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REVISTA DA ARMADA | 571
Camões, junto à Embaixada de Portugal, o conceito operacional – As observações de parâmetros físicos, biogeoquímicos e
da FND IMA 21.2, as características e capacidades do navio e biológicos, entre a superfície do mar e profundidades até 1500
as atividades científicas desenvolvidas no arquipélago de Cabo metros; e
Verde. A apresentação do Projeto SWAIMS ficou a cargo do – A monitorização da presença de microplásticos nas águas ao
Coordenador Geral da Unidade de Implementação do Camões – largo do arquipélago.
Instituto da Cooperação e da Língua –, COM Rodrigues Campos, Em localizações predefinidas pelas entidades cooperantes,
acompanhado pelo CMG Rodeia Ribeiro. foram lançados ao mar:
No dia 6 de novembro, Dia da Defesa de Cabo Verde, o CTU e o – Quatro flutuadores derivantes, que acompanharão as
Comte. do navio marcaram presença no desfile militar que teve correntes marítimas de superfície; e
– Um wave glider do GEOMAR. Trata-se de um veículo autónomo
lugar na praça do Plateau, cerimónia presidida pelo Primeiro- de superfície, com propulsão adquirida através da energia
-ministro de Cabo Verde e que contou com a presença do MDN das ondas, com capacidade para medir, em tempo real, vários
de Portugal, Prof. Dr. João Cravinho. Nesse mesmo dia, o navio parâmetros oceanográficos e biogeoquímicos. Prevê-se que se
recebeu a visita do MDN de Portugal e da sua homóloga de mantenha em operação autónoma, nas águas arquipelágicas,
Cabo Verde, Dra. Janine Lélis; na ocasião, foram apresentadas as durante três meses.
capacidades operacionais e científicas do NRP D. Carlos I, bem Nesta segunda passagem pelo Mindelo, foi possível reforçar as
como o projeto da campanha de observações multidisciplinares. atividades de CDD, com a realização de:
No final do dia, um grupo de 15 crianças visitou o navio, tendo- – Uma palestra de emergência médica a elementos do NP
-lhes sido dado a conhecer as valências e missões nas quais a Guardião, da Guarda Costeira de Cabo Verde;
plataforma poderá ser empenhada. – Operações de mergulho conjunto às obras vivas do NRP
D. Carlos I e do NP Guardião; e
CABO VERDE – ILHA DE S. VICENTE – MINDELO II – Um exercício de VBSS/CQB (Visit Board Search and Seizure/
Close Quarter Battle).
Após largar da Praia, retomaram-se os trabalhos científicos, com Foi, ainda, prestado apoio técnico nas áreas de Mecânica,
mais nove dias de campanha no arquipélago, i.e., até se atracar Limitação de Avarias, Eletricidade e Eletrónica ao NP Guardião e
de novo no Porto Grande, a 15 de novembro. a duas embarcações SAR da Guarda Costeira.
Os trabalhos científicos desenvolvidos no mar de Cabo Verde Já rumo a Luanda, foi fundeada uma boia ondógrafo na costa
resultaram de uma cooperação entre o IH, o Instituto do Mar de sul da ilha de São Vicente, nas proximidades da região de São
Cabo Verde (IMAR), o ISECMAR-UTA e o GEOMAR. Na campanha Sebastião, que disponibilizará, em tempo real, medições da
oceanográfica prevaleceram: agitação marítima ao largo da costa.
ANGOLA - LUANDA
Já com nove dias de trânsito rumo a Angola, a FND IMA 21.2
cruzou a linha do Equador pelas 12:55h (fuso ZULU) do dia 28 de
novembro de 2021. Cumpriram-se as tradições navais aquando
da receção a bordo de Sua Majestade, o Rei dos Mares.
Ao fim de 17 dias de mar, o navio atracou em Luanda a 6 de
dezembro. A visita a este porto constituiu um marco histórico para
a classe de navios hidrográficos D. Carlos I, já que foi a primeira
vez que um navio desta classe navegou tão a sul do Equador e tão
a leste do meridiano de Greenwich.
Em Angola esperavam o navio dois tipos de tarefas:
– Levantamentos hidrográficos; e
– Ações de treino conjunto com a Marinha de Guerra de
Angola (MGA).
Logo após a chegada, a embarcação de sondagem Mergulhão
do IH, transportada a bordo do NRP D. Carlos I, foi empenhada
na realização do levantamento hidrográfico da baía de Luanda.
A par e em complemento deste levantamento, o navio efetuou
sondagem hidrográfica da aproximação e aterragem ao porto de
Luanda, no período de 10 a 14 de dezembro, contribuindo, assim,
para a atualização da cartografia náutica deste porto.
A realização deste levantamento topo-hidrográfico – uma
ação, por parte da Brigada Hidrográfica do IH, de cooperação
técnica e científica com o Instituto Nacional de Hidrografia e
de Sinalização Marítima de Angola (IHSMA) – revestiu-se de
particular importância para a segurança marítima, uma vez que
a carta náutica do Porto de Luanda, editada em 1971, não sofreu
qualquer atualização em mais de meio século.
No dia 7 de dezembro, aquando da visita protocolar a bordo do
Embaixador de Portugal, evento que foi alvo de uma reportagem
Manobra de arriar Amostrador do tipo Rosette para monitorização pela Agência Lusa e pela RTP, foi realizada uma conferência de
da qualidade da água
imprensa, tendo como intervenientes o Embaixador e o CTU.
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