Page 151 - Revista da Armada
P. 151

Um dia  ...
           Um dia  ...


           a bordo dum navio SAR                                                                          (1)
           a bordo dum navio SAR
                                                                                                           (1)



         Começava a animar-se o navio.
         A autorização para o arranque
         pneumático dos dois motores
         já fora dada quando, pelas
         14h00 A / LT (2), apitou à faina.
         Todos os olhares, todos os ouvi-
         dos iam dar à Ponte. Lançada à
         água a última espia de BB, a
         uma ordem do Oficial Ime-
         diato, foi arriado o Jaque (3). O
         navio, em 13 minutos, acabara
         de largar do cais militar do
         Ponto de Apoio Naval.
                                            Saindo a Barra de Setúbal.
              endo aberto de popa com máquina,  truir o campo de tiro do reparo duplo (5)de  priamente ditos podem ter de ocorrer muito
              sob a leve brisa que, do mar, varria  76 mm.                     ao largo e a, normalmente difícil, localiza-
         T a península de Tróia, o navio foi-se  Na Condição Geral «8» e na condição de  ção e, por vezes, a dramática concretização
         afastando paralelamente ao cais. As  estanqueidade «Z» (6), começava-se a dar  dum salvamento obrigam a uma pesquisa
         breves ordens do Comandante que, regis-  cumprimento à ORDMOV 097/01 dimanada  paciente mas em que os minutos não se
         tadas na «Folha de Registo de Ordens  pelo COMNAV quando, cinco minutos  podem desperdiçar, sobretudo em condi-
         para o Telégrafo e Leme», eram seca e  depois, se dava volta à faina de largada,  ções de tempo adversas.
         prontamente repetidas pelos respectivos  definida, através do ETO (7), a Condição «3  Na ponte, rendidos os postos, per-
         marinheiros da faina, o tinir do telégrafo a  A» (8) a que se passou a navegar.  maneceram até à efectiva saída da barra o
         transmitir ordens e o pronto retinir com  A funcionar toda a panóplia de equipa-  Comandante, o Imediato, o Oficial Nave-
         que a casa de controlo das máquinas  mentos necessários à navegação e à pesquisa  gador e o oficial e o pessoal que acabara
         acusava o seu cumprimento, dominavam  de barcos de pesca, nomeadamente  de entrar de Quarto, além do pessoal que
         o espaço da Ponte onde cada homem, no  arrastões, eventuais infractores a investigar,  ocupa postos na situação de Navegação
         seu posto, se concentrava na sua função.  sem esquecer a escuta permanente do canal  em Águas Restritas.

                                                                                 Passada a casa de Mac-Mahon (10), ao
                                                                               largo do Sanatório do Outão, a cumprir a
                                                                               tradição apitou-se, mas nem um aceno se
                                                                               vislumbrou onde eram tantos e tão vee-
                                                                               mentes como sempre são os das crianças.
                                                                               E foram ficando pela alheta de EB o
                                                                               Portinho, o Forte do Cavalo, ...
                                                                                 Ao dobrar-se o Espichel com tempo de
                                                                               SW, força 4 e ondulação de 2,5 m, com
                                                                               visibilidade moderada a reduzida e chu-
                                                                               visco sob um céu forrado e já rumo a
                                                                               Norte, agravou-se o balanço do navio que
                                                                               responde bem ao mar que se ia cavando.

                                                                                 Ao longo do navio, no Centro de Comu-
                                                                               nicações, na Cifra, na Casa de Controlo
                                                                               das Máquinas, na Casa das Máquinas, no
                                                                               Centro de Controlo e Distribuição de
         Adornando a estibordo.
                                                                               Energia, na Casa dos Geradores fomos
           Primeiro AV DEV, depois AV MF e já  de socorro, o «Canal 16» (156.8 MHz), e fre-  encontrando pessoal de Quarto pronto a
         com um rumo bem definido, AV TODA (4)  quências associadas à missão SAR, a princi-  intervir embora todos, mesmo os que se
         fez-se à barra, segundo o «Plano de  pal cometida à Corveta «General Pereira  podem entregar a lazeres como, em duas
         Entrada/Saída Visual do Porto de   d’Eça» ao longo desta semana.      das Cobertas desactivadas (11), a jogos
         Setúbal»,  enquanto no castelo, engolido  De facto um navio em Missão SAR, fica  electrónicos ou ao saborear de um vídeo
         o ferro, se procedia ao aboçar da amarra e  sujeito a uma prontidão (9) muito apertada  no refeitório ou nas câmaras (12), estejam
         se arriava o pau do jaque a fim de desobs-  pois tanto a busca como o salvamento pro-  igualmente envolvidos.  ✎
                                                                                         REVISTA DA ARMADA • MAIO 2001  5
   146   147   148   149   150   151   152   153   154   155   156