Page 389 - Revista da Armada
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gnado um tutor de entre os formadores para                              MAIS-VALIA PARA O COMBATE
         assim permitir um melhor acompanhamen-                                  AO NARCOTRÁFICO, IMIGRA-
         to e avaliação do aluno, e este ter alguém                              ÇÃO ILEGAL, TERRORISMO, E
         a quem apresentar os seus problemas. Am-
         bos coabitavam no mesmo edifício, onde                                  OPERAÇÕES DE PAZ
         pernoitavam, tinham o seu material indivi-                                O CAOEMAR pode dizer-se que se ins-
         dual, faziam algumas refeições e eram mi-                               pirou na componente física dos Navy Seals
         nistrados determinados módulos de forma-                                (Sea, Air and Land Forces) da Marinha dos
         ção teórica. Outra característica inovadora                             Estados Unidos, reconhecido como um dos
         prendia-se com o acompanhamento quase                                   mais duros do mundo no seu género. Grande
         personalizado dos alunos nos exercícios de                              parte da doutrina da selecção e do curso em si
         campo e instrução na generalidade, sendo                                vieram dos SAS (Special Air Service) do Reino
         os instruendos acompanhados por igual ou                                Unido, cujos princípios se baseiam no traba-
         superior número de instrutores. O director                              lho de grupo, rapidez, eficiência, furtividade
         do Curso justificou esta atitude dada a fu-                              e auto-suficiência. Esta combinação, a par da
         tura responsabilidade destes militares, e a                             experiência operacional do Corpo de Fuzilei-
         necessidade da compreensão e afinação                                    ros, faz deste Curso um dos mais exigentes no
         de pormenores que irão fazer toda a dife-                               âmbito das nossas Forças Armadas.
         rença num ambiente de uma operação es-                                    A Marinha passa agora a dispor de um
         pecial. A proximidade tanto quanto possí-                               curso na área das operações especiais que
         vel com a realidade operacional foi outra                               – complementado com outros cursos, no-
         regra básica da formação daí a utilização,                              meadamente pára-quedismo e mergulho de
         por exemplo, de munições e explosivos                                   combate – irá possibilitar o acesso ao Desta-
         reai s em toda a instrução.                                             camento de Acções Especiais (DAE), ao Pelo-
           Um dos princípios do curso consistia ain-                             tão de Abordagem e ao Pelotão de Reconhe-
         da na permanente falta de informação dos                                cimento, unidades já com um longo historial
         alunos, daquilo que os esperava diariamente,  flectia-se quando faziam deslocações, trans-  de sucesso em áreas tão sensíveis como o com-
         nunca sabendo qual o próximo passo numa  portando sempre o equipamento individual –  bate ao narcotráfico, controlo da imigração ilegal,
         total ausência de horários. Inclusive a sua ca-  mochila de 100 lt, capacete e G3 – que até no  terrorismo e operações internacionais de paz.
         serna exibia permanentemente o grau de pron-  período das refeições acompanhava os alunos,            Z
         tidão: vermelho / 3 minutos; amarelo / 2 horas;  ficando no exterior do refeitório à sua guarda.   Abel Melo e Sousa
         verde / 6 horas. Claro está que fins-de-semana  O tempo de uma refeição, esse oscilava entre       CFR REF
         praticamente não existiram. Esta prontidão re-  os dois e os 15 minutos.  Fotos: Direcção do CAOEMAR e CFR Melo e Sousa

















































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