Page 18 - Revista da Armada
P. 18

REVISTA DA ARMADA | 570

          CERIMÓNIA DE ENTREGA

           A cerimónia de entrega do NRP Corte-Real, com o número de
          amura F332, ocorreu nos estaleiros HDW, em Kiel, na Alemanha,
          com  a  presença  de  diversas  entidades  políticas  e  militares,
          portuguesas e alemãs.
           A  sua primeira guarnição dispôs-se  em  formatura no cais,
          virada para a tribuna das entidades. Após a materialização das
          assinaturas – pelos Presidentes do Estaleiro e pelo VALM Moreira
          Rato, em representação do CEMA, ALM Fuzeta da Ponte – que
          formalizaram o processo de entrega do  navio à Marinha  da
          República Portuguesa, foram proferidas umas breves alocuções
          por ambas as partes.
           Seguiu-se a entrega da Bandeira Nacional  ao primeiro                   1991
          comandante do navio, o então CFR Silva da Fonseca, que por sua
          vez a entregou ao oficial selecionado para ser o primeiro oficial-
          -de-dia ao navio, o então 2TEN Sassetti Carmona.
           Este oficial, acompanhado de um pequeno grupo de militares
          de serviço, concretizou a primeira cerimónia do içar da bandeira,
          sendo  o Hino  Nacional  tocado  pela  banda  da Marinha  Alemã
          presente no local.
           Já com a Bandeira Nacional içada, entrou a bordo a restante
          guarnição, sendo o último a entrar o comandante do navio, recebido
          com as devidas honras militares e dando por finda a cerimónia.
                                                                                                                    1994
          CARACTERÍSTICAS E PRIMEIRO IMPACTO

           Tal  como os  outros  dois  navios  da  classe, o  NRP  Corte-Real
          evidenciava-se pela sua altura e silhueta, pela largura da boca,
          pelas grandes superestruturas,  exibindo,  a vante,  a peça de
          artilharia  de  100mm,  a  meio-navio,  os  lançadores  de  mísseis        1993
          Harpoon e  Sea-Sparrow e os  tubos  lança-torpedos, e a ré,  a
          arma de defesa próxima Vulcan-Phalanx e um convés de voo de
          grandes dimensões.
           As comunicações passaram a ser geridas através de um sistema
          integrado, enquanto que as armas e sensores eram controladas
          pelo sistema SEWACO (Sensor Weapon and Command System),
          conferindo ao navio uma boa capacidade beligerante.
           Se o exterior apresentava uma sofisticação de armas e sensores,
          o interior  contemplava um novo mundo  de automação e
          controlo para a Marinha. O comando e controlo da plataforma é
          assegurado pelo sistema de gestão NAUTOS (Naval Automation
          System),  que  tem  vindo  a  permitir,  desde  há  trinta  anos,  uma
          adequada  monitorização  e comando  da  instalação  propulsora,
          da produção e  distribuição de energia elétrica e  dos  sistemas                                            2010
          auxiliares – climatização, refrigeração, estabilização de balanço,
          ar comprimido, combate a sinistros, entre outros.

          A PRIMEIRA FRAGATA A ATERRAR                                                2004
          UM HELICÓPTERO

           O conceito de emprego das fragatas da classe Vasco da Gama
          tinha incluído a capacidade de embarcar helicópteros e de operar
          com eles. A primeira aterragem de um helicóptero, num navio
          desta classe,  ocorreu precisamente  no  NRP  Corte-Real,  em
          junho de 1992, quando recebeu no seu convés de voo um Lynx
          brasileiro. Posteriormente, em novembro de 1992, aterrou pela
          primeira vez a bordo um dos helicópteros destinados à Marinha,
          se bem  que ainda operado  por pilotos da marca construtora
          Westland. Em 1993, o NRP Corte-Real realizou uma missão que
                             2
          permitiu definir os SHOL , referências ainda hoje utilizadas nos
          três navios da classe para operação com helicópteros.
           Desde estão, o NRP Corte-Real embarcou, por inúmeras vezes, o
          Westland Super Lynx MK 95 que, com uma forte componente de
                                                                                                      2019

          18  FEVEREIRO 2022
   13   14   15   16   17   18   19   20   21   22   23