armas e sistemas de combate.
DEZEMBRO 2021 11