Page 154 - Revista da Armada
P. 154
Notas:
(1) Search and Rescue i.e. Busca e Salvamento ... de
vidas humanas no mar
(2) A – Alfa é o fuso da hora oficial de Verão, ou LT -
Local Time
(3) O Jaque, à proa, é uma bandeira quadrada que a
navegar vai arriada.
(4) AVante DEVagar, Meia Força e TODA a força
(5) Plataforma móvel em direcção onde assentam
duas peças de artilharia.
(6) Todos as portas, escotilhas, etc., marcados X, (X),
Y, (Y), Z e (Z) que, em Postos de Combate, têm de estar
fechados.
(7) ORDem de MOVimentos do COMando NAVal.
(8) Navegação em Águas Restritas.
(9) Entre duas horas e Imediata (Aviso de mau tempo
ou outro de idêntica gravidade).
(10) Oferecida ao Presidente da França que, em 1875,
arbitrou a nosso favor o litígio com a Inglaterra àcerca
Aspecto da ponte de comando. dos territórios de Lourenço Marques e a sul do rio
Maputo que dá actualmente nome à capital de
Acompanhando o Comandante reco- nas nossas memórias. Moçambique.
lhemos ao nosso beliche, passava da meia Agora era Lisboa resplandecendo, as (11) Do navio foi, com substancial redução da sua
noite. Adormecidos pelo cansaço quando vidraças incendiadas de sol e uma bela fraga- guarnição, desembarcado equipamento obsoleto ou
desnecessário às suas presentes missões, mais de interes-
despertados, tacteando, descobrimos a luz de ta de Castela (29) ostentando uma bandeira se público marítimo do que militar,.
leitura que, corridas as cortinas para não per- maior que ela. (12) Nos navios de guerra as câmaras são as salas
turbar o nosso parceiro de camarote, acen- Faina às 08h55, ao dobrar Cacilhas e já comuns dos oficiais ou dos sargentos. O comandante
demos para ver as horas, estávamos seguros com os dois rebocadores a postos demandan- dispõe normalmente de uma camarinha privativa.
(13) O «Detalhe» é o mapa geral das funções atribuí-
de que os balanços, o arfar, e agora o caturrar do o canal do Alfeite e depois o cais 3 Sul da das a cada elemento da guarnição em cada uma das
e a ocasional cavitação não dariam tréguas Base Naval de Lisboa, um deserto de navios várias «Condições Gerais (17)» ou «Especiais (13)» em
ao nosso precioso sono. de guerra a que atracaríamos a tempo de os que o navio se encontra empenhado, sintetizadas num
Na câmara de oficiais, jornais pelo chão e oficiais irem ao «Briefing» com que no Centro «Cartão de Detalhe» pessoal.
(14) Este tipo de navios não possui instalações para
cadeiras viradas, reconfortámo-nos com de Instrução de Táctica Naval (CITAN) se irá pessoal feminino.
umas bolachas e um leite que fomos encon- preparar o exercício Contex/Phibex 01 pro- (15) Os marujos sabem que a fera é o mar.
trar na copa onde uma sinfonia de chávenas, gramado para a semana seguinte, tendo como (16) Um Canal virtual a 9 milhas a Oeste das
talheres ou o que fosse, parecia regida pela convidados unidades da Armada espanhola. Berlengas, por onde deve passar o tráfego que se
colher do açúcar em busca do nosso copo. Felizmente a «Mala SAR (30)» não teve de dirige para Norte e que permite assegurar uma nave-
Na Ponte os primeiros alvores despon- ser aberta. gação mais safa e fazer um controle estatístico do
tráfego marítimo. Em Espanha feito diariamente ao
tavam enquanto cruzávamos ao largo da Quando abandonámos o navio os arti- largo do cabo Finisterra, em Portugal foi apenas feito
Barra de Lisboa. lheiros iniciavam as rotinas da Boffors de ao largo do cabo da Roca durante um breve período
Quando a alvorada apitou no ETO, às 40mm como se o navio tivesse passado a e há mais de uma década.
06h30, já o Comandante estava na Ponte e semana no remanso duma ... marina. (17) Leia-se Oes-sudoeste
(18) Leia-se Su-sueste
(19) Mensagem de Declaração de Avistamen-
to/Vistoria de embarcações de pesca..
(20) «...Agosto de 1915 ...(contra os)...aguerridos
Cuamatos, Evales e Cuanhamas... 60.000 guerreiros, dos
quais 20.000 ou 30.000 dispunham de armas modernas
...auxílio dado pelos alemães ... »
(21) O brazão de armas da corveta recopia o de D.
Afonso V, o Africano. A espada, legada pelo General
Pereira d’Eça à Armada, encontra-se patente no Museu
da Marinha.
(22) «Capitão» é tradicionalmente a designação dada
ao menos graduado e normalmente mais jovem elemento
da guarnição. Talvez uma forma de o compensar pelos
trabalhos mais pesados que lhe eram atribuíveis. Na
Armada são admitidos Voluntários a partir dos 18 anos.
(23) Os quartos não rendem às tradicionais horas
porque são agora de três horas.
(24) Recorda-se que aqui esteve montado um
«Ouriço», uma arma anti-submarina. Tratava-se de uma
plataforma dispondo de um elevado número de espigões
alinhados e ligeiramente inclináveis, daí o nome, que
Mestre apita a Alvorada.
recebiam projécteis que num ataque bem orientado se
afundavam em círculo, sobre o submarino.
se demandava o enfiamento Gibalta-Esteiro- Quatro «Daphnée (31)» de braço dado, (25) A actual guarnição compõe-se de 7 oficiais, 13
-Mama (duas luzes vermelhas e uma bran- quatro, diante da Esquadrilha de Submarinos sargentos e 50 praças.
ca) que tomámos, rumo 047, pelas 06h55, lembraram-nos que o ambicioso Plano Naval (26) Helicóptero ao serviço da Base Aérea do
cumprindo o «Plano de Entrada/Saída Visual iniciado com Franco continua de vento em Montijo.
(27) Na ponta de um cabo de pequena bitola.
do Porto de Lisboa». popa que a tão vizinha Espanha terá inimigos (28) Leia-se «Pócui irr dújom, marenáje!». Paz à sua
ou interesses que nós não vislumbramos. alma de marinheiros!
Ao tempo farrusco sucedeu-se um dia Felizes, patetas ou irremediavelmente cegos? (29) A fragata «Baleares» da classe Americana
bonançoso e o primeiro combóio eléctrico Nós! «Knox».
(30) Onde se guardam equipamentos e documentos
transportou-nos à manhã da nossa primeira necessários a este tipo de missões, inclusivé uma má-
entrada da Barra, há 55 anos, vindos duma Dr. Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves quina fotográfica e uma câmara de vídeo.
pacífica e promissora África que já só existe 1TEN REF (31) Reduzida, a nossa esquadrilha, a dois submarinos.
8 MAIO 2001 • REVISTA DA ARMADA