Page 11 - Revista da Armada
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temperatura no local e ao longo da
coluna de água, para calibração dos
modelos de propagação.
A operação decorreu com êxito, (Fotografias: 1TEN Dias Correia)
tendo sido atingidos todos os objec-
tivos científicos. Todos os instrumen-
tos foram fundeados e recuperados
sem danos.
OPERAÇÃO DE MAR DO
PROJECTO "INFANTE"
O teste de mar do projecto
"INFANTE" teve por finalidade testar
os sistemas acústicos de comunicação e
efectuar testes aos sistemas de teleco-
mando e navegação do veículo
autónomo "DELFIM". Este veículo O N.R.P. "D. Carlos I" junto à bóia transmissora e flutuador de sinalização da cadeia de hidrofones ULVA.
autónomo será no futuro associado a
um AUV (Autonomous Underwater
Vehicle) e dispõe de dois sistemas de todos os instrumentos e equipamentos expedito, um levantamento com sonar
comunicação acústica (através de uma foram recuperados em perfeitas lateral e um levantamento com um
cadeia de hidrofones específica e de condições. equipamento de sísmica ligeira da
um módulo de fundo). área de fundeamento do ULVA/HFA
Na segunda fase da operação de e dos trajectos acústicos. Estes levan-
mar do projecto "INFANTE", o navio tamentos tiveram por objectivo reco-
Para o teste dos módulos de superfí-
cie e de fundo, o navio fundeou uma colocou na água o catamaran lher informação sobre a evolução da
cadeia de hidrofones denominada "DELFIM", após o que este realizou batimetria, e sobre a natureza do
HFA (High Frequency Array) e um sis- diversas trajectórias programadas a fundo e da cobertura sedimentar.
tema constituído por um transdutor e partir dos instrumentos instalados no
um módulo de electrónica (módulo de navio, testando os algoritmos de con- ASPECTOS RELATIVOS AO
fundo). É de salientar que o HFA utili- trolo e os sistemas de navegação. Os PLANEAMENTO E EXECUÇÃO
zou a mesma bóia transmissora do objectivos dos testes foram plena- DA MISSÃO
ULVA para enviar a informação para o mente atingidos. Após a realização
navio via rádio. Por razões não esclare- dos testes, o catamaran foi recuperado Todo o planeamento da sequência de
cidas, não foi possível estabelecer em perfeitas condições. operações foi efectuado com base nas
comunicações acústicas com o navio previsões meteorológicas do FNMOC
através do módulo de fundo. Os testes LEVANTAMENTOS DA ÁREA (Fleet Numerical Meteorology and
de comunicação entre o módulo de DE OPERAÇÕES Oceanography Center). Deste modo,
superfície (operado a partir do navio) foi possível programar de forma optimi-
e o HFA decorreram com êxito, tendo Para além das operações descritas zada os movimentos do navio e a se-
sido atingidos todos os objectivos. anteriormente, foram ainda efectua- quência das operações dentro da janela
Após a realização das experiências, dos um levantamento hidrográfico
de tempo determinada no ORDMOVE
da operação, aspecto que se revelou
essencial para o cumprimento eficiente
da missão. O sistema de aquisição de
informação hidrográfica existente no
navio, constituído por um computador
dotado com o software HYPACK, son-
das hidrográficas e um receptor GPS,
revelou-se também fundamental para
o controlo rigoroso de todas as mano-
bras e evoluções. Durante as operações
delicadas de fundeamento e recupe-
ração dos instrumentos e equipamen-
tos (de grandes dimensões e custo ele-
vado) ficou patente a boa capacidade
de manobra do navio, particularmente
as possibilidades conferidas pelo
propulsor de proa. O navio desempe-
nhou de forma eficiente todas as ope-
rações, o que contribuiu para transmi-
tir às equipas científicas embarcadas
uma imagem positiva da Marinha.
O N.R.P. "D. Carlos I" junto do veículo autónomo "DELFIM", desenvolvido pelo Instituto Superior Técnico no Carlos M. Lemos
âmbito do projecto "INFANTE". CTEN EH
REVISTA DA ARMADA • JANEIRO 2001 9