Page 12 - Revista da Armada
P. 12
REVISTA DA ARMADA | 568
digitais submarinas através de um simulacro – o submarino
simulou ter uma emergência a bordo. O teste experimental e a
avaliação de soluções inovadoras para a busca, a localização e o
salvamento de um submarino através da utilização de sistemas
não-tripulados e de comunicações digitais, para melhorar o
conhecimento situacional do navio supostamente acidentado,
foram coroados de sucesso.
Merece também destaque o teste dos mais recentes produtos
da CEOV (totalmente construídos e desenvolvidos por esta célula
do Comando Naval), nomeadamente dos veículos autónomos de
superfície para levantamento hidrográfico e reboque de alvos.
OLHANDO O FUTURO
O REP (MUS) 21 despertou o interesse de inúmeras entidades
civis e militares, nacionais e estrangeiras, que marcaram
presença no REP (MUS) 21 em diversas ocasiões. Salienta-se a
visita do Ministro da Defesa Nacional (MDN), do Secretário de
O novel Centro de Excelência NATO Maritime Geospatial, Estado Adjunto da Defesa Nacional e do Secretário de Estado
Meteorological and Oceanographic, sediado em Portugal, da Transição Digital, de altos representantes, nacionais e
estrangeiros, da NATO, da Agência Nacional da Inovação, da idD
estabeleceu uma forte ligação com os participantes, nacionais e
estrangeiros, ao fornecer diariamente um conjunto de produtos Portugal Defence (idD)e dos setores da indústria, da academia e
de centros de investigação.
meteorológicos e oceanográficos úteis à realização das atividades
operacionais. O MDN, Prof. Dr. Gomes Cravinho, salientou que “este é um
exercício extremamente importante para o desenvolvimento
da indústria portuguesa, da inovação em Portugal, mas, mais
PROGRAMA SERIADO amplamente do que isso, para a inovação entre os aliados
e parceiros na NATO” sendo um “verdadeiro acelerador de
Enquanto exercício, o REP (MUS) dispõe dum programa conhecimento” que credibiliza e prestigia Portugal.
de seriado, para o qual foram criados cenários nas áreas de O VALM Keith Blount, Comandante do Allied Maritime
operações militares e civis – defesa de força (incluindo a proteção Command , reconheceu a sua importância e referiu que a edição
7
portuária), luta antissubmarina e contra minas, operações do próximo ano será sucedida pelo exercício Dynamic Messenger
8
anfíbias, vigilância marítima, imigração ilegal e Salvamento da NATO, o qual visa a integração dos sistemas não tripulados em
Marítimo. Nesses cenários foram testados, com sucesso, novos apoio às operações.
conceitos e a integração e interoperabilidade entre sistemas, Houve ainda ensejo para a assinatura de um protocolo de
equipamentos e sensores. cooperação, promovido pelo Estado-maior da Armada, relativo
As múltiplas séries foram estruturadas por um staff multinacional aos termos e às condições de cooperação entre a MP e a idD em
coordenado pelo Comando Naval, e envolveram amiúde meios matérias relacionadas com a promoção da Economia de Defesa,
tripulados e não tripulados nos ambientes de subsuperfície, incluindo a criação das marcas Marinha a atribuir a sistemas e
superfície e aéreo; as séries foram desenhadas para testar e equipamentos militares com interesse, e a cooperação para a
avaliar os novos avanços de integração em rede, bem como, atribuição do estatuto de Zona Livre Tecnológica à área onde está
técnicas, táticas e procedimentos na aplicação destes meios. inserido o CEOM.
O evento testou ainda um novo conceito – a Interoperabilidade Foram inúmeras as referências nacionais e internacionais,
6
à Permutabilidade – i.e., a capacidade dos Aliados na partilha do quer na media especializada, quer nos órgãos de comunicação
controlo dos sistemas não tripulados de cada um, bem como, a e redes sociais de caráter geral. O REP (MUS) posiciona-se cada
difusão em diferentes plataformas das informações recolhidas vez mais como um acelerador do desenvolvimento tecnológico,
em cenários operacionais pelos meios não tripulados. devidamente enquadrado quer pelos recentes desenvolvimentos
Exemplificando: na sequência de anteriores edições do exercício, por parte das organizações onde Portugal se insere, quer pelas
foi testado pela primeira vez um protocolo de comunicações iniciativas internas da organização.
12 DEZEMBRO 2021