Page 9 - Revista da Armada
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Missile 3, permitirá interceptar e destruir
                                                                               mísseis balísticos até distâncias de cerca
                                                                               de 1500 quilómetros, nomeadamente
                                                                               enquanto o míssil inimigo se encontra
                                                                               fora da atmosfera.
                                                                                 O Rolling Airframe Missile (RAM), virá
                                                                               substituir com vantagens os sistemas de
                                                                               defesa própria como os existentes nas
                                                                               “V. Gama” (Phallanx), permitindo inter-
                                                                               cepções até cerca de cinco quilómetros,
                                                                               podendo mesmo utilizar a estrutura
         Impressão artística da corveta “Visby” da Marinha sueca.              onde hoje está montado o canhão.
                                                                                 O Sea Sparrow evolui no sentido de, a
         navais, terrestres e aéreas. Os sistemas  permitir reduzir o custo do desenvolvi-  muito curto prazo, duplicar as capaci-
         fornecerão maior protecção às forças e  mento destas novas munições de grande  dades actuais.
         possibilitarão ataques de precisão com  alcance e guiamento por GPS.
         mísseis e artilharia guiada, defesa contra  O novo Harpoon Block II permitirá o  GUERRA SUBMARINA
         ataques de mísseis tácticos ou balísticos  disparo por submarinos, navios de
         e ainda a capacidade de ataque em  superfície e aviões e a destruição de  O maior avanço nesta área prende-se
         cooperação (co-operative engagement  alvos no mar, mesmo para além do  com a capacidade autónoma de detecção
         capability), onde um navio ou avião  alcance radar, em zonas portuárias e até  de minas.  No litoral, as minas são uma
         pode atacar um alvo com base em infor-  em terra, utilizando funções de posição,  arma temível, e os navios não podem
         mação disponibilizada por outro meio  busca ou anti-radiação.  Eventualmente  aguardar pela limpeza da área pelos
         naval, terrestre ou aéreo.         será possível disparar Harpoon a partir  pachorrentos navios de contramedidas de
                                            de camiões...                      minas.  Neste sentido, as fragatas serão
         GUERRA DE SUPERFÍCIE E AÉREA         O novo Tomahawk, com alcance até  dotadas de sonares que permitam a
                                            2500 Km, permitirá alterar a selecção de  detecção e classificação de minas, e de
           Os navios do futuro disporão de peças  alvos durante o voo, disporá de uma  meios de inactivação. Também os heli-
         de artilharia encastradas para dis-  câmara de vídeo que possibilitará vi-  cópteros disporão de sistemas de detec-
         pararem verticalmente munições     sualizar as fases de pré e pós ataque,  ção de minas, tais como a “lâmpada
         guiadas com alcances superiores a cem  poderá ser re-dirigido em voo, pairar  mágica”, a laser, que lhes permitirão
         quilómetros.  Nos Estados Unidos e na  sobre o alvo enquanto aguarda “ordem”  detectar minas até uma profundidade ele-
         Europa estudam-se munições de cinco  para atacar e custará cerca de metade  vada. Estuda-se ainda o melhor processo
         polegadas, auto propulsionadas e   do preço actual.                   para a detecção e inactivação de minas
         guiadas, com alcances de cerca de    O Standard Block IV permitirá, em  em águas muito pouco profundas, até
         setenta milhas náuticas.  Está também  conjunto com um radar phased-array,  dez metros, de modo a poder levar a
         em estudo a possibilidade de dotar os  abater mísseis balísticos na sua fase  cabo desembarques em áreas minadas.
         navios com peças de 155 m/m,  seme-  descendente, enquanto que uma versão
         lhantes à artilharia terrestre, o que virá  mais musculada, designada Standard  CONCLUSÕES

                                                                                 Os navios que deverão substituir as
                                                                               “J. Belo”, mais do que manter a capaci-
                                                                               dade oceânica de superfície da Marinha
                                                                               Portuguesa, virão dar-lhe uma capacidade
                                                                               de influenciar directa e decisivamente os
                                                                               acontecimentos em terra, a partir do mar.
                                                                               O seu contributo para as operações con-
                                                                               juntas e combinadas será decisivo para o
                                                                               apoio à estratégia global e à política exter-
                                                                               na do Estado, integrando forças navais (ou
                                                                               conjuntas) nacionais ou multinacionais.
                                                                                 Uma esquadra dispondo de seis fragatas
                                                                               modernas com helicópteros orgânicos e
                                                                               submarinos pode disponibilizar meios
                                                                               para, em segurança, escoltar o navio poli-
                                                                               valente logístico, o navio reabastecedor e
                                                                               os navios de transporte necessários para a
                                                                               realização de operações de projecção de
                                                                               força sejam elas em situação de conflito
                                                                               ou de apoio à paz.  Assim será possível
                                                                               aumentar a capacidade para dissuadir, ou
                                                                               seja, mostrar força suficiente para intervir
                                                                               ou retaliar contra aqueles que ousarem
                                                                               perturbar a paz.

         Impressão artística do DD21, Land Attack Destroyer, a construir pela Marinha Americana a partir de 2004.
         Para além de furtivo, será dotado de grande potencial de ataque a objectivos terrestres. Todos os mísseis  Bráz da Silva
         serão de lançamento vertical.                                                                        CFR
                                                                                       REVISTA DA ARMADA • JANEIRO 2001  7
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