Page 193 - Revista da Armada
P. 193
trep pelo navio “Je- de seguida realiza-
anne d’Arc”. Após da formalmente a
uma longa nego- despedida dos ca-
ciação, os cadetes detes da Escola Na-
cederam e acaba- val ao Comandante
ram todos “pre- do navio.
sos” no castelo do Nessa despedi-
navio. da que se realizou
Após o final do no parque do he-
exercício na tarde licóptero, foram
de 24, o navio ini- realçados os bons
ciou o trânsito para momentos vividos
Cartagena atracan- a bordo e toda a
do no dia seguinte pela manhã. Agora sim, importância desta curta viagem na formação
já com algum sentimento de missão cum- EUROPEAN CADET TRAINING é um exer- dos cadetes, nesta importante fase inicial das
prida e dois dias em terra pela frente, foi a cício que é realizado pela Marinha France- suas carreiras.
altura de espairecer no encontro de tudo o sa na parte final de uma viagem de cerca de No final da missão, a guarnição e cadetes
que estaria disponível nas 24 horas “diárias” seis meses. Essa viagem realizada com dois puderam sentir-se orgulhosos de terem sido
de Cartagena. navios, o emblemático Jeanne d’Arc e o Ge- capazes de alcançar na totalidade o cumpri-
Navio largou na manhã do dia 27 do orges Leygues destina-se a consolidar toda a mento dos objectivos estabelecidos pelo Co-
porto de Cartagena e iniciou trânsito para a formação adquirida na Escola Naval, com es- mando do Navio:
Base Naval. pecial ênfase na área das operações navais. Executar com sucesso a Viagem de Instru-
Realiza-se normalmente no Mediterrâneo
À passagem pelo promontório de Sagres na nas áreas de exercícios francesas a sul de Tou- ção, participando no ECT 2009, satisfazen-
tarde do dia vinte e oito, foi proferida uma lon e conta com a participação de meios de do os requisitos de treino definidos pela Es-
alocução alusiva ao evento, com a guarni- várias marinhas europeias. Nos últimos anos cola Naval;
ção e cadetes formadas em postos de honras a Marinha Portuguesa tem participado, apro- Consolidação do treino adquirido durante
militares, de acordo com o estabelecido na veitando o período da sua realização que o PTO, recentemente realizado.
Ordenança do Serviço Naval. coincide com o período da realização das Z
Na manhã seguinte, a tão aguardada che- viagens de instrução nacionais. (Colaboração do COMANDO
gada a Lisboa deu-se pelas oito horas, sendo DO NRP “BÉRRIO”)
NRP “Bartolomeu Dias”
NRP “Bartolomeu Dias”
2ª PARTE
O DEPARTAMENTO DE ARMAS Este conjunto de provas permitiu a verificação
E ELECTRÓNICA do correcto funcionamento dos diversos sistemas
e solidificou os conhecimentos obtidos durante
O a formação.
Departamento de Armas e Electrónica
Verificado o funcionamento dos equipamen-
(DAE), chefiado por um Primeiro-Te-
tos, deu-se início ao período de treino e ades-
nente, da classe de Engenheiros Navais
do ramo Armas e Electrónica (EN-AEL), assegura tramento da guarnição Portuguesa: o On Board
a prontidão e a disponibilidade dos Sistemas de Trainning (OBT).
Combate, de Comunicações e de Informação. Este período dividiu-se em duas partes: duas
O DAE é constituído pelo serviço de Armas e semanas em terra – apresentação de palestras re-
pelo serviço de Electrónica. Ambos são chefiados lacionadas com a organização do navio e a se-
por um Oficial Subalterno da classe de EN-AEL. gurança para navegar; quatro semanas no mar
O Departamento é constituído por duas sec- A fase de mar iniciou-se com um período, de - treino de operação da instalação propulsora e
ções de Sistemas de Armas, quatro de Sistemas cerca de uma semana, dedicado à instalação na área de limitação de avarias.
de Electrónica e uma de Sistemas de Informa- propulsora, seguindo-se duas semanas de testes Durante a fase de mar iniciou-se o treino de
ção, compreendendo catorze sargentos e oito aos sistemas de armas e sensores. carregamento dos sistemas de armas. O carrega-
praças. Na execução dos SAT foram empenhados mento de torpedos nos tubos lança torpedos e o
bastantes recursos, quer humanos quer mate- carregamento de munições na GOALKEEPER,
INTEGRAÇÃO NO NAVIO riais, embarcando equipas técnicas específicas. ambos efectuados no interior do navio, foram a
A integração da primeira guarnição está a ser Recorreu-se a helicópteros da marinha holande- grande novidade.
encarada com uma enorme responsabilidade e sa (para verificar a precisão do tiro de superfície Durante o período de OBT a guarnição mos-
um grande sentimento de orgulho. com a peça OTO MELARA), a aeronaves, alu- trou-se bastante empenhada em conhecer me-
A formação dos técnicos do Departamento de gadas a uma companhia aérea particular (para lhor o seu futuro navio aproveitando todas as
Armas e Electrónica, ministrada na escola da Ma- reboque de alvo para tiro anti-aéreo com a peça janelas de oportunidade para explorar as funcio-
rinha Holandesa – TOKM, iniciou-se no final de OTO MELARA e GOALKEEPER), a rebocadores nalidades e potencialidades dos sistemas.
2007 e terminou em Agosto de 2008. (para reboque do alvo para verificar a precisão
Terminado o período de fabricos, em Setem- do tiro de superfície com a peça OTO MELA- DISPARO DO MÍSSIL SEASPARROW
bro iniciou-se a integração a bordo. RA) e ainda à torre de colimação existente no Já com bandeira portuguesa, efectuámos o dis-
Durante cerca de sete semanas, efectuaram- estaleiro da Marinha Holandesa (para verificar paro de um míssil Seasparrow testando o funcio-
-se provas de recepção de equipamentos a cais – o alinhamento e a precisão dos radares LW08, namento do sistema de combate, mais concreta-
HAT (Harbour Acceptance Trails) – seguidas de SMART-S, Kelvin Hughes 1007, SCOUT e equi- mente, da direcção de tiro: Multi-Weapon Control
provas no mar – SAT (Sea Acceptance Trails). pamento de guerra electrónica APECS). System (MWCS). O disparo decorreu conforme
REVISTA DA ARMADA U JUNHO 2009 11