Page 84 - Revista da Armada
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Batalhas e combates




            da Marinha portuguesa (XXIII)







            ILHA DA POLVQREIRA
            (24  de  Junho de  1511)
                                                         ILH;  DA  OLVOREIRA - 1511
                  o ano de 1510, mesmo antes de
                  saber o que acontecera a Diogo
            NLopes de Sequeira,  D.  Manuel      ~  v::..~~  I
            enviou  uma  segunda  armada  de  cinco
            naus com destino a Malaca, capitaneada   .  '
            por Diogo Mendes  de Vasconcelos.     '-..  \,--,/ ....
               Ia este isento da autoridade do gover-
            nador da índia mas com ordem expressa
            para  seguir  os  'seus  conselhos  e  para
            obter  dele  os  navios  necessários  para
                                                                                                 MAR  DA  CHINA
            reforçar a sua armada,  se  tal  fosse jul-                                           MERIDIONAL
            gado conveniente! Situação de comando
            deveras confusa que haveria de ter con·
            sequências  trágicas.                        "
               Chegado à costa indiana em princI-
            pias de Agosto, 00 preciso momento em                       SAM .... TRA
            que Afonso de A1buquerque abandonava
                                                               ,
            o  Mandovi  com  a  sua  armada  muito             ,
            destroçada  e  cheia  de  doentes,  Diogo
            Mendes acompanhou-o a Angediva onde
            foi  posta em conselho a oponunidade da
            sua  ida a  Malaca.  Do conselho  faziam
            parte  alguns  dos  capitães  que  tinham                •
            estado  com  Diogo  Lopes  de  Sequeira
            naquela cidade os quais, com o apoio dos
            restantes,  desaconselharam  redonda-
            mente  a  ida  de  Diogo  Mendes  apenas   ·10,    )1).
                                                      ". "-
            com  cinco  navios.  Então,  Afonso  de
                                                     ;  10  -- -'.:.                           '.
            Albuquerque propôs a este que o  fosse
            ajudar a recuperar Goa e que, depois, lhe                                   1.-
            daria  os  meios  necessários  para  poder
            cumprir com êxito a missão de que o rei
            o  incumbira.
               Diogo  Mendes  anuiu  e,  com  a  sua          . ---_> ...        . •..
            armada  integrada  na  do  governador,                 '. -.. _-
                                                                                   "
            tomou parte na reconquista de Goa onde                                               ."  --.
            se bateu com toda a galhardia.  Depois,
                                                       SAMATRA
            com os seus homens, trabalhou esforça-
            damente  na  fortificação  da  cidade.
            Parecendo-lhe então que tinha cumprido
            a  sua  parte  do  acordo  que  fizera  com                                  --- "-',"-
                                                                                      '-..   <-- --_o_o.
            Albuquerque, pediu-lhe que cumprisse a
            sua,  isto  6,  que  lhe  desse  mais  alguns
            navios  e  que  o  deixasse  seguir  para
            Malaca. Mas, Albuquerque por nada do   reconstituir a sua armada e voltar à índia;   dor,  Diogo  Mendes  de  Vasconcelos,
            mundo queria dispersar as suas  forças.   que o  melhor que  Diogo  Mendes  tinha   apoiado pelos capitães,  mestres e  pilo-
            Alegou que a situação se havia  modifi-  a fazer era ir com ele ao mar Vermelho;   tos  da  sua  armada,  resolveu  ignorar
            cado; que era indispensável ir com todos   que na  volta lhe daria os navios  neces-  Afonso de Albuquerque e seguir com a
            os navios disponíveis ao mar Vermelho  sários  para  ir em força  a  Malaca!   sua armada para aquela cidade. E, numa
            a fim de evitar que os Rumes pudessem   Indignado com a atitude do governa-  noite, tentou levar os seus navios silen-

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