Page 381 - Revista da Armada
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Uma imagem que me ficou na mente foi a  de ver   os melliores. Creio que se pode atribuir a  paternida·
         quase sempre um deles, com ar triste e molhado, atra·   de deste tão salutar despique ao almirante Sarmento
         cada ao molhe de Ponta Delgada. E  digo isto porque   Rodrigues, quando com o  posto de cap.·ten. coman·
         também eu, em navios patrulhas, ali passei quase três   dou o  «Lima» (23JUN41f14MAR45).
         anos, ainda mais triste e mais molliado ... E quando dali
         saiamos para o  mar apanhávamos cada tareial                                *
            Apesar de tudo, também passámos bons momen·
         tos naquelas bonitas terras e entre aquela boa gente.   PRINCIPAIS  ACIDENTES  SOFRIDOS  POR  ESTES
            Mas não foi só nessas paragens que exerceram a   NAVIOS
         sua acção. Contrariando o seu destino, alguns foram
                                                                 Referimos apenas os de maior projecção, esquecen-
         mais longe - a Inglaterra (todos e por várias vezes além
                                                             do os muitos que aconteceram no interior dos navios,
         de cerca de um ano, cada um de sua vez, a modernizar-
                                                             os de homem ao mar,  etc ...
         ·se "  ao Brasil, a  Angola, a  S.  Tomé, a  Cabo Verde, à
         Guiné, ao norte de África, à  Irlanda do Norte, a Espa·
                                                             ABALROAMENTOS
         nha, a  França, etc ..
                                                                 ccLima))  . com a  fragata 110.  Fernando II e  Glória»,
                                 *                           no Tejo, em 2-12-37 (ambos sofreram avarias); com o
         PESSOAL QUE NELES EMBARCOU                          navio mercante inglês ccFinlantl), no Tejo, em 20-11-43
                                                             (grossas avarias em ambos); com o periscópio do su})..
            Julgo não ser exagerado em afirmar que poucos
                                                             mersivel ttDelfi.m», na baía de Sesimbra, em 8-5-44 (ape-
         terão sido os oficiais, sargentos e praças desse tempo
                                                             nas  o  periscópio  vergado);  com  o  petroleiro  inglês
         que não tenham feito serviço num ou mais deles. Só
                                                             tcBlack Rangers», em Inglaterra. em 1-6-49 (danos ma·
         comandantes e encarregados do comando, destes úl-
                                                             teriais neste último).
         timos alguns apenas por dias, foram 124 - «Vouga» 20,
                                                                 JtDãoll  - com o  navio-hospital inglês  «Vasnall,  em
         «Lima»'37, «Dãoll  25, IITejo»24 e «Douro» 18. Entre eles
         alguns nomes sonantes· Botellio de Sousa, Lopes Al-  Ponta Delgada, em 30·3-42 (ligeiras avarias em ambos).
                                                                 «Tejoll  - com o vapor grego «Margaritis», no Fun-
         ves,  Sarmento Rodrigues,  Sousa Uva,  M.  Esparteiro
                                                             chal.  em 21-8-37 (estragos ligeiros na balaustrada).
         (Joaquim e António), Freitas Morna, etc ..  Outros me-
                                                                 «Douro» - com o navio mercante inglês «Nela)), em
         nos sonantes mas óptimos profissionais - Guilhermi·
                                                             Alicante, em 21-10-37 (estragos na balaustrada); com
         no de Magalhães, Celestino Ramos, Flávio de Oliveira
                                                             uma baleeira do navio, ao largo de Setúbal, em 14-8-45
         e Sousa, Ferreira de Oliveira, Chaves Ubach, Tavares
                                                             (baleeira afundada, um ferido entre os nove homens
         de Almeida, Mexia Salema, Albano de Oliveira, Almei·
                                                             da baleeira).
         da Brandão, Alvaro Marta, Moreira Rato, Paulo Viana,
         Evaristo Bacharel. Duarte A. Rodrigues, Laurinda dos
         Santos ... e isto para citar apenas os que tiveram mais   ENCALHES
         tempo de comando.                                      «Lima» - na Cruz Quebrada, em 3-1-39 (devido a vio-
            Era uma grande honra ser comandante de um des-   lento temporal, garrou e foi encalhar em rocha, fican-
         tes navios, até porque, a certa altura, se criou na Ma-  do  com  água  aberta  e  vários  cabos  enrolados  nos
         rinha  o  conceito  de  o  meu  navio,  frase  que  os   hélices). Foi desencalhado por meio de rebocadores,
         comandantes empregavam com frequência, procuran-    seguindo para reparações.
         do cada um que o seu navio e 8 sua guarniçáo fossem    IIDãoll . na Cruz Quebrada, em 8·9·36 (encalhe de·
         Os cinco.ga1gop amarradOl!! no rio Douro dtmlnf9 um dos quatro perfodos de mlltlobras efectuadas em 1956 (foro do arquivo da .RA.) .





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