Page 385 - Revista da Armada
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Viagem de Instrução
Viagem de Instrução
Entre os dias 29 de Junho e 7
de Agosto decorreu mais uma
Viagem de Instrução, desta vez
com os cadetes do 4º ano da
Escola Naval. Tratou-se de mais
uma oportunidade para estes
cadetes terem um contacto
directo com a vida no mar,
como também de aplicarem
os conhecimentos académicos
adquiridos ao longo dos anos
na Escola Naval.
Exercícios com Draga-minas alemães.
o dia 29 de Junho, logo pela manhã, sociais, onde mais uma vez se afirmou e com alvo rebocado pela corveta “Baptista de
embarcaram nas corvetas “Baptista solidificou o espírito e a dedicação na inte- Andrade”. À entrada de Oslo, as salvas pres-
Nde Andrade” e “Oliveira e Carmo” gração de forças navais estrangeiras com um tadas pela Força Naval portuguesa foram
25 cadetes do curso “Comandante Dantas objectivo comum, neste caso específico, o solenemente ripostadas por uma bateria de
Pereira”, salientando-se a presença de 3 treino dos cadetes e guarnição dos navios. artilharia em terra. Depois das formalidades
cadetes do sexo feminino que, sem dificul- Aproveitando a presença de uma força na- habituais, foram feitos alguns exercícios
dades, se enquadraram no cumprimento das val estrangeira, foi realizado um “crosspol”. operacionais com as parelhas de “Tornados”
incumbências da vida a bordo. Este consistiu no embarque de 4 cadetes e 2 alemães na execução de mais dois exercí-
aspirantes fuzileiros em navios espanhóis e 2 cios conjuntos.
guarda-marinhas espanhóis em cada uma A cidade de Bremerhaven, na Alema-
das corvetas portuguesas. nha, foi o último porto a ser escalado pela
Ao fim de dois dias, os jovens cadetes e Força Naval portuguesa, coincidindo com
aspirantes portugueses e guarda-marinhas
espanhóis regressaram aos seus navios-mãe, A VIAGEM DE INSTRUÇÃO
com a certeza que tinham sido atingidos DOS CADETES DO 4º ANO
óptimos resultados.
Já em Amesterdão (Holanda), foi oferecida • Número de cadetes ...................................25
uma recepção a bordo da corveta “Oliveira e • Classe Marinha .............................11 cadetes
Resgate dos sobreviventes do incêndio Carmo”, onde estiveram presentes várias en- • Administração Naval .....................6 cadetes
da embarcação de pesca “Los Mazas”. tidades, nomeadamente o Embaixador de • Engenheiros Navais
Portugal em Haia, Dr. João Rosa Lã. (Ramo de Mecânica) ......................4 cadetes
Para o cumprimento desta missão, foi acti-
vada uma Task Unit constituída por duas cor- Após escala em Amesterdão, foram efectua- •Engenheiros Navais
vetas, num total de 288 militares, que teve o dos vários exercícios de manobras e comuni- (Ramo de Armas e Electrónica) .....4 cadetes
seu comando no CFR Tavares de Almeida cações com dois draga-minas alemães e
(CTU 210.16.01). ainda com parelhas de caça-bombardeiros as festas que se realizaram naquele porto,
O programa da viagem incluiu a escala em “Tornados”, que deixaram bem patente as cuja temática foi o Mar. De salientar que
suas inequívocas capacidades tácticas e
5 portos internacionais, sendo eles: Melilla e operacionais. Foram feitas várias passagens foram feitas 13.000 visitas durante os quase
La Corunha (Espanha), Amesterdão simulando ataques de mísseis e treino de tiro 5 dias que os navios portugueses estiveram
(Holanda), Oslo (Noruega) e Bremerhaven atracados. No último dia das festas, realizou-
(Alemanha). O primeiro porto a ser escalado -se a largada da Força Naval portuguesa,
foi Melilla, mas, antes da chegada, a força foi com uma enorme multidão postada no cais
confrontada com uma embarcação de pesca a assistir à partida dos navios.
espanhola, de nome “Los Mazas”, com Com uma despedida efusiva, onde os sil-
incêndio a bordo. De imediato foram vos das sereias dos navios acompanhavam o
despolotadas acções no sentido de extinguir acenar dos bonés, ficou o porto de
o incêndio, como também na busca de pos- Bremerhaven para trás e a vontade de regres-
síveis sobreviventes. Foram encontrados sete sar a Lisboa era já muito desejada.
náufragos ( seis de nacionalidade espanhola Finalmente no dia 7 de Agosto, a TU 210
e um marroquino) em duas jangadas salva- 16.01 atracava na Base Naval de Lisboa,
-vidas que se encontravam à deriva em pleno onde muitos familiares e amigos esperavam
mar mediterrânico. Já em Melilla, a Armada ansiosamente o regresso das guarnições e
Portuguesa foi exemplarmente bem recebida. cadetes.
Tendo como pano de fundo a visita da Força Cumpriu-se assim mais uma missão,
Naval portuguesa a este porto, bem como o onde o sucesso ficou bem patente e o
desenrolar de exercícios conjuntos com uma nome da Marinha de Guerra Portuguesa
TG espanhola durante o trânsito Melilla / La granjeou em portos distantes, o mais
Corunha, foram realizados vários eventos Exercícios navais com a TG espanhola. caloroso carinho e respeito.
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