Page 126 - Revista da Armada
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AO
Pelo vlalm. Silva Braga
XI-Q gageiro do gurupés
bordo dos navios de guerra.
á quase sempre escolhido,
A de entre os mais desemba-
raçados marinheiros, o gajeiro do
gurupés.
\1\ \\
O da corveta «D. João [JI, em
1865, era um robusto preto, prático
bastante no labutar marftimo, exce-
lente prumador. e com tAo.boa vista
que era ele sempre quem primeiro
descorhnava 8. terra no horizonte,
por mais sumida ou longe que estio
vasse. O seu viver era no castelo,
junto do mastro que dirigia, que
mirava e entretinha no maior
asseio; s6 descia a coberta para dor-
mir ou comer; quer chovesse ou o
mar alagasse o castelo. nada dai o
desviava..
Chamava-se Diogo, o bom de
marinheiro; era estimado dos supe-
riores e respeitado pelos cama-
radas.
Um dia de mau tempo, soprava
borrascoso o sul, o mar estava
picado. Era pela altura da ilha da
Madeira, um grau proximamente a
leste. Navegava a corveta com proa
ao none, a continuar o seu cruzeiro,
entre as ilhas e a costa de Portugal,
cruzeiro interrompido apenas por
alguns belos dias passados no
ancoradouro do Funchal, nessa
linda baJa, encanto de todos os
navegantes.
Corrja o dia 15 de Setembro;
dera-se o jantar a guarniçiio, for-
maram depois os quartos para a
bebida; não houvera altura meri-
diana, e o ponto marcara-se pela
estima.
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