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REVISTA DA ARMADA | 571

EVIDÊNCIAS DA TASK FORCE – I

REQUISITOS BÁSICOS DO PLANEAMENTO NA GESTÃO

actividade do “núcleo de apoio” ao coordenador da Task Neste contexto, importa notar que, para promover a excelente
A Force, para a elaboração e implementação do plano de va- colaboração entre todos os intervenientes, foi determinante
cinação contra a Covid-19 em Portugal, evidenciou os requisitos a atitude positiva dos membros do Ministério da Saúde e dos
básicos do planeamento na gestão. centros de vacinação, bem como dos profissionais de saúde que,
A gestão tem como funções a liderança/direcção, o planeamento, percebendo a utilidade do trabalho de coordenação operacional,
a organização e o controlo dos processos e esforços efetuados logística e comunicacional da Task Force, consentiram a liderança/
por pessoas, dentro da estrutura das organizações, para que, aos direcção do Almirante Gouveia e Melo e a permanente interacção
diferentes níveis de decisão e acção, se alcancem eficazmente com o pessoal do “núcleo de apoio”, num processo complexo e
os objectivos, utilizando eficientemente recursos escassos em multi-departamental, onde todos fizeram o que era necessário.
conjunturas mais ou menos mutantes. Maioritariamente, os militares do “núcleo de apoio” ao
Sobre as quatro funções da gestão antes referidas muito se coordenador da Task Force foram provenientes dos órgãos de
falou, com toda a justiça, da competente liderança/ comando e de estado-maior da Força de Reacção Imediata
direcção do Almirante Gouveia e Melo. de 2020, integrada no Comando Conjunto para as
Por isso, vamos focar-nos na essencialidade Operações Militares do Estado-Maior-General
do planeamento como função da gestão das Forças Armadas. Por isso, dispunham
para: perspectivar os ambientes do treino adequado para planear acções
externo e interno das organizações; militares ou de resposta a emergências
definir os seus objectivos; formular civis, em condições de pressão,
as estratégias para os alcançar; incerteza e escassez de meios,
elaborar os planos de acção tempo e informação, típicas das
para operacionalizar essas operações de intervenção rápida
estratégias; e supervisionar o das Forças Armadas.
ciclo de controlo regulador. Concluindo, poderemos afirmar
Ciente das exigências da sua que a actividade do “núcleo
missão de coordenação opera- de apoio” ao coordenador da
cional, logística e comunicacio- Task Force, para a elaboração
nal do processo de vacinação, e e implementação do “Plano de
tendo desempenhado vários car- Vacinação contra a Covid-19 em
gos de elevada responsabilidade, Portugal”, mostra que a gestão
o Almirante Gouveia e Melo sabia requer planeamento estruturado
que, no exercício do cargo de gestor e realizado por uma equipa
de topo da Task Force, isto é, de uma diversificada de especialistas, dotados
organização, com duração limitada e desti- com conhecimentos multidisciplinares
nada a responder a uma crise complexa, teria e competências colaborativas, bem como
de: avaliar o contexto e os desafios do processo de treinados para trabalhar em exigentes ambientes de
vacinação; fixar e hierarquizar objectivos; escolher a estratégia tensão, resultantes da necessidade de obtenção de resultados
a seguir; validar os planos de acção; atribuir recursos; e fixar o num contexto de escassez de recursos.
controlo regulador.
No cumprimento destas tarefas, para que as suas decisões
fossem estudadas, atempadas e eficazes, prevendo e explorando
factores que pudessem ter impacto, positivo ou negativo, na
consecução dos objectivos do plano de vacinação, necessitava do
apoio de planeamento estruturado e realizado por uma equipa
diversificada de especialistas, em tudo semelhante a um estado-
maior de um comandante militar.
Nesta equipa de planeamento, designada por “núcleo de apoio”,
foram integrados cerca de 30 militares e civis das Forças Armadas,
com conhecimentos multidisciplinares sobre o comportamento
humano, os processos de planeamento, os métodos de análise
qualitativa e quantitativa, as ciências da administração e a gestão
de crises. Alguns elementos possuíam também competências
colaborativas, que se revelaram essenciais no estabelecimento de António Silva Ribeiro
ligações com as entidades envolvidas no processo de vacinação. Almirante

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