Page 13 - Revista da Armada
P. 13

REVISTA DA ARMADA | 570
































          salvamento e resgate em ambiente fluvial, assim como promoveu   camaras hiperbáricas, no mergulho em espaços confinados e no
          o treino na execução de trabalhos subaquáticos.     mergulho noturno.
           Os rios são caracterizados  pelas suas fortes  correntes  e   Em Tui, o treino voltou a incidir no corte e soldadura subaquática,
          visibilidades  reduzidas,  pelo  que  o  treino,  neste  tipo  de   nas  buscas  em  ambiente  marítimo  e  fluvial,  no  mergulho  em
          ambientes, é fundamental para a manutenção de proficiências e   espaços  confinados  e  na  condução  de  veículos  submarinos  de
          aperfeiçoamento de procedimentos.                   operação remota equipados  com sonar, os  quais  permitem a
                                                              deteção  e  identificação  de  contatos  mesmo  em  condições  de
                                                              visibilidade muito reduzida.
          EXERCÍCIO FERROL-21
                                                              CONCLUSÃO
           O Destacamento de Mergulhadores Sapadores N.º 1 (DMS1 )
                                                          2
          participou,  em  setembro,  no  exercício  EOD  internacional   2021, à semelhança de 2020, tem sido um ano de constante
          FERROL-21, na  cidade  galega de Ferrol.  Este foi  um exercício
          pioneiro organizado pela  Armada  Española  – Unidad de   adaptação; todos desejamos um rápido retorno à “normalidade”,
          Buceadores  M.C.M.  cujo  principal  objetivo  foi  adestrar  e   por forma a manter os nossos compromissos, a nossa formação e
                                                              o nosso treino sem restrições e sem limitações.
          promover  a  interoperabilidade  das  equipas  de  inativação  de   Aos  camaradas  do  país  vizinho, nossos  congéneres,
          engenhos  explosivos  (Explosive  Ordnance  Disposal – EOD),   agradecemos e reconhecemos  a importância  na  promoção
          convencionais e improvisados, em operações combinadas entre   do  intercâmbio  entre as nossas  unidades  de mergulhadores
          Marinhas aliadas .                                  para o aperfeiçoamento dos  procedimentos e  metodologias
                       3
           O exercício desenvolveu-se em ambiente marítimo, portuário e   adotadas. Só a partilha de conhecimentos, decorrente da troca
          terrestre, sendo o treino focado em operações contra a ameaça   de experiências e ensinamentos, fazem ambas as equipas crescer
          de minas e engenhos explosivos improvisados, num contexto de   e evoluir continuamente.
          apoio a forças navais expedicionárias; foi dado enfase à utilização
          de meios remotos e armamento de precisão.
           No decorrer deste exercício foi possível observar que o treino
          nacional tem seguido a mesma linha orientadora das Marinhas    Colaboração dos COMANDOS DOS DESTACAMENTOS DE
                                                                                 MERGULHADORES SAPADORES N.º 1 E N.º 2
          Aliadas,  dando-se  cada  vez maior  importância  à ameaça de
          engenhos explosivos improvisados em zonas portuárias.
                                                                Notas
                                                                1   A págs. 10-11 da Revista de agosto de 2021.
          OUTROS TREINOS CONJUNTOS                              2   Ao  DMS1  estão  acometidas  as  seguintes  funções,  em  território  nacional  e  em
                                                                operações expedicionárias da Marinha: a inativação de engenhos explosivos con-
           Durante o mês de outubro, o DMS2   participou em dois treinos   vencionais e improvisados; o reconhecimento especial de costa; e as operações de
                                      4
                                                                sabotagem submarina.
          conjuntos – de 4 a 8 no Ferrol, e de 18 a 22 em Tui – com o seu   3   Ao longo dos anos, o DMS1 tem mantido uma relação de proximidade com a Ar-
          congénere da Armada Espanhola, a Unidad de Buceo de Ferrol   mada Espanhola, através da participação no exercício bianual MAGRE, no sul de
          (UBUFER).                                             Espanha, que conta também com a participação da Marinha dos Estados Unidos da
                                                                América. Portugal foi, em 2016, o país organizador deste exercício, que decorreu na
           Nesses  treinos,  as equipas  de mergulhadores de Portugal  e   ilha da Culatra, no Algarve.
          de  Espanha  tiveram  como  principais  objetivos  a  partilha  de   4   Ao DMS2 estão acometidas as seguintes funções, em território nacional e em ope-
          conhecimentos e a uniformização de procedimentos na área da   rações expedicionárias da Marinha: o salvamento marítimo; e o apoio às unidades
                                                                navais da esquadra e aos organismos de Marinha no que respeita a trabalhos e re-
          salvação marítima.                                    parações subaquáticas. Tais funções englobam, portanto, um vasto leque de tarefas,
           No Ferrol, o foco incidiu no corte e soldadura subaquática, na   tais como: o corte, a soldadura e o recurso a ferramentas hidráulicas ou pneumáti-
          utilização  de  ferramentas  hidráulicas  e  pneumáticas,  no  treino   cas; os trabalhos de limpezas, as manutenções com recurso a limpeza por cavitação,
                                                                e os trabalhos de reflutuação ou recuperação de objetos perdidos.
          com veículos subaquáticos de operação remota, na condução de

                                                                                                  FEVEREIRO 2022  13
   8   9   10   11   12   13   14   15   16   17   18