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REVISTA DA ARMADA | 579
          1.ª CONFERÊNCIA DE HIDROGRAFIA



                 CPLP




          Realizou-se em Lisboa, de 4 a 7 de julho, a 1ª Conferência de Hidrografia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
          organizada conjuntamente pelo Instituto Hidrográfico (IH) da Marinha Portuguesa e pelo Secretariado Executivo da CPLP.

          SESSÃO ABERTURA                                      Ao longo da conferência foram apresentadas e debatidas ideias
                                                              com  o  objetivo  de  elaborar  um  documento  que  alinhasse  uma
             sessão solene de abertura, realizada no dia 4 de julho, contou   estratégia de cooperação para o desenvolvimento da hidrografia nos
         A  com as presenças, entre outras entidades, do(a):  países da CPLP e, como mote, abordar a relevância da Hidrografia
           Secretário Executivo CPLP, Dr. Zacarias da Costa;  para a conservação e exploração sustentável dos oceanos, mares e
           –  Ministra  da  Defesa  Nacional  de  Portugal,  Prof.  Dr.ª  Helena   recursos marinhos. Com esta conferência, foi possível:
            Carreiras;                                         –  Estabelecer  a  criação  de  uma  plataforma  de  promoção  e
           –  VCEMA da marinha portuguesa, VALM Coelho Cândido;   desenvolvimento da hidrografia; e
           – Representante  Permanente  de Angola  junto da CPLP,     –  Definir  linhas  de  ação  que  potenciarão  a  cooperação  e
            Embaixador Oliveira Encoge;                       desenvolvimento  dos  serviços  hidrográficos  nacionais  dos
           –  Diretor-geral do IH, CALM Simões Marques; e     Estados membros da CPLP.
           –  Administrador da Fundação Oceano Azul, Dr. Tiago Pitta e  Cunha.
           O  Secretário-geral  da  Organização  Hidrográfica  Internacional   CARTA DO PORTO DE LUANDA
          (OHI),  Dr.  Mathias  Jonas,  gravou  e  enviou  um  vídeo,  que  foi
          passado na sessão.                                   Durante  a  conferência  realizou-se  a  entrega  da  1ª  edição  da
                                                              nova Carta Náutica 16303 – “Porto de Luanda” - coproduzida pelo
          MAIS COOPERAÇÃO E CAPACITAÇÃO                       IH e pela Agência Marítima Nacional de Angola (AMNA), a qual
          HIDROGRÁFICA                                        vem  dar  resposta  à  necessidade  de  atualização  da  cartografia
                                                              náutica dos portos de Angola.
           Na conferência participaram representantes de instituições com   Realça-se que na produção desta nova carta foram utilizados os
          responsabilidades  nas  áreas  da  segurança  da  navegação  e  da   dados topo-hidrográficos obtidos em dezembro de 2021 , numa ação
                                                                                                      1
          administração portuária dos seguintes países: Angola, Brasil, Cabo   por parte da Brigada Hidrográfica do IH  e de um grupo de hidrógrafos
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          Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique e   da Marinha Angolana , em estreita colaboração com a AMNA.
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          São Tomé e Príncipe. A conferência contou ainda com a participação
          da  International  Association  of  Marine  Aids  to  Navigations  and
          Lighthouse Authorities (IALA) e da Direção de Faróis.
           Ao longo de todo o evento, realce para uma mensagem transversal
          principal:  a  necessidade  fulcral  de  cooperação  e  de  capacitação
          na  área  da  Hidrografia  e  nas  áreas  científicas  afins  dentro  da
          comunidade da CPLP, para incrementar a segurança da navegação e
          para o desenvolvimento dos serviços hidrográficos nacionais.
           Considerando,  porém,  o  cenário  geopolítico  e  estratégico
          internacional, emergiu naturalmente uma segunda mensagem:
          as esperadas  reformas e compromissos  por parte dos  países,
          com vista à definição de metas relativas à sustentabilidade dos
          oceanos  e ao  papel  que  estes podem  vir a desempenhar na
          agenda do clima.
           É neste cenário, que cada vez mais, a Hidrografia (e áreas afins) pode
          e deve ser usada como um instrumento essencial no conhecimento
          do oceano, sabendo-se de antemão que as constantes alterações no
          meio ambiente, sejam de cariz natural ou provocadas pelo homem,
          tornam o trabalho da hidrografia infindável, sendo necessária uma
          permanente monitorização e atualização.                                 Colaboração do INSTITUTO HIDROGRÁFICO


                                                                Notas
                                                                1   Havia sido criada uma Força Nacional Destacada (FND) para a missão Iniciativa
                                                                Mar Aberto 21.2, constituída maioritariamente pelo NRP D. Carlos I, navio hidro-
                                                                oceanográfico oceânico da Marinha Portuguesa que escalou Luanda ente 6 e 14
                                                                de dezembro – ver edição nº 571 (MARÇO 2022) da RA.
                                                                2   A embarcação de sondagem Mergulhão do IH, transportada a bordo do NRP
                                                                D. Carlos I, foi empenhada na realização do levantamento hidrográfico da baía de
                                                                Luanda. No âmbito desse levantamento, foram detetadas quatro embarcações
                                                                no  fundo  da  Baia  de  Luanda;  as  respetivas  posições  foram  posteriormente
                                                                assinaladas na nova carta náutica. O navio efetuou uma sondagem hidrográfica
                                                                da aproximação e aterragem ao porto de Luanda - ver edição nº 571 (MARÇO
                                                                2022) da RA.
                                                                3   No  âmbito  da  cooperação  técnica  e  científica  com  o  Instituto  Nacional  de
                                                                Hidrografia e de Sinalização Marítima de Angola (IHSMA).


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