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Ida e Volta a Tete e ao Chilombo em 1963
Ida e Volta a Tete e ao Chilombo em 1963
A bordo da Lancha de Fiscalização “TETE”
oi no dia 13 de Maio de 1963 que teve lenha, sendo esta de fraco poder calorífico Dia 16/5 saída de Marromeu para Chaí-
ínicio essa viagem de vistorias, que se porque era cortada do mangal, nome dado na com 4.50 horas de viagem. No dia 17/5,
Fprolongou por 42 dias, terminando ao arvoredo existente nas margens do rio houve lugar a mais 3 etapas, com saída de
assim no dia 24 de Junho. Navegaram-se Zambeze. Chaína para Maruro trajecto que durou 3.05
cerca de 500 milhas nos horas, de Maruro para
rios Zambeze e Chire em Mopeia - 2.05 horas e des-
210 horas e 35 minutos, ta para Chupanga - 1.55
com um gasto de 647 m horas. Aí chegados mais
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de lenha. um embarque de 30 me-
Antes porém da descri- tros cúbicos de lenha.
ção da viagem direi que a Para não se tornar en-
“Tete” tinha estado enca- fadonho para quem lê,
lhada na praia da Vila do saliento que depois da
Chinde desde 1/9/62 até saída de Chupanga e até
a 12/3/63, período em à chegada a Tete, ainda se
que efectuou uma grande fizeram mais cinco abas-
reparação. Foram substi- tecimentos de lenha num
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tuídas diversas chapas total de 175 m , em locais
do fundo e do costado, devidamente assinalados
assim como balizas, esco- como posto de abasteci-
as, pés de carneiro, chapas mento.
de caverna, etc. Como es- Eram estes postos
trutura do navio, foram guarnecidos por Chefes
igualmente substituídas de Posto que com ante-
as lanças, (lugar onde as- A Lancha de Fiscalização “Tete” no rio Zambeze. cedência eram solicita-
sentam as máquinas) e chumaceiras de apoio No dia seguinte, em 6.20 horas de nave- dos para fazer o dito abastecimento, pagos
da roda propulsora. Além da revisão das má- gação, chegamos ao Luabo. pela lancha.
quinas principais, foi montada, em Fevereiro A 15/5, depois da pernoita no Luabo, Como no ano anterior a “Tete” não ti-
de 63, uma nova caldeira que acendeu pela um dos principais lugares visitados por nha conseguido completar a viagem, hou-
primeira vez a 22/3/63, ve postos que a partir de
sendo dada apta para o Mutarara se encontra-
serviço em 27/3/63. vam pouco fornecidos
Esta caldeira gastubu- de lenha pelo que, por
lar, do tipo locomotiva, uma questão de segu-
era semelhante às utiliza- rança para o regresso, foi
das nos antigos combóios empregue a guarnição da
na C.P. com a diferença de lancha no corte de algum
utilizar lenha em vez de mangal.
carvão e trabalhar a uma Continuando a narra-
pressão de 150 libras por ção da viagem e após a
polegada ao quadrado. saída de Chupanga, pas-
No ano anterior, devi- sámos por Lacerdónia,
do à fraqueza da caldeira Missongue, Vila Fon-
a lancha não tinha conse- tes, Chimuara, Chindiu,
guido navegar até Tete. Murraça Velha, Hnalu-
A viagem começou gué, Magagade, Sanjara,
com a largada do funde- e Mutarara aonde estive-
adouro no Chinde, local mos nos dias 21/5 e 22/5.
onde a “Tete“ fazia base, A seguir escalou-se Sin-
com 25 metros cúbicos de jal, Chiramba,Anquási,
lenha, numa das lanchas Tambara, Bandara, Lu-
de apoio. pata, (local onde o rio
Esclareço que a “Tete“ estreita e se forma uma
navegava de braço dado forte corrente que com
com as duas lanchas de bastante dificuldade foi
apoio, uma de cada bor- Percurso da Lancha “Tete”. vencida pela máquina)
do, que serviam de paiol Sungo, Praia Marura,
da lenha a consumir e reforço da estabili- estar ali instalada a gerência da Sena Su- Massangane, Casenha e a 28/5 chegámos
dade.do navio. gar Estates, uma importante firma da Zam- finalmente a Tete, a localidade mais a mon-
Após 5.30 horas de navegação chegámos bézia, rumámos até Marromeu, após mais tante que se escalou no rio Zambeze. A sa-
ao Chacuma, primeiro posto de abasteci- 4.50 horas de navegação e novo abasteci- ída deu-se a 1/6.
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mento. Aí se fez o embarque de 100 m de mento, desta vez de 22 m de lenha. De notar que ao longo da viagem pelo
24 AGOSTO 2009 U REVISTA DA ARMADA