Page 277 - Revista da Armada
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TOMADA DE POSSE
SUPERINTENDENTE DOS SERVIÇOS DO MATERIAL
¬ÊEm 30JUN04 teve lugar na Casa da Balança a cerimónia da to-
mada de posse do novo Superintendente dos Serviços do Material,
VALM Victor Manuel Bento e Lopo Cajarabille, que foi presidida
pelo CEMA, ALM Vidal Abreu, estando presentes diversas altas
entidades da Marinha. Após a leitura de louvores e imposição das
Medalhas de Serviços Distintos Prata ao anterior e ao novo SSM, e
da leitura da Ordem da Armada da nova posse, seguiu-se as pala-
vras do novo SSM, de que se salienta: “Porventura estaremos todos
de acordo quanto a uma parte do diagnóstico que se faz das actividades
da Marinha no domínio dos recursos do material. Os qualificativos mais
usados são sinónimo de elevada complexidade, tarefas ciclópicas, escassez
de recursos materiais e humanos e outros prenúncios de dificuldades.....
....Sem negar a sabedoria empírica do que se diz, julgo que temos mui-
tas razões para nos animarmos. È que muito mau seria possuirmos uma
esquadra envelhecida e não estarmos assoberbados com novos projectos
e com o desenvolvimento de tecnologias actualizadas. A actual situação
poderá designar-se como uma inquietação positiva, já que a tormenta .... É preciso definir prioridades de gestão.
promete ser compensadora..... Estamos conscientes que não poderemos realizar tudo simultanea-
....Participar nesta fase da vida da Marinha é aliciante para todos. Os mente e por isso é necessário estabelecer prioridades e racionalizar ac-
mais jovens sabem que o futuro lhes reserva uma Marinha renovada e os ções. As carências conhecidas em pessoal têm que ser acompanhadas
mais velhos querem preparar uma herança que os deixe mais tranquilos por acções de fidelização dos mais qualificados, procurando diminuir o
quanto ao valor do legado e à sua continuidade..... peso da gestão corrente, libertando-os do ciclo interminável das roti-
nas e das falsas urgências
para as questões de carác-
ter fundamental. Não po-
demos deixar que a rotina
nos paralise.....
.... É necessário conti-
nuar a abrir a Marinha
a soluções de recurso ao
exterior.
Numa política de con-
centração de recursos e de
exigência de economias
significativas é importan-
te, na área do material, sa-
....Afigura-se-me como indispensável ter sempre presente o produto ber abandonar actividades que já não contribuem satisfatoriamente para
final que a Marinha tem o dever de apresentar. Esse produto consubstan- o desempenho operacional da Marinha e saber recorrer a apoios externos,
cia-se na acção concreta e permanente das unidades navais, de fuzileiros se eles representarem mais valias e economias significativas...”.
e de mergulhadores, bem como dos elementos da estrutura operativa do
Sistema de Autoridade Marítima integrados na Marinha. Cada acção
O VALM Lopo Cajarabille após terminar o curso na Escola Naval comandou
tem que ser avaliada em função da contribuição que proporciona para o a LFP “Arcturus” rumando à Guiné, onde fez comissão até 1970.
produto pretendido. Torna-se assim evidente que as prioridades do ma- Após se ter especializado em armas submarinas embarcou nas fragatas
terial são aferidas pelos reflexos nos meios operacionais.....” “Pero Escobar” e “Pereira da Silva” onde integrou a STANAVFORLANT.
Das Palavras proferidas no final pelo ALM CEMA, salienta-se: Em Outubro de 1973 assumiu o comando do patrulha “Mandovi”, perma-
....”A SSM tem responsabilidades extremamente vastas com incontes- necendo em Angola até 1975. Ainda nesse ano embarcou novamente em fraga-
tável relevância na vitalidade operacional e na evolução da Marinha.Ao tas como Chefe do Serviço de Armas Submarinas, realizando nova comissão
reflectirmos sobre as propostas de modernização e renovação da Esqua- na STANAVFORLANT no NRP “Alm. Magalhães Corrêa”.
Após ter sido instrutor de táctica naval do CITAN e na Escola de Armas
dra e lhe juntarmos as questões, em curso ou já projectadas, associadas Submarinas frequentou em 1980 o CGNG e o Naval Staff College em New-
às áreas das infra-estruturas, das tecnologias de informação e comuni- port, USA.
cação, dos transportes e do abastecimento, sem esquecer os problemas Em 1981/84 foi professor da disciplina de Ciências Sócio-Militares na Escola
específicos do A.A., confirmamos que se vive um ciclo de enorme exi- Naval, seguindo-se uma comissão de cinco anos na Secção de Organização e
gência e complexidade. Legislação da 1ª Divisão do EMA. Foi ainda Ajudante de Campo do CEMA,
....Parece-me, porém oportuno, e para finalizar, referir algumas orien- até 1991, sendo então investido como Chefe do Gabinete do VALM SSP. Em
tações específicas que valorizo como essenciais à obtenção de sucesso 1992 e durante três anos prestou serviço no SACLANT HQ.
Regressado a Portugal foi Director de Instrução da Escola Naval até assumir,
nesta avultada missão que agora inicia. em Junho de 1997, as funções de Chefe da Divisão de Planeamento do EMA,
É preciso continuar a proceder à renovação das mentalidades. que exerceu até Outubro de 1989, indo então frequentar o CSNG.
Este é, talvez, o maior dos desafios que a Marinha tem pela frente. Em Setembro de 2000 passou a exercer as funções de Coordenador da Área
É imperativo promover o mérito, atribuir responsabilidades compa- de Ensino de Estratégia no ISNG.
tíveis com todos os escalões hierárquicos, e ser cada vez mais exigente Foi promovido no final de 2001 a Contra Almirante tendo exercido as fun-
sem que se deixe de proceder sempre com justiça. ções de SUBCEMA de Julho de 2002 a Junho de 2004 tendo então sido pro-
movido a Vice Almirante
É imperativo motivar e envolver todos os intervenientes, conferindo Da sua folha de serviços constam vários louvores e condecorações.
coesão e identidade aos projectos em desenvolvimento.....
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