Page 123 - Revista da Armada
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Em 2004 houve 1040 leitores, (100 pela 1.ª vez);
814 presenciais, 79 por correio e 147 por telefone,
sendo 984 nacionais e 56 estrangeiros de 17 nacio-
nalidades (3 de países de África, 3 das Américas,
2 da Ásia, 1031 da Europa e 1 da Oceânia) de 18
profissões, sobre os mais diversos temas. O Arquivo
Intermédio recebeu documentos de 14 unidades
e ao Histórico passaram 20 núcleos e 5 doações
de espólios tendo cedido documentos para 4 ex-
posições temporárias. Recebidas 19 publicações
periódicas e 123 monografias.
cântara aonde se lhe vão juntar os documentos
à guarda, primeiro da Biblioteca Nacional de
Lisboa e depois do Arquivo Histórico Ultrama-
rino, sendo, então, aberto ao público.
Em 1994 é extinto o AGM passando todas
as suas competências para o Arquivo Histórico
e para o Arquivo Central, departamentos da Bi-
blioteca Central da Marinha (BCM), transferida
quatro anos depois para a Rua da Junqueira em
instalações da antiga Fábrica da Cordoaria Na-
cional adaptadas que, apesar do louvável esfor- Relatório do Comandante Sacadura Cabral da viagem O último diário naútico do “Yacht Real Amélia”.
ço e de serem, para certos Arquivos, invejáveis, de Lisboa – Rio de Janeiro.
ainda enfermam de manifestas ... carências.
Existe uma lotação única para a BCM, onde liscos e mesmo monumentos lá onde homens se não tem sabido tirar proveito.
está incluido o pessoal atribuido ao AH e ao postos à prova ... provaram. No mar, é na fra- (5) Recordamos o positivo e expontâneo testemunho
AC. A falta de técnicos profissionais de Arqui- gilidade do papel que ficam esculpidas as efé- de um Professor da área de história naval do King’s Colle-
ge London que investigou sobre o Almirante Nelson.
vo, e de militares habilitados e adaptados à (6) Perdido em 1962????. Hoje, recuperado pela
função, é algo de preocupante, pese embora Fundação Gulbenkian, é património do Daomé.
Os Álbuns de fotografias de todos os militares da
o empenho de todos. Armada, ao longo da sua carreira, começam a ser or- (7) R.A. n.º 374.
O chefe do AC é um Oficial Superior na Re- ganizados cerca de 1890. Nos de Oficiais o primei- (8) A responsabilidade nacional até 1974 estendia-se
serva, tem como adjunto um Sargento Superior ro retrato é o VALM (1889) José Baptista de Andrade «fisicamente», desde os Andes, até 1822, e depois das
Flores (Açores) a Pulo (ilhéu) Jaco (em Timor) e, desde
e é igualmente responsável pela parte adminis- (1919- 1902). Com 6/7 fotos por página, em 1994-6, os mares da Groenlândia (Bacalhau) à Ponta do Ouro
trativa e disciplinar de ambos os arquivos (AH organizou-se, em «Xedit», um Índice geral com os n.ºs (Moçambique), aproximadamente arcos de 200º Leste-
do album, da página e o original n.º de ordem.
e AC). Os restantes militares estão integrados Oeste e de 80º Norte-Sul.
(9) Havia anos que esta solução política estava pre-
nos serviços de apoio e participam igualmente parada e só por isso se pôde, em tão pouco tempo,
nas tarefas arquivísticas. meras «esteiras» rasgadas pelo brio dos nossos embarcar tanta gente e tantos bens culturais indispen-
Dividindo-se com a Biblioteca Central, mas marinheiros (22). sáveis à continuidade de Portugal.
dispondo aqui duma Oficina está um Técnico Determinantes, pois, para a História de Por- (10) No mar alto (no = em+o) e não o recentemente
dos QP, Impressor de Artes Gráficas, que na tugal no Mar ... generalizado, «Em alto mar»? Pior, a «Sagres» fundeada
em Belém (04-11-16) estaria «EM alto mar»?
realidade é o Encadernador que (até quando? Z (11) Moçambique. Base Naval de Metângula.
(20)) vai recuperando os livros que chegam em Dr. Rui M. R. Ortigão Neves (12) A operação foi conduzida pelo CALM EMN (en-
estado lastimoso, como os duma Capitania do (Fotos de Júlio Tito) 1TEN tão CFRAG) Pedro da Conceição Mousinho.
Norte que vimos retirar dum carregado Jeep a (13) Entre os rios Cuando e Cubango no Sueste (prefe-
par de resmas de outros documentos... Bibliografia: rível a sudeste, de origem francesa, Sud+Est) de Angola,
através do deserto de Moçâmedes, etc. O Ponto Cardeal
Estes e outros fundos, como o do recente- Diversos Dicionários. E chamar-se-á, em Português, mais correctamente Leste
mente extinto Tribunal de Marinha, chegam, aos do que Este (do Francês Est, ou do Inglês East).
montes, e não existe para já capacidade huma- Agradecimentos: (14) No Hospital de Marinha alguns são evocados.
Dr.ª Isabel Beato pelo acolhimento, acompanhamen-
na para vencer a sua acumulação agravada ain- to, esclarecimentos prestados e revisão técnica. Veja RA n.º 241.
(15) Como, v.g., na Esquadra Diplomática ao Reino
da pelo facto da informatização tardar (21). CFR José da Rocha Madureira pelos esclarecimen- da Sardenha, 1792, do Comando do Chefe de Esqua-
O perigo de congestão existe nas unida- tos prestados. dra (CALM) Sanches de Brito.
des de origem, nos seus Arquivos Corren- Pessoal dos AM contactado pela sua disponibilidade. (16) E que são responsáveis pelo tipo achinesado
tes, mas importa que nada se perca pois os de algumas beldades cubanas
(17) Numa bela exposição designada «A Viagem da Bi-
documentos são, neste caso, a memória da Notas: blioteca dos Reis» se mostrou na Biblioteca Nacional do Rio
(1) Ao abandonarmos Mazagão (Pombal - 1769), ao
própria Marinha. fornecer-nos carne e cereais, um poderoso aliado contra de Janeiro (inícios de 2004) o acervo que não regressou a
Em actualização con tínua, ainda recente- … Napoleão. Marrocos, o celeiro por que tanto lutámos, Portugal e cuja recuperação a F. C. Gulbenkian apoiou.
mente a chefe do Arquivo Histórico, esteve, no tornou-se (1774) um precioso … Aliado. Recorde as guer- (18) Só nos anos de 1940 se começaram a traduzir
Porto, envolvida num curso de Formação Pro- rilhas que homens e mulheres, anónimos, infligiram aos os termos do futebol. «Keeper», «Back», etc. são ex-
fissional importante para a elaboração, ainda a Franco-Espanhóis e também como um Estado desarmado pressões que ainda ouvimos nos anos de 1950.
(19) Interessante analisar o processo que levou à sua
se pode tornar refém dos seus ... salvadores (Ingleses).
decorrer, do Regulamento Arquivístico da Ma- (2) Em máquinas de destruição de documentos por supressão em favor dum dos seus órgãos consultivos,
rinha, que terá de ser aprovado pelo Instituto corte e recorte do papel o Estado Maior da Armada.
dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo. (3) O Arquivo Histórico Militar dispõe de um Programa (20) Certas profissões não terão continuadores se
Em terra constrói-se marcos, cruzeiros, obe- Informático, que segue as normas arquivísticas internacio- não forem urgentemente valorizadas.
nais, e que, dada a sua qualidade, foi adoptado pelos Ar- (21) Recordamos a sensacional inovação, creia
quivos congéneres dos Negócios Estrangeiros, Finanças, o leitor, que foi, em 1960, o «Arquivo de Marinha
A história da Marinha constituida ao longo dos Obras Públicas, FAP e de alguns municípios e que tem sido – Normas e Índice».
anos só é preservada e ganha corpo no Arquivo apresentado a potenciais compradores estrangeiros. (22) Se duvida, embarque na leitura de «O Cemitério
Histório se for regularmente transferida dos arqui- (4) As mais diversas actividades que um militar da Ar- Dos Barcos Sem Nome» de Arturo Pérez-Reverte, ASA Edi-
vos correntes das unidades, estabelecimentos e or- mada pode vir a desempenhar (se devidamente prepa- tores, numa tradução do Castelhano apoiada, note-se, pela
gãos para o Arquivo Central. Isto tem de ser feito! rado, claro!) são um factor de aliciamento profissional Dirección General del Libro, Achivos y Bibliotecas do Mi-
de que, face à monotonia das profissões civis, também nistério de Educación, Cultura e Deporte de España.
REVISTA DA ARMADA U ABRIL 2005 13