Page 300 - Revista da Armada
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Corveta “Augusto Castilho”
                                     Corveta “Augusto Castilho”

           Base naval de lisboa, 27 junho de 2002
         ás 0930 locais. No ETO ouve-se o apito do
         mestre seguindo-se-lhe a pragmática voz do
         Of. Imediato dizendo “Estabelecida a
         condição geral 8 – Faina Geral, Faina
         Geral”. Começava assim mais uma navega-
         ção do NRP “Augusto de Castilho”. Para a
         guarnição, esta era apenas mais uma missão
         SAR a cumprir, com o aliciante de uma
         escala no estrangeiro (algo infelizmente raro
         nos dias que correm), mas para os cadetes
         do curso Valm Teixeira da Mota, esta era a
         sua viagem de instrução.
           Soltadas as amarras o navio largou da
         base e fez-se ao mar, não sem antes ter atra-
         cado no cais militar do Portinho da Costa
         para efectuar uma faina de munições. Após  Postos de Honras à passagem por Sagres.
         as sempre pincelosas arrumações de materi-
         al e os cadetes distribuídos pelas cobertas  do que devia...). Dois dias depois (01Jul02) o  vistoriazinhas na fronteira (desta vez no sul)
         previamente estabelecidas, estes iniciaram a  navio largou em direcção à Figueira da Foz  seguimos para o banco do Gorringe para se
         sua viagem sendo integrados nos quartos à  fazendo um pequeno desvio pela fronteira  efectuar um exercício de tiro real. Assim e
         ponte, à central de máquinas/LA e à TSF,  norte e mais uma vez o aviso 3-F dominou. A  após todos os check safety de rotina, lá
         pois assim não se enfegava a ponte com  curta passagem pela Figueira (02Jul02 a  demos fogo à Peça tendo sido “despejadas”
         muita gente (questões óbvias de segurança)  03Jul02) deu para retemperar os ânimos se-  20 munições de 76mm, 120 de 40mm (com
         e os cadetes teriam oportunidade de obser-  guindo o navio para as pacíficas águas do sul.  a participação de alguns cadetes na peça) e
         var outros locais e serviços.        Após uns dias de mar finalmente Portimão  1200 munições de G-3 tendo todos os
           Até Leixões não haveria mais nada a re-  (05Jul02). Aqui, como é normal e sabido,  cadetes feito gosto ao dedo.
         gistar a não ser as constantes sondagens ao  desenvolvem-se as melhores actividades  No dia 12 de Julho chegamos finalmente
         fundo do mar, vulgo enjoo, uma vez que o  extracurriculares das redondezas e arredores.  ao porto de  Cadiz tendo o Comandante do
         Rei Neptuno não teve muitas complacên-  Foi no entanto a bordo que se desenrolou um  Navio oferecido uma recepção a bordo às
         cias para quem o houvera desafiado, e o  dos exercícios mais sui generis alguma vez  entidades locais que se prolongou pela
         sempre omnipresente aviso ao ETO   vistos – O de ameaça de bomba. Quaisquer  noite com fados e guitarradas. Feliz coin-
         “Estabelecida a condição especial 3-F-visto-  palavras que aqui escreva não serão sufi-  cidência foi o facto de estarem a decorrer as
         ria” - uma constante durante toda a viagem  cientes para relatar o evento, registando-se  festas em San Fernando para enorme satis-
         – que fez com que os Srs. Cadetes tivessem  apenas o espectacular desempenho do Alfa  fação do pessoal.
         de sujar as suas mãos no peixe.    Bravo 1 e Charlie Delta 2 (dois cadetes figu-  No dia 16 de Julho o navio atracou na
           Em Leixões cumpriu-se a tradição de quem  rantes) que muito ajudaram a tornar o exercí-  Base Naval de Lisboa terminando a viagem
         atraca neste porto em viagem de instrução, ou  cio o mais real possível.  de instrução.
         seja, visita às Caves do Douro, com a normal  Largamos de Portimão (07Jul02) esperan-
         prova de vinhos (houve quem provasse mais  do pela frente 5 dias de mar. Após umas  Colaboração do NRP “Augusto Castilho”


                                                   NE “Polar”
                                                   NE “Polar”

           Após terminado o ano lectivo 2001/2002  tação à vida no mar, praticar navegação  e o reconhecimento da balizagem (IALA) –
         na Escola Naval, realizaram-se duas via-  estimada e costeira, conhecer as regras  foram atingidos. Integrando a guarniçao do
         gens de instrução no N.R.P. “Polar”.  para evitar abalroamentos no mar (RIEAM)  navio, os cadetes tiveram oportunidade de
           A primeira decorreu no período de 27                                executar as mais variadas tarefas de bordo,
         de Junho a 16 de Julho, sob o comando                                 quer a navegar quer atracado, destacando-
         do CFR Xavier da Cunha, com os cadetes                                -se a de adjunto ao oficial de quarto, faina
         do 2º ano do curso “VALM Teixeira da                                  de mastros, limpeza e manutenção do
         Mota” (três grupos de 12 cadetes) em                                  navio, serviços a bordo bem como a con-
         conjunto com o N.R.P. “Augusto Casti-                                 fecção de todas as refeições.
         lho”, a segunda, sob o comando do CTEN                                  No período de 27 de Junho a 16 de Ju-
         Machado da Silva, decorreu no período                                 lho, os portos visitados foram: Peniche, Fi-
         de 27 de Julho a 2 de Agosto, com os                                  gueira da Foz, Sines, Vilamoura, Portimão,
         cadetes da classe de Médicos Navais dos                               e Puerto de Santa Maria (Cadiz). Percor-
         2º e 3º anos (15 cadetes), respectiva-                                reram-se 718 milhas em 20 dias.
         mente, dos cursos “VALM Teixeira da                                     No período de 27 de Julho a 2 de
         Mota” e “ALM Sarmento Rodrigues”.                                     Agosto foram visitados os portos de:
           Durante a viagem de instrução foi possí-                            Vilamoura, Lagos e Portimão, tendo sido
         vel navegar perto de costa e praticar vários                          percorridas 335 milhas em 6 dias.
         portos do continente e estrangeiro. Assim,                                            Colaboração do NE “Polar”
         os objectivos da viagem do 2º ano – adap-  NE “Polar”.

         10 SETEMBRO/OUTUBRO 2002 • REVISTA DA ARMADA
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