Page 347 - Revista da Armada

Homenagem ao Vice-Almirante Cruz Júnior
Homenagem ao Vice-Almirante Cruz Júnior

quando da apresentação do seu Livro Póstumo
quando da apresentação do seu Livro Póstumo

ob a presidência do VALM Rebelo Duarte, em represen- fragata “Corte Real” constituíam as unidades navais mais
tação do Almirante CEMA, realizou-se na Biblioteca operacionais da Marinha.
SCentral a apresentação do livro: “O Mundo Marítimo Volta depois ao Fomento tendo sido Capitão do Porto e
Português na Segunda Metade do Século XVIII”, obra póstuma Comandante de Defesa Marítima dos Portos de Portimão e
do VALM Cruz Júnior e simultaneamente a homenagem a este Lagos, ocasião em que, como citou o CALM Leiria Pinto então
distinto oficial general. comandante da lancha “Azevia”, dele recebeu valiosas infor-
Com a presença, entre outros, da família do homenageado, mações e sábios conselhos sobre a situação das pescas e a pro-
oficiais seus contemporâneos na Escola Naval e membros da blemática da sua fiscalização.
Academia de Marinha e da Terminada a comissão na capitania regressa a África agora
Sociedade de Geografia de como Chefe da Divisão de Operações no Estado Maior do
Lisboa, o Presidente da Comando Naval de Moçambique. A partir de 1971 o CFR Cruz
Comissão Cultural da Júnior presta serviço na I Divisão do Estado-Maior da Armada,
Marinha, CALM Leiria onde adquiriu conhecimentos e experiência que lhe serão
Pinto, iniciou a cerimónia muito úteis quando, mais tarde, na Direcção do Serviço de
sintetizando o que foram Pessoal chefia a 2ª e a 1ª Repartições e, após a promoção a ofi-
os cerca de 50 anos de bri- cial general, a própria Direcção.
lhantes serviços ao País Nos últimos cinco anos no activo é Director Geral dos
Serviços de Fomento Ma-
rítimo tendo, na altura, toma-
do medidas, no sentido de
reestruturá-los e actualizá-los,
algumas das quais, devido à
sua eficácia, apesar de decor-
ridas quase duas décadas,
ainda se fazem sentir.
Por ter atingido o limite de
idade passa à situação de
reserva em 1985 “mas não
prestados pelo VALM Cruz
Júnior, durante os quais “sem-
pre demonstrou ser dotado de
excepcionais aptidões, fossem
elas intelectuais, de carácter
tecnico-profissionais ou prin-
cipalmente de chefia”. Conside-
rando a iniciativa e a eficácia
como as características mais
notáveis do Almirante “Já que
era possuidor de uma actividade
e de uma dinâmica imparáveis” distinguiu seguidamente os perío- diminui a sua actividade.
dos mais salientes da sua vida. Parar não era com ele!” Fará
Assim, após a sua promoção a Guarda-Marinha, em 1949, foi parte do Conselho Su-
piloto na Aviação Naval e posteriormente chefe de serviço de perior de Disciplina da
bordo e comandante do draga-minas “S. Miguel” e do navio Armada e no âmbito do
oceanográfico “Salvador Correia”. Ministério da Defesa
A partir de 1956 e durante 9 anos prestou serviço em Angola. Nacional será Presidente
Inicialmente como Capitão do Porto e Comandante da Defesa do Conselho da Ciência e
Marítima de Santo António do Zaire, onde estudou e planeou Tecnologias da Defesa.
medidas, que seriam concretizadas com êxito, para levar a Referido também o facto
efeito uma melhor fiscalização da fronteira marítima do Rio de ter sido membro de
Zaire, a qual adquiriu grande importância para a segurança do várias associações entre as quais se destacam a Academia de
Norte de Angola especialmente após 1960, com a independên- Marinha e a Sociedade de Geografia de Lisboa onde desen-
cia do Congo Belga. Em 1961, o então 1TEN Cruz Júnior, pas- volveu amplamente as suas elevadas qualidades e capaci-
sou a exercer o espinhoso cargo de Governador do Distrito do dades.
Zaire, espaço onde a guerrilha iria actuar com mais violência. Notável e determinante foi o acompanhamento que o
A Medalha de Ouro de Serviços Distintos no Ultramar, com Almirante manteve ao plano de restauro, inadiável devido ao
que foi agraciado pelo Ministro da tutela, constitui a expressão precário estado de conservação, dos três aparelhos perten-
clara do modo excepcional como desempenhou as funções centes a Aviação Naval que se encontram no Museu da
governativas. Marinha e a sua acção mobilizadora junto do mecenato, permi-
De regresso a Lisboa o CTEN Cruz Júnior é oficial imediato tindo assim a concretização de tal projecto. Simultaneamente
da fragata “Diogo Cão”, que na época conjuntamente com a concepcionou, organizou e coordenou uma exposição relativa à
REVISTA DA ARMADA • NOVEMBRO 2002 21