Page 199 - Revista da Armada
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bal de dados. Este cenário dificulta a recolha aspectos da informação visualizada. O objectivo primário deste sistema de infor-
dos dados e tende a favorecer a diminuição da Outra categoria de sistemas corresponde mação estratégico é o de dar suporte à avalia-
qualidade dos mesmos. aos que recorrem a tecnologia OLAP (On -Line ção do desempenho. Para isso, torna-se ne-
A todos estes problemas procura dar-se res- Analytical Processing), os quais usam visões cessário antes de mais, clarificar o modelo de
posta quando se fala de Data Warehouse. Este multidimensionais de dados agregados, tam- avaliação de desempenho global a adoptar, de
tipo de base de dados informacional difere das bém designadas por cubos OLAP, de modo a modo a que se possam eleger os indicadores
habituais bases de dados essencialmente pela proporcionar um rápido acesso a informação mais adequados. Iniciar-se-á, assim, a defini-
frequência de actualização. Em bases de da- estratégica para posterior análise. Ao contrário ção formal dos requisitos funcionais do siste-
dos operacionais podem ocorrer um elevado de um Data Warehouse, o OLAP não é basea- ma. Outras necessidades, como por exemplo
número de transacções por hora. Os dados ali do em tecnologia relacional. Recorre ao Data as subjacentes à utilização de ferramentas ana-
existentes encontram-se sempre actualizados e Warehouse enquanto fonte de dados e permi- líticas para fins específicos, deverão ser tam-
representam uma “fotografia” da situação cor- te a visualização dos dados multidimensionais, bém inventariadas.
rente, ou seja, a informação num dado instante. com eventual recurso a cálculos intensivos e Actividades levadas a cabo paralelamente
Pelo contrário, as bases de dados informacionais percepção da dimensão tempo. em grupos de trabalho multidisciplinares, tais
são geralmente estáveis durante um como o levantamento de sistemas
certo período de tempo, de modo de informação, originarão contri-
a permitirem a representação da si- butos não negligenciáveis para o
tuação num instante específico do levantamento das fontes de dados
passado. Em vez da actualização mais convenientes para incorpora-
regular, registo a registo, que ocorre ção no modelo de dados a imple-
numa base de dados operacional, mentar no Data Warehouse.
nas bases de dados informacionais Seguir-se-á a escolha dos me-
os dados são geralmente carregados lhores métodos e ferramentas para
por lotes, podendo depois ser ace- recolher, tratar e armazenar esses
didos mas não actualizados. dados e, finalmente, apresentar re-
Através da implementação de sultados com rigor, qualidade e
um Data Warehouse, procura-se segurança. É importante conhe-
fundamentalmente criar um repo- cer as ferramentas disponíveis no
sitório comum e único dos dados mercado para a execução de todas
da organização, utilizando uma se- estas tarefas. Esse conhecimento
mântica comum e associando-lhes tem sido actualizado em contac-
os respectivos metadados. O pro- tos frequentes com empresas es-
cesso periódico de carregamento é pecializadas. No entanto, está
geralmente precedido de acções de bem patente nesta abordagem o
limpeza e transformação dos dados, objectivo de, antes de pensar em
as quais garantem a conformidade investir em tecnologia, encontrar
com as definições e eliminam pro- os métodos que dêem a respos-
blemas que possam eventualmen- Arquitectura geral do SIAGM e exemplos de aplicação de indicadores de ta mais eficaz às necessidades de
te subsistir nos sistemas fonte, quer desempenho. dispor de um instrumento que per-
estes sejam internos ou externos à mita organizar a informação de
organização. É também interessante notar que, como re- apoio à gestão, de possibilitar a monitoriza-
sultado da existência de um Data Warehouse, ção dos recursos e de agilizar a distribuição
EXPLORAÇÃO DE DADOS o Data Mining, isto é, o processo de extrair in- dessa informação.
formação válida, útil, inteligível e previamen- Este processo já está em marcha.
Uma vez constituído um repositório de da- te desconhecida a partir de dados existentes, Z
dos único que contenha os dados da organi- pode ser grandemente beneficiado, na medida (Colaboração da DAGI-CE)
zação, incluindo a característica fundamental em que proporciona aos especialistas a utiliza-
de preservar os dados históricos, pode então ção de uma fonte de dados “limpa” e de fácil Referências:
1. SHALIKASHVILI, General John M. – “Joint Vision
recorrer-se a uma grande diversidade de pro- manipulação para aplicarem as metodologias 2010” – Approved by the Chairman of the Joint Chiefs of
cessos de exploração desses dados. Existe uma e técnicas que melhor servem à definição dos Staff JV2010, http://www.dtic.mil/jv2010/, 1997.
grande variedade de ferramentas e aplicações modelos do seu domínio de aplicação. 2. SHELTON, General Henry H. – “Joint Vision 2020” –
no mercado, desde as ferramentas de interro- Approved by the Chairman of the Joint Chiefs of Staff JV2020,
gação e produção de relatórios (Query and Re- O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE http://www.dtic.mil/jv2020/, Junho de 2000.
3. KAPLAN, Robert S. e NORTON, David P. – “The Ba-
port), até às aplicações para suporte a modelos APOIO À GESTÃO DA MARINHA lanced Scorecard: Translating Strategy into Action”, Harvard
de avaliação de desempenho como o referido – SIAGM Business School Press, 1996.
Balanced Scorecard. 4. KAPLAN, Robert S. e NORTON, David P. – “The
Uma categoria típica de sistemas em geral A DAGI-CE tem vindo a estudar as diversas Strategy-Focused Organization”, Harvard Business Scho-
construídos pressupondo a existência de um soluções possíveis para implementação de um ol Press, 2001.
5. REINSCHMIDT, Joerg e FRANCOISE, Allison – “Busi-
Data Warehouse, são os designados por EIS – SIAG na Marinha. Neste sentido, foi produzido ness Intelligence Certification Guide”, 1 edition, IBM Inter-
st
Executive Information Systems. Estes sistemas um estudo prévio, destinado a enquadrar a ne- national Support Organization, www.redbooks.ibm.com,
foram criados com o intuito de proporcionarem cessidade de se dispor de um tal sistema, dando 2000.
6. AMARAL, Luís e VARAJÃO, João – “Planeamento
a gestores e executivos, de modo interactivo, conta das diversas arquitecturas conhecidas, de de Sistemas de Informação”, 2.ª edição, FCA – Editora de
um acesso flexível à informação que permitis- possíveis abordagens à sua implementação e Informática, 2000.
se monitorizar os resultados operacionais e as dos previsíveis benefícios resultantes. Parte das 7. DAGI-CE – “Estudo Prévio para a Implementação de
condições gerais do negócio. Tipicamente, os potencialidades resultantes da exploração de um Sistema de Apoio à Gestão na Marinha”, 2002.
utilizadores de EIS podem escolher entre múl- um Data Warehouse já haviam sido demons-
tiplos interfaces tabelares ou gráficos, contro- trados num protótipo desenvolvido pela Direc- Notas
(1) Capacidade para obter, processar e difundir um fluxo
lando o nível de detalhe e os alarmes para de- ção de Análise e Métodos de Apoio À Gestão ininterrupto de informação, retirando ou explorando, em
tecção de situações de excepção, entre outros (DAMAG). simultâneo, a capacidade de o inimigo fazer o mesmo.
REVISTA DA ARMADA U JUNHO 2003 17