Page 274 - Revista da Armada
P. 274
Hoje já não atiro, mas continuo a SCH R José Manuel Martins
seguir com atenção os desenvolvi- 56 anos
mentos desta modalidade.
Iniciei o tiro no CEFA, onde pres-
1TEN OT Joaquim Aires tava serviço como monitor.
Não posso esquecer o apoio recebi-
Oliveira Neves
63 anos, na Reserva da Armada do pelo Comandante Fiadeiro, quer
no plano psicológico, quer em mate-
Fui nos anos 70 o encarregado da es- rial para a prática deste desporto.
cotaria e da carreira de tiro do CEFA. Da minha carreira como atirador
Aí começei então a dar uns tiros e, realço os quatro campeonatos conse-
como me saí bem, resolvi continuar. cutivos do CISM em que participei,
Os resultados que obtive, foram e quando me sagrei Campeão das
também o resultado do tempo que Forças Armadas, em grosso calibre,
a Marinha me proporcionou para eu aquando da inauguração da carreira
treinar, nunca me faltando armas e de tiro da Ota.
munições para atirar. Para mim o tiro desportivo é um
Dos resultados desportivos que al- desporto solitário, de paz, de um ca-
cancei, menciono a prova – entre ou- rinho muito especial por uma arma,
tras vitórias e inúmeras presenças em muito diferente do que quando cal-
provas nacionais e internacionais – na çamos uns ténis ou uns sapatos de
disciplina de grosso calibre, durante bicos. Só um atirador é que pode ter
o Campeonato das Forças Armadas esta sensação!
em 1982. Nesse dia os representantes Hoje encontro-me infelizmente
da Marinha (Neto, Martins e Neves) afastado do tiro.
encontravam-se empatados para o
primeiro lugar. Foi necessário fazer 1SAR FZ Henrique António
uma prova adicional de desempate Marques Madail
que eu acabei por vencer, com um 62 anos, Reformado
sabor muito especial. Torneio Latino, CMG Alvarenga Rua, 1º individual, 18 de Maio de 1985.
Iniciei o tiro na Escola de Fuzileiros.
Fazer tiro a partir Não podia ter tido melhor apoio ao ser
de certa altura era colocado no CEFA para treinar exclusiva-
já para mim uma mente para as competições de pistola.
necessidade, pois A melhor recordação que tenho deste
a modalidade pro- desporto foi ter batido por três vezes con-
porciona um equi- secutivas o Recorde Nacional de pistola de
líbrio psico-somáti- grosso calibre. Curiosamente a Federação
co notável, a par de de Tiro nunca me enviou qualquer certifi-
uma salutar cama- cado ou reconhecimento por tal facto.
radagem entre to- Descrevo o tiro como uma modalidade
dos os atiradores. que obriga a uma grande concentração e
Depois de sair da que no fim se transforma numa actividade
Marinha, desliguei- relaxante e equilibradora.
-me do tiro despor- Hoje já não atiro, pois aquilo que ganho na
tivo, mas ainda vou reforma não me permite tais devaneios.
fazendo o gosto ao Z
dedo com uma Abel Melo e Sousa
1SAR FZ Henrique Madail a receber medalha no Campeonato das Forças Armadas pressão de ar. CFR
(Anos 70).
Entrega de medalhas pelo General Almeida Bruno relativas ao Campeonato de Tiro de Equipa do CISM de 1982: Cap Alves (Ex), CT Allen, S/Neves, CF Neto e C/ Martins na
Pistola das Forças Armadas - 1982. Da esquerda para a direita: Ferreira Neto, Trigo Muralha da China.
Allen, Alvarenga Rua, Oliveira Neves e José Martins.
20 AGOSTO 2004 U REVISTA DA ARMADA