Page 201 - Revista da Armada
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ça do que aconteceu  Ílhavo, com as tradicionais regatas, tor-
                                                            nos anos anteriores,  neios de futsal e futebol de 11.
                                                            noutros locais, as uni-  Todavia, um dos mais significativos mo-
                                                            dades navais, atraca-  mentos destas comemorações foi o con-
                                                            das no cais comercial  certo da Banda da Armada, que teve lu-
                                                            de  Aveiro e no cais  gar na noite do dia 19, no Centro Cultural
                                                            da Gafanha (apenas  da Gafanha da Nazaré. Sob a direcção do
                                                            o “Creoula”), estive-  CFR MUS Araújo Pereira a Banda execu-
                                                            ram abertas a visitas  tou diversas obras, naturalmente marcadas
                                                            públicas, e foi dada  pela qualidade e valor a que já estamos
                                                            oportunidade a gru-  habituados, mas de que não podemos dei-
                                                            pos de jovens de efec-  xar de realçar algumas peças. Refiro, es-
                                                            tuar o seu baptismo  pecialmente o De Profundis, opus 101, em
                                                            de mar, neste caso, a  Memória de Pedro Nunes, da autoria de
                                                            bordo de um patru-  Jorge Salgueiro (sarg. músico), estreado
                                                            lha. Naturalmente  no passado ano (quando das comemora-
                                                            que o acesso das gen-  ções do V centenário do cosmógrafo por-
                                                            tes foi empolgante,  tuguês), e que integrará o próximo disco
                                                            especialmente, para  da Banda da Armada. O talento de Jorge
                                                            as visitas à “Sagres”  Salgueiro tem dado uma preciosa contri-
                                                            e ao “Creoula”, que  buição para as obras da Banda da Arma-
                                                            sempre causam uma  da e, desta vez, foi possível assistir a uma
                                                            especial impressão.  outra estreia notável, que nos surpreendeu
                                                            Na mesma altura  pela própria circunstância de que decorre:
                                                            decorreram competi-  o primeiro disco que foi gravado em Por-
                                                            ções desportivas en-  tugal data de 1903 e incluía a obra Cantos
                                                            tre equipas da Mari-  Populares Portugueses, nº 2, de Rodriguez,
                                                            nha e da cidade de  tocada pela Banda dos Marinheiros; pois Jor-
                                                                               ge Salgueiro devolve-nos agora essa obra,
         ries. Só com a noite bem entrada, quando                              retirada de ouvido da gravação original e
         tudo está arrumado, sai a “chora” (sopa                               com um arranjo pessoal de grande qua-
         quente de arroz com bacalhau) e se encosta                            lidade, intitulado Cantos Populares Por-
         a cabeça um bocado. Vida dura esta: dura                              tugueses, opus 105, naturalmente, da au-
         e incerta naqueles mares gelados de onde                              toria de Jorge Salgueiro.
         saía o “fiel amigo”. Devia-lhes a Marinha                                O dia 20 começou com a missa de sufrá-
         a sua homenagem que só foi possível este                              gio pelos militares, militarizados e civis da
         ano, com a colaboração da Câmara Mu-                                  Marinha falecidos. Celebrou-a o Bispo das
         nicipal de Ílhavo e o grande empenho do                               Forças Armadas, Sua Em.cia Reverendíssi-
         seu presidente, o Eng. José Augusto Ri-                               ma D. Januário Torgal Ferreira, em conjun-
         bau Esteves.                                                          to com os capelães da Marinha e o Vigário
                                                                               Geral Castrense. Durante a celebração hou-
         AS COMEMORAÇÕES DO                                                    ve ocasião de escutar uma excelente actu-
         DIA DA MARINHA                                                        ação do coro misto de alguns membros da
                                                                               Banda da Armada com alunos e alunas da
           Para além das festividades que ocorre-                              Escola Naval, dirigidos pelo 2TEN MUS
         ram no próprio dia 20, as comemorações                                Délio Gonçalves. Porém, a interpretação da
         do Dia da Marinha em Ílhavo começa-                                   Avé Maria de Shubert, pela voz da cadete
         ram com as Exposições das Actividades   A cadete Cátia Fernandes cantando a Avé Maria de Shubert.  Cátia Ferreira, do 1º ano da Escola Naval,
         da Marinha, no Cen-                                                                    ultrapassou todas as
         tro Cultural da Ga-                                                                    expectativas e trouxe
         fanha da Nazaré e                                                                      à cerimónia religio-
         no Museu Marítimo                                                                      sa um especial mo-
         de Ílhavo inaugura-                                                                    mento de emoção.
         das pelo Almirante                                                                     Creio ser a primei-
         CEMA e Presiden-                                                                       ra vez que a missa
         te da Câmara de                                                                        do Dia da Marinha
         Ílhavo no dia 19.                                                                      tem este tipo de ex-
         Entre tanto, a par-                                                                    pressão, cuja quali-
         tir do dia 17, ocor-                                                                   dade é o espelho de
         reram palestras e                                                                      uma sensibilidade e
         conferên cias  sobre                                                                   de uma componente
         temas relacionados                                                                     de formação humana
         com a nossa Mari-                                                                      que muito nos enri-
         nha e com activi-                                                                      quece como militares
         dades navais, que                                                                      e como marinheiros,
         tiveram lugar no                                                                       merecendo todo o ca-
         Farol da Barra e no                                                                    rinho e apoio, para
         Museu Marítimo de                                                                      que continue e se
         Ílhavo. À semelhan-  Benção da bandeira e do guião do Núcleo de Marinheiros da Armada–Aveiro.  desenvolva.
                                                                                      REVISTA DA ARMADA U JUNHO 2003  19
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