Page 380 - Revista da Armada
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INSTITUTO SUPERIOR NAVAL DE GUERRA              sua industrialização. A entrada de Portugal na I GG fez  acentuar
                         Frequência dos cursos                essa necessidade. Assim, acompanhando a reorganização da
                                                              Armada, de 1918,  foi criado o EM Naval, sucessor da Direcção do
            60                                                Serviço de Estado Maior da Armada  e organizado, em 1920,  um
                                                              curso funcionando  junto daquele EMN,  privilegiando, desde logo,
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                                                              a formação dos oficiais destinados a ali prestarem serviço.
                                                              Era o Curso Naval de Guerra, (CNG), frequentado por 1ºs TEN ou
            40                                                oficiais superiores, em regime de voluntariado.  Dez anos volvidos,
           FREQUÊNCIA  30                                     em 1930, ponderada de novo a experiência das marinhas de  ou-
             20                                               tros países, reconhecia-se a necessidade de actualizar o regime do
                                                              curso que foi assim desdobrado em Curso Elementar Naval de
             10                                               Guerra e Curso Complementar Naval de Guerra, de frequência
                                                              obrigatória para a classe de Marinha, como condição de promoção
              0                                               respectivamente aos postos de CTEN e de CALM.
                77/78  78/79  79/80  80/81  81/82  82/83  83/84  84/85  85/86  86/87  87/88  CSNG CGNG  RA : O Sr. Almirante falou também há pouco, de um novo CCNG.


                         ANO LECTIVO  88/89  89/90  90/91  91/92  92/93  93/94  94/95  95/96  96/97  97/98  CCNG  Que papel é que a Marinha lhe pretende ver atribuído?
                                                              ISNG : O 1º CCNG, iniciado no ano lectivo de 1997/98, representa
         em 1967, o Regulamento do ISNG passou a prever também a rea-  a concretização de um desiderato que vem de longa data. Visa
         lização de um Curso Complementar Naval de Guerra, para o  alcançar dois objectivos principais. Primeiro, constituir-se como um
         desempenho de funções especiais e de Cursos Monográficos.  elo intermédio da formação superior contínua que anteriormente
         Destes viriam a realizar-se Cursos de Operações Anfíbias, de  tinha apenas dois referenciais, indesejavelmente distantes entre si, no
         Informações Militares, de Guerra Electrónica e de Sistemas de  tempo em que são ministrados. Estou a falar do CGNG e do CSNG.
         Tratamento Automático de Dados, de Liderança, etc.    Desta forma, com a frequência do CGNG em 1º TEN, excepcional-
           O CCNG, com os objectivos indicados foi realizado apenas uma  mente em CTEN, do CCNG no posto de CFRG, e do CSNG no posto
         vez, no ano lectivo de 1986/87.                      de CMG, há uma maior harmonia no desenvolvimento da formação.
           Por último, na sequência da Lei Orgânica da Marinha, foi publi-  Depois, o arranque do CCNG veio permitir racionalizar a própria
         cado novo Regulamento do ISNG que consagra a incumbência de  formação, adequando os conhecimentos ministrados às funções  que
         promover a preparação complementar dos oficiais no campo  se têm como referência. Recordo que devido à frequência tardia do
         doutrinário e técnico das ciências militares, e o seu funcionamento  CSNG havia, e ainda há, numerosos lugares de CMG cujo desempe-
         na dependência do Almirante CEMA.                    nho requer a habilitação com curso adequado mas que têm vindo a
                                                              ser assumidos sem esse curso.
                                                                Ou seja, os seus titulares, na generalidade dos casos, desempe-
                                                              nham aqueles cargos com uma formação última  que tinham obtido
                                                              em 1º TEN no CGNG...O que se pretende, agora, é habilitar todos
                                                              os oficiais, desejavelmente por ordem de antiguidades, com o
                                                              CCNG, de forma a que quando lhes couber a frequência do CSNG,
                                                              em CMG, este curso seja um curso desenhado então, especialmente,
                                                              para o desempenho de funções de oficial general.
                                                              RA : Então o CCNG é condição de promoção a CMG ?

                                                              ISNG : No actual quadro estatutário, não é. Nos termos do
                                                              Regulamento da Avaliação de Mérito dos Militares da Marinha, o
                                                              desempenho dos oficiais durante o CCNG é objecto apenas de uma
         O Almirante CEMA visita o ISNG (Maio de 1997).
                                                              avaliação a juntar às demais da sua carreira, que ajudará a determinar
           No cumprimento da sua missão o Instituto ministra o CSNG, o  a sua escolha para o posto seguinte e eventual frequência do CSNG.
         CGNG, cursos complementares de após graduação e cursos mono-
         gráficos, podendo ainda ser ministrados “outros cursos de formação,  RA : Atrás, pareceu-me ver que o sr. Almirante tem algumas dificul-
         em áreas ou com objectivos específicos, que venham a ser  dades em dar cumprimento à missão do ISNG, conforme gostaria...
         definidos pelo CEMA”. É neste quadro, por exemplo que se situa  o
         novo Curso Complementar Naval de Guerra, que não tem qualquer  INSTITUTO SUPERIOR NAVAL DE GUERRA
         ponto de contacto com o curso realizado pela primeira e única vez,  Frequência dos cursos monográficos
         como disse, no ano lectivo de 1986/87.
           E aqui tem a história sucinta do ISNG na Junqueira.    45
                                                                  40
         RA : Falou o Sr. Almirante em cursos que de alguma forma se consti-
                                                                  35
         tuíram como percursores do ISNG. Para que a história fique comple-
                                                                  30
         ta gostaria de  sintetizar a génese desses cursos?       25
                                                                 FREQUÊNCIA
         ISNG : O contacto com marinhas de significativo poder, desde há  20
         tempo que vinha induzindo a necessidade de criação, também na  15
         nossa Marinha, de órgãos de Estado-Maior que apoiassem ade-  10
         quadamente os chefes no cumprimento da sua missão. Nos países  5                                 LIDERANÇA
         em questão, Reino-Unido, EUA, França e Alemanha, em especial, a  0                              G. ELECTRÓ
                                                                                                         INF.MIL.
         questão nascera no início do século XIX devido à complexidade  77/78  78/79  79/80  80/81  81/82  82/83  83/84  84/85  85/86  86/87  87/88  OP. ANFÍBIAS
                                                                                                        C3
         que caracterizava  a evolução da guerra no mar, com expressão na             88/89  89/90  90/91  91/92  92/93  93/94  94/95  95/96
                                                                              ANO LECTIVO          96/97  97/98
         introdução de meios cada vez mais sofisticados, permitidos pala
         18 DEZEMBRO 98 • REVISTA DA ARMADA
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