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EXERCÍCIO SEABORDER 21







          O exercício anual SEABORDER, com organização rotativa entre os membros integrantes da Iniciativa para a Segurança e Defesa 5+5 ,
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          tem como objetivo desenvolver a cooperação entre os países membros; conduzido em ambiente conjunto e combinado, exercita o
          planeamento e condução de Operações de Segurança Marítima e a interoperabilidade entre Centros de Operações Marítimas. Contribui,
          dessa forma, para o incremento da segurança marítima e o cumprimento do normativo legal aplicável na região do Mediterrâneo.

          TREINO                                              Ground  Control  Station  (GCS)  –,  seguiu-se  a  apresentação  dos
                                                              principais tópicos do SB21.
             fase  de  mar  do  exercício  SEABORDER  21  (SB21)  realizou-  Na  demonstração  naval  que  se  seguiu,  as  entidades  puderam
         A  -se entre os dias 26 e 29 de outubro, ao largo de Portimão,   assistir a duas ações de abordagem a navios suspeitos (simulados
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          integrando navios das Marinhas da Argélia (corveta  ALG Ezzadjer),   pela  lancha  NRP  Cassiopeia  e  pelo  NRP  Setúbal), realizadas
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          Espanha (patrulha ESPS Atalaya), França (navio de apoio logístico   por  equipas  combinadas.  Seguiu-se  o  desfile  naval dos meios
          FS  Loire), Marrocos (patrulha RMN  Rais Charkaoui),  Portugal  e   envolvidos (com as equipas de abordagem na borda) e a passagem,
          Tunísia  (patrulha  oceânico  TUN  Syphax).  Participaram,  ainda,   a baixa altitude, do P3-C CUP+ e do UAS OGASSA que transmitia
          uma aeronave de patrulha marítima P3-C CUP+ da Força Aérea   vídeo, em tempo real, para o NRP Setúbal.
          Portuguesa  e  um  Unmanned Aerial System (UAS) OGASSA da
          Marinha Portuguesa.  Ao leme desta força naval esteve o CMG  CONCLUSÕES
          Gamurça Serrano, comandante da Força Naval Portuguesa (FNP),
          embarcado com o seu Estado-Maior no NRP Setúbal .    O SB21 constituiu uma excelente oportunidade de treino para
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           No SB21 foi praticado um cenário fictício de terrorismo marítimo   todos os meios envolvidos e para a FNP, promovendo os padrões de
          e de migração ilícita, consequência de uma situação de instabilidade   prontidão individual dos navios, o treino coletivo, o conhecimento
          política  e  social  num  país  da  região.  As  lanchas  NRP  Pégaso e o   mútuo dos equipamentos e capacidades no âmbito da Iniciativa
          NRP Sagitário atuaram como “força opositora” e contribuíram para   5+5  Defesa,  nomeadamente  na  área  da  cooperação  entre  as
          aumentar o realismo do cenário. Todos os navios da força, à exceção   Marinhas envolvidas.
          do FS Loire, tinham equipas de abordagem/segurança embarcadas.  As diversas ações de abordagem, realizadas de forma combinada
           O  esforço  foi  centrado  no  desenvolvimento  do  conhecimento   e  cooperativa,  permitiram  aos  participantes  a  partilha  de
          situacional  marítimo  na  área  de  operações  do  exercício,   conhecimentos  e  o  desenvolvimento  das  melhores  práticas  e
          articulando a gestão de informação entre as unidades navais com   procedimentos comuns, técnicas e táticas, na área das operações
          a Intelligence, Surveillance, and Reconnaissance (ISR) obtida das   de segurança marítima.
          aeronaves  em apoio P3-C CUP+ e UAS OGASSA, e a provinda dos   A grande participação e o espírito de cooperação evidenciados,
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          Centros de Operações Marítimas de cada país.        são uma clara demonstração da vitalidade do SEABORDER e do
           Os  observadores  da  Argélia,  França,  Itália,  Líbia,  Mauritânia,   interesse desta iniciativa que já vai na 15ª edição, afirmando-se
          Marrocos,  Espanha  e  Tunísia,  embarcados  no  NRP  Setúbal,   como um veículo de reforço do compromisso de cooperação para
          acompanharam o planeamento e a execução do exercício, e serviram   a segurança no Mediterrâneo.
          de ponto de ligação aos navios da respetiva Marinha, potenciando
          assim, em ambiente de proximidade, a coordenação e a partilha de
          experiências e conhecimentos relativos à segurança marítima.                        Colaboração do CTG 443.20
          DISTINGUISHED VISITORS DAY (DVDAY)
                                                                Notas
                                                                1   Integram a Iniciativa 5+5 a Argélia, a Espanha, a França, a Itália, a Líbia, Malta,
           O DVDAY do SB21 decorreu nas instalações do Ponto de Apoio   Marrocos, a Mauritânia, Portugal e a Tunísia.
          Naval de Portimão (PANPORTIMÃO), a 28 de outubro, e contou   2   Classe C28A, de construção chinesa.
          com  a  presença  do  Comandante  Naval,  em  suplência,  CALM   3   Portanto com funções de navio chefe.
          Valentim Antunes Rodrigues, acompanhado por representantes do   4   A interação destes meios aéreos com a força naval permitiu um aumento da capa-
          EMGFA e das nações integrantes da Iniciativa para a Segurança e   cidade de deteção, assim como permitiu identificar oportunidades de melhoria no
          Defesa 5+5, e de outras altas entidades civis e militares nacionais.  processo da sua integração em ambiente conjunto com nações não pertencentes
                                                                à NATO.
           Após a visita a um dispositivo estático operacional – destaque   5
                                                                O Sail Pass, uma velha tradição das forças navais da NATO, para agradecer o esforço
          para uma equipa do pelotão de abordagem, do Corpo de Fuzileiros,   dos navios que destacam da força.
          com o seu principal equipamento, e para o UAS OGASSA e respetiva

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