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INSTITUTO SUPERIOR NAVAL DE GUERRA



                                            Seminário
                                            Seminário



         INTRODUÇÃO                                                                        salvamento marítimos;
           No passado dia 31 de Maio,                                                        s -ISSÜES DE MANUTEN ÎO
         no Instituto Superior Naval de                                                    de paz e ajuda humanitária;
         Guerra (ISNG), teve lugar a                                                       prevenção e gestão de crises;
         apresentação do seminário                                                           A longo prazo poderá tam-
         final do Curso Superior Na-                                                        bém ser considerada a consti-
         val de Guerra 2003/2004, su-                                                      tuição de uma força conjunta
         bordinado ao tema: “Coope-                                                        e combinada, não permanen-
         ração Naval Lusófona. Como                                                        te (designada por Força Lusó-
         promover”. Foi efectuada uma                                                      fona Humanitária), de génese
         breve introdução à temática a                                                     naval, para a execução de in-
         abordar, após o que se segui-                                                     tervenções humanitárias em
         ram as apresentações realiza-                                                     situações de calamidade na-
         das pelos restantes auditores.                                                           tural, nelas incluídas
                                                                                                  a assistência, a bus-
         ENQUADRAMENTO                                                                            ca e salvamento, e a
         E PERSPECTIVA HISTÓRICA            a sua estrutura e os                                  evacuação.
           No início das apresentações foi referido que  seus objectivos pro-                      De seguida foi
         a comunidade lusófona, constituída por oito  gramáticos.                                 retomada a abor-
         Estados independentes, distribuídos por quatro   Por fim debru-                          dagem a este tópi-
         continentes representa actualmente uma popu-  çou-se sobre a co-                         co, referindo-se o
         lação da ordem dos 200 milhões de pessoas que  ope ração multila-                        estabelecimento de
         fazem do português uma das seis línguas mais  teral no quadro da                         grandes propósitos
         faladas do planeta. Em comum têm a língua,  CPLP onde desta-                             ou fins que se al-
         cinco séculos de convivência e significativos  cou as reuniões ha-                        mejam para um ho-
         interesses nos vastos recursos que o mar pro-  vidas, neste âmbito, no MDN e quais as me-  rizonte temporal de 25 anos, e salientando-se
         porciona ou poderá vir a proporcionar.  didas aprovadas: acordo sobre a Globalização  alguns factos dos quais deduziu eventos rele-
           Ao integrar a União Europeia, Portugal assu-  do CTM, o exercício combinado de apoio à  vantes e prováveis que se designou por factores
         miu-se como um país europeu. No entanto, a  paz (FELINO 2000), a inclusão de Timor, a acei-  condicionantes.
         sua vocação atlântica nunca deverá ser descu-  tação do Brasil como membro permanente, o   Em seguida, propuseram-se objectivos a pros-
         rada, devendo Portugal assumir uma posição  “Programa Integrado de Intercâmbio no Domí-  seguir no âmbito da Cooperação Técnico-Na-
         de interface entre a União Europeia e o mundo  nio da Formação Militar para 2004”, Protocolo  val, identificando-se aqueles que se constituem
         global através da lusofonia. O aprofundamen-  Geral de Cooperação, introdução do conceito  como permanentes e os susceptíveis de serem
         to dos laços de cooperação e solidariedade  de Cooperação Horizontal.  alcançados a curto, médio e longo prazo. Refe-
         que unem os países de expressão portuguesa                            riu-se igualmente as linhas de acção a prosseguir
         – CPLP – deverá assumir um carácter de impe-  UMA VISÃO DE COOPERAÇÃO   no sentido de alcançar os objectivos propostos,
         rativo nacional.                   TÉCNICO-NAVAL                      ponderados os critérios de adequabilidade, exe-
           Uma comunidade de Estados coesa, parti-  Iniciando a abordagem a este tópico, foi re-  quibilidade e aceitabilidade.
         lhando princípios e ideais comuns, traduzir-se-  ferido que em tempo de paz configura-se a ne-  Por fim, descreveu-se algumas das actividades
         -á sempre num factor de segurança e estabili-  cessidade dos países da CPLP garantirem a vigi-  a levar a cabo para executar as linhas de acção
         dade regional e até mesmo global.  lância e o controlo dos seus espaços marítimos  seleccionadas.
                                            e disporem de dispositivos de força suficiente-
         POLÍTICA DE COOPERAÇÃO E CPLP      mente credíveis para dissuadir o surgimento  CONCLUSÃO
           Na breve apresentação sobre este tópico foi  de riscos e ameaças, preparando duradoura-  Após as apresentações feitas pelos vários au-
         feita uma passagem pelos seguintes tópicos:  mente meios capazes de empregarem a for-  ditores foi feita a conclusão do seminário, efec-
         política de cooperação, em termos gerais; co-  ça no mar.             tuando-se a consolidação dos temas debatidos.
         operação técnico-militar (CTM) e a sua verten-  Nesta preparação, assumem especial rele-  Seguiu-se um período de debate, durante o qual
         te bilateral; Comunidade dos Países de Língua  vância as actividades de cooperação no âmbi-  foram referidas diversas questões relacionadas
         Portuguesa (CPLP); e, cooperação multilateral  to técnico naval, em particular as iniciativas nos  com o reequipamento das Marinhas dos países
         no quadro da CPLP.                 domínios da assistência e da assessoria técnica.  africanos representados na CPLP, com a possi-
           No âmbito da política de cooperação apre-  Em termos globais as actividades de coopera-  bilidade de reforço da cooperação em diversos
         sentou uma definição do conceito, referiu a Aju-  ção poderiam ser desenvolvidas e estruturadas  domínios, incluindo a área da hidrografia e da
         da Pública ao Desenvolvimento (APD), listou os  nas seguintes áreas:  delimitação das fronteiras marítimas (no caso
         domínios prioritários e fez o respectivo enqua-  s /RGANIZA ÎO DE CONFERÐNCIAS  PALESTRAS   da Guiné), salientando-se que os vários aspec-
         dramento legal.                    seminários, fora ou simpósios para troca mú-  tos da cooperação estão essencialmente condi-
           No que diz respeito à CTM abordou os se-  tua de informação;        cionados pela escassez dos meios financeiros e
         guintes aspectos: a caracterização numa verten-  s &ORMA ÎO DOS QUADROS DAS -ARINHAS DOS  carecem de decisão política.
         te bilateral; os antecedentes; os objectivos po-  países da CPLP;       O director do ISNG procedeu ao encerra-
         líticos e estratégicos permanentes; a execução;   s !POIO HIDROGRÉlCO E DE SINALIZA ÎO MA-  mento da sessão.
         e, a cooperação técnico naval.     rítima;                                                            Z
           De seguida explanou a criação da CPLP,   s #ONTROLO MARÓTIMO  lSCALIZA ÎO E BUSCA E   (Colaboração do ISNG)
                                                                                     REVISTA DA ARMADA U AGOSTO 2004  21
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