Page 348 - Revista da Armada
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1ª Travessia Aérea Lisboa – Rio de Janeiro a qual, devido ao navais, o comércio marítimo, a pesca, conjuntamente com as
êxito alcançado, passou a constituir uma das apresentações respectivas estruturas industriais e logísticas. Na III e última
itenerantes do Museu. Parte são analisados quadros estatísticos relativos a aspectos
A terminar o CALM Leiria Pinto afirmou: “Aviador naval, da actividade marítima, nomeadamente a organização do
chefe de serviços de bordo, oficial imediato, comandante, capitão de respectivo comércio. O CMG Rodrigues Pereira terminou a sua
portos, oficial de Estado-Maior, governador ultramarino, Director exposição citando o autor quando este afirma: “Nos 50 anos que
do Pessoal e Director Geral de Marinha, tal foi a variedade dos car- vão de 1750 a 1800, a Coroa e os seus governos prosseguiram uma
gos desempenhados com inexcedível dedicação, competência e eficá- política de afirmação naval, em crescendo, cujo apogeu se atingiu no
cia. Assim, esta modesta homenagem que prestamos ao Homem, virar do século, nunca mais igualado, que garantiu a defesa dos nos-
que deve ser apontado como um paradigma do verdadeiro oficial da sos interesses vitais ultramarinos e comerciais, contribuindo ainda
Armada, é inteiramente justa e merecida. É lapidar e sintetiza para a manutenção da independência nacional.”
claramente os laços que uniam o Vice-Almirante Abílio Freire da Antecedendo o Porto de Honra, com que terminou a cerimó-
Cruz Júnior à Marinha, na dedicatória que ele inseriu neste seu nia, o VALM Rebelo Duarte ofereceu aos familiares do home-
livro: nageado a obra apresentada.
“Dedico esta obra à Marinha que me formou, à Marinha que N.R.
durante tantos anos eu servi, e à Marinha que continuo a amar!” Nos últimos tempos da sua vida o Almirante Cruz Júnior era
Seguidamente o CMG Rodrigues Pereira, Secretário da visita assídua da Revista Armada, tendo colaborado com
Comissão Cultural, fez a recensão da obra, a qual está dividida muitos artigos designadamente sobre Aviação Naval. O seu
em três partes com um total de 16 capítulos. trabalho “Sacadura Cabral. O homem que deu asas à
Na I Parte é analisada a situação mundial na segunda Marinha” foi considerado o melhor artigo do ano 2000, publi-
metade do século XVIII, sob uma perspectiva geopolítica e cado na Revista da Armada, tendo sido por isso contemplado
social, referidos os objectivos da política externa portuguesa e com o “Prémio Comandante Joaquim Costa”.
os principais objectivos nacionais permanentes.
Na II Parte são descritos, em 5 capítulos, as actividades (Colaboração da Comissão Cultural da Marinha)
TOMADAS DE POSSE
NOVO DIRECTOR-GERAL DO INSTITUTO HIDROGRÁFICO
● Realizou-se no passado dia 8 de No seu discurso o VALM Silva Cardoso
Agosto, na Casa da Balança, a cerimónia referiu:
da tomada de posse do Novo Director- “... A nossa orientação prioritária incidirá
-Geral do Instituto Hidrográfico, Vice- sobre três eixos fundamentais e para eles procu-
-Almirante Carlos António David da Silva rarei as melhores soluções e a obtenção dos
Cardoso, presidida pelo Almirante necessários recursos financeiros.
CEMA. Estiveram presentes diversas enti- - Em primeiro lugar a valorização do poten-
dades militares e civis, designadamente cial dos nossos recursos humanos através de
dirigentes de Laboratórios do Estado e de uma formação contínua e exigente, acompanha-
Universidades. da por um necessário rejuvenescimento de
Das palavras proferidas pelo Almirante quadros;
Mendes Cabeçadas é de realçar: - Em segundo lugar a continuação da nossa
“... Existe por vezes a tendência de subva- valorização e da nossa capacidade em meios te-
lorizar a importância estratégica do I. H. como cnológicos para assegurar que continuemos a
elemento integrante do dispositivo da par dos países mais desenvolvidos no que
Marinha, uma vez que parte significativa da respeita à investigação científica do mar;
actividade que desenvolve se relaciona com a - Em terceiro lugar a manutenção de uma
prestação de serviços para o exterior. É impor- capacidade operacional eficaz, de moda a acom-
tante não esquecer, porém que a primeira panhar na primeira linha o progresso da ciência
responsabilidade do I. H. é o apoio às operações e da tecnologia do mar. (...)”.
navais, e a aplicação militar das tecnologias e
do conhecimento que decorrem das suas acções de investigação. É disso O Vice-Almirante Carlos António David da Silva Cardoso nasceu em Lisboa em
exemplo recente o empenhamento, em cooperação com a NATO, na edi- 1944, e frequentou o Curso de Marinha da Escola Naval entre 1961 e 1965, tendo
ficação de uma arquitectura vocacionada para o desenvolvimento de pro- sido promovido a Guarda-Marinha em Janeiro de 1965.
dutos relacionados com o “Rapid Environmental Assessment”, em que Especializou-se em Fuzileiro Especial e possui, entre outros, o Curso Superior
a Marinha assumiu grande protagonismo.(...). Naval de Guerra, o Curso Monográfico em Direito Internacional e os Cursos de
Referiu ainda: “... Nesta conformidade, o programa de adaptação e Aperfeiçoamento em Táctica Naval e Controlo Naval de Navegação (NCSO).
Esteve embarcado em várias unidades navais, nomeadamente no NRP
apetrechamento do NRP “D. Carlos I” deverá traduzir-se, em termos do “Alm. Magalhães Corrêa”, NRP “Afonso de Albuquerque”, tendo comanda-
planeamento e da execução, como uma das actividades prioritárias e do o NRP “Centauro” em Angola (1970-72).
para a qual terão, necessariamente, de ser canalizados os recursos Em terra desempenhou funções de Instrutor na Escola de Fuzileiros, 2º
humanos e materiais adequados. O problema do reapetrechamento do Comandante da Força de Fuzileiros do Continente (1975-77), Chefe da 2ª Secção da
1ª Repartição da Direcção de Serviço de Pessoal, Comandante da Defesa Marítima
NRP “Alm. Gago Coutinho” tem merecido o meu empenhamento pes- e Capitão do Porto da Nazaré (1978-82), Chefe do Estado-Maior do Comando
soal, e estou certo que, em tempo, com a compreensão e colaboração da Naval da Madeira (1984-89), Comandante do Corpo de Alunos da Escola Naval e
tutela, saberemos encontrar uma solução que sirva os interesses da Chefe da 2ª Repartição da Divisão de Operações do EMGFA (1991-94), Director do
Marinha, do Instituto, e porque não dizê-lo, da comunidade científica. Apoio Social, Capitão dos Portos de Macau e Comandante da Polícia Marítima e
Entretanto, é imperiosa a recuperação do navio, enquanto plataforma, e Fiscal de Macau. Em 1998 foi nomeado Subdirector-Geral de Marinha.
Da sua folha de serviços constam vários louvores e condecorações.
a sua reactivação.
22 NOVEMBRO 2002 • REVISTA DA ARMADA