Page 14 - Revista da Armada
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EXERCÍCIO SEABORDER 21
O exercício anual SEABORDER, com organização rotativa entre os membros integrantes da Iniciativa para a Segurança e Defesa 5+5 ,
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tem como objetivo desenvolver a cooperação entre os países membros; conduzido em ambiente conjunto e combinado, exercita o
planeamento e condução de Operações de Segurança Marítima e a interoperabilidade entre Centros de Operações Marítimas. Contribui,
dessa forma, para o incremento da segurança marítima e o cumprimento do normativo legal aplicável na região do Mediterrâneo.
TREINO Ground Control Station (GCS) –, seguiu-se a apresentação dos
principais tópicos do SB21.
fase de mar do exercício SEABORDER 21 (SB21) realizou- Na demonstração naval que se seguiu, as entidades puderam
A -se entre os dias 26 e 29 de outubro, ao largo de Portimão, assistir a duas ações de abordagem a navios suspeitos (simulados
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integrando navios das Marinhas da Argélia (corveta ALG Ezzadjer), pela lancha NRP Cassiopeia e pelo NRP Setúbal), realizadas
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Espanha (patrulha ESPS Atalaya), França (navio de apoio logístico por equipas combinadas. Seguiu-se o desfile naval dos meios
FS Loire), Marrocos (patrulha RMN Rais Charkaoui), Portugal e envolvidos (com as equipas de abordagem na borda) e a passagem,
Tunísia (patrulha oceânico TUN Syphax). Participaram, ainda, a baixa altitude, do P3-C CUP+ e do UAS OGASSA que transmitia
uma aeronave de patrulha marítima P3-C CUP+ da Força Aérea vídeo, em tempo real, para o NRP Setúbal.
Portuguesa e um Unmanned Aerial System (UAS) OGASSA da
Marinha Portuguesa. Ao leme desta força naval esteve o CMG CONCLUSÕES
Gamurça Serrano, comandante da Força Naval Portuguesa (FNP),
embarcado com o seu Estado-Maior no NRP Setúbal . O SB21 constituiu uma excelente oportunidade de treino para
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No SB21 foi praticado um cenário fictício de terrorismo marítimo todos os meios envolvidos e para a FNP, promovendo os padrões de
e de migração ilícita, consequência de uma situação de instabilidade prontidão individual dos navios, o treino coletivo, o conhecimento
política e social num país da região. As lanchas NRP Pégaso e o mútuo dos equipamentos e capacidades no âmbito da Iniciativa
NRP Sagitário atuaram como “força opositora” e contribuíram para 5+5 Defesa, nomeadamente na área da cooperação entre as
aumentar o realismo do cenário. Todos os navios da força, à exceção Marinhas envolvidas.
do FS Loire, tinham equipas de abordagem/segurança embarcadas. As diversas ações de abordagem, realizadas de forma combinada
O esforço foi centrado no desenvolvimento do conhecimento e cooperativa, permitiram aos participantes a partilha de
situacional marítimo na área de operações do exercício, conhecimentos e o desenvolvimento das melhores práticas e
articulando a gestão de informação entre as unidades navais com procedimentos comuns, técnicas e táticas, na área das operações
a Intelligence, Surveillance, and Reconnaissance (ISR) obtida das de segurança marítima.
aeronaves em apoio P3-C CUP+ e UAS OGASSA, e a provinda dos A grande participação e o espírito de cooperação evidenciados,
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Centros de Operações Marítimas de cada país. são uma clara demonstração da vitalidade do SEABORDER e do
Os observadores da Argélia, França, Itália, Líbia, Mauritânia, interesse desta iniciativa que já vai na 15ª edição, afirmando-se
Marrocos, Espanha e Tunísia, embarcados no NRP Setúbal, como um veículo de reforço do compromisso de cooperação para
acompanharam o planeamento e a execução do exercício, e serviram a segurança no Mediterrâneo.
de ponto de ligação aos navios da respetiva Marinha, potenciando
assim, em ambiente de proximidade, a coordenação e a partilha de
experiências e conhecimentos relativos à segurança marítima. Colaboração do CTG 443.20
DISTINGUISHED VISITORS DAY (DVDAY)
Notas
1 Integram a Iniciativa 5+5 a Argélia, a Espanha, a França, a Itália, a Líbia, Malta,
O DVDAY do SB21 decorreu nas instalações do Ponto de Apoio Marrocos, a Mauritânia, Portugal e a Tunísia.
Naval de Portimão (PANPORTIMÃO), a 28 de outubro, e contou 2 Classe C28A, de construção chinesa.
com a presença do Comandante Naval, em suplência, CALM 3 Portanto com funções de navio chefe.
Valentim Antunes Rodrigues, acompanhado por representantes do 4 A interação destes meios aéreos com a força naval permitiu um aumento da capa-
EMGFA e das nações integrantes da Iniciativa para a Segurança e cidade de deteção, assim como permitiu identificar oportunidades de melhoria no
Defesa 5+5, e de outras altas entidades civis e militares nacionais. processo da sua integração em ambiente conjunto com nações não pertencentes
à NATO.
Após a visita a um dispositivo estático operacional – destaque 5
O Sail Pass, uma velha tradição das forças navais da NATO, para agradecer o esforço
para uma equipa do pelotão de abordagem, do Corpo de Fuzileiros, dos navios que destacam da força.
com o seu principal equipamento, e para o UAS OGASSA e respetiva
14 DEZEMBRO 2021