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REVISTA DA ARMADA | 570
CERIMÓNIA DE ENTREGA
A cerimónia de entrega do NRP Corte-Real, com o número de
amura F332, ocorreu nos estaleiros HDW, em Kiel, na Alemanha,
com a presença de diversas entidades políticas e militares,
portuguesas e alemãs.
A sua primeira guarnição dispôs-se em formatura no cais,
virada para a tribuna das entidades. Após a materialização das
assinaturas – pelos Presidentes do Estaleiro e pelo VALM Moreira
Rato, em representação do CEMA, ALM Fuzeta da Ponte – que
formalizaram o processo de entrega do navio à Marinha da
República Portuguesa, foram proferidas umas breves alocuções
por ambas as partes.
Seguiu-se a entrega da Bandeira Nacional ao primeiro 1991
comandante do navio, o então CFR Silva da Fonseca, que por sua
vez a entregou ao oficial selecionado para ser o primeiro oficial-
-de-dia ao navio, o então 2TEN Sassetti Carmona.
Este oficial, acompanhado de um pequeno grupo de militares
de serviço, concretizou a primeira cerimónia do içar da bandeira,
sendo o Hino Nacional tocado pela banda da Marinha Alemã
presente no local.
Já com a Bandeira Nacional içada, entrou a bordo a restante
guarnição, sendo o último a entrar o comandante do navio, recebido
com as devidas honras militares e dando por finda a cerimónia.
1994
CARACTERÍSTICAS E PRIMEIRO IMPACTO
Tal como os outros dois navios da classe, o NRP Corte-Real
evidenciava-se pela sua altura e silhueta, pela largura da boca,
pelas grandes superestruturas, exibindo, a vante, a peça de
artilharia de 100mm, a meio-navio, os lançadores de mísseis 1993
Harpoon e Sea-Sparrow e os tubos lança-torpedos, e a ré, a
arma de defesa próxima Vulcan-Phalanx e um convés de voo de
grandes dimensões.
As comunicações passaram a ser geridas através de um sistema
integrado, enquanto que as armas e sensores eram controladas
pelo sistema SEWACO (Sensor Weapon and Command System),
conferindo ao navio uma boa capacidade beligerante.
Se o exterior apresentava uma sofisticação de armas e sensores,
o interior contemplava um novo mundo de automação e
controlo para a Marinha. O comando e controlo da plataforma é
assegurado pelo sistema de gestão NAUTOS (Naval Automation
System), que tem vindo a permitir, desde há trinta anos, uma
adequada monitorização e comando da instalação propulsora,
da produção e distribuição de energia elétrica e dos sistemas 2010
auxiliares – climatização, refrigeração, estabilização de balanço,
ar comprimido, combate a sinistros, entre outros.
A PRIMEIRA FRAGATA A ATERRAR 2004
UM HELICÓPTERO
O conceito de emprego das fragatas da classe Vasco da Gama
tinha incluído a capacidade de embarcar helicópteros e de operar
com eles. A primeira aterragem de um helicóptero, num navio
desta classe, ocorreu precisamente no NRP Corte-Real, em
junho de 1992, quando recebeu no seu convés de voo um Lynx
brasileiro. Posteriormente, em novembro de 1992, aterrou pela
primeira vez a bordo um dos helicópteros destinados à Marinha,
se bem que ainda operado por pilotos da marca construtora
Westland. Em 1993, o NRP Corte-Real realizou uma missão que
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permitiu definir os SHOL , referências ainda hoje utilizadas nos
três navios da classe para operação com helicópteros.
Desde estão, o NRP Corte-Real embarcou, por inúmeras vezes, o
Westland Super Lynx MK 95 que, com uma forte componente de
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18 FEVEREIRO 2022