Page 391 - Revista da Armada
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RECORDANDO…
A Visita Presidencial aos Açores em 1957
A Visita Presidencial aos Açores em 1957
pós mais uma longa permanência na as máquinas propulsoras teriam que sofrer edifício a inaugurar. Passados uns minutos
costa do Malabar, o aviso de 1ª classe um aumento de rotações, o que aconteceu e, aproximou-se o séquito presidencial.
AAfonso de Albuquerque, comandado quando tudo parecia remediado, o pior acon- Do imponente cerimonial ficou a foto tirada
pelo saudoso CMG António Marques Espar- teceu!, uma das máquinas propulsoras avariou por um fotógrafo desconhecido que nos dá a
teiro, em Abril de 1957 largou de Goa a cami- completamente e o navio prosseguiu viagem conhecer o garbo militar de outrora. Nela ob-
nho de Portugal e chegou à barra do Tejo em a pé coxinho até Ponta Delgada, onde chegou servamos a respectiva companhia, comandada
Junho. Embandeirado e com flâmula extra lon- pelas 18.00 horas. pelo 1TEN Martins Salvador um pouco atrás
ga, ei-lo rio acima até à Doca da Marinha onde O “Afonso de Albuquerque” tinha por mis- e ligeiramente desviado para a esquerda é vi-
atracou no molhe exterior. sível o clarim às ordens do comandante
Cumpridas que foram as cerimónias de companhia; logo a seguir estão colo-
protocolares de boas-vindas, todos os cados os comandantes de pelotão: 2TEN
elementos da guarnição desejavam logo Gomes Mota e 2TEN Heitor Patrício e
sair prancha fora a fim de reverem Lis- ainda se observam sargentos e praças
boa, reencontrarem familiares, amigos e que em conjunto apresentavam armas
se possível darem mesmo uma escapa- ao Presidente da República marechal
dela à terra Natal. Aproximava-se a hora Craveiro Lopes, que do lado oposto se
do almoço e nada de novidades sobre perfilava em continência, logo seguido
saídas de bordo e, quando já se comia, do comodoro Oliveira Lima, comandan-
os altifalantes troaram e surgiu a voz do te da Defesa Marítima, o 2º Comandante
oficial imediato: “atenção guarnição?! – e muito público.
Por determinação do EMA, o navio vai Recordando a “ARMADA” de outro-
para os Açores numa missão especial de Força de Marinha em Ponta Delgada em que se distinguem o ra, a vida dum marinheiro será sempre
curta duração; assim, a partir deste mo- 1TEN Martins S alvador e os 2TEN Gomes Mota e Heitor Patrício. um mar de saudades e eu orgulho-me
mento estão suspensas todas as licenças e tam- são transportar entre ilhas o marechal Fran- dessa Marinha, ufano-me de a ter servido e
bém ficam suspensos os destacamentos, hoje cisco Higino Craveiro Lopes, Presidente da sinto-me muito prezado por ter sido coman-
a seguir ao almoço, quem não está de serviço República e a comitiva presidencial. A visita dado por um dos principais marinheiros da
pode sair com licença diária.” oficial ao arquipélago iniciou-se na ilha de São Marinha de Guerra, que devotadamente ser-
A notícia desgostou o pessoal, mas passados Miguel. Cerca das 12.00 horas de 22-07-1957, viu: na artilharia, marinharia, na escrita e não
dois dias, aquela gente concentrou-se na azá- Sua Exª inaugurou o edifício do Comando só, por isso, aqui deixo um muito obrigado ao
fama preparativa para a nova viagem e num da Defesa Marítima dos Açores, na cidade insigne CMG António Marques Esparteiro, de
curto espaço de tempo, o navio ficou apare- de Ponta Delgada. Mouriscas do Ribatejo.
lhado. Assim, a 18 de Julho zarpou de Lisboa As honras militares foram prestadas pela É bom recordar que os marinheiros partem
rumo à ilha de São Miguel, onde devia chegar guarnição do Afonso de Albuquerque de onde e felizmente a “MARINHA” fica.
no dia 20 de manhã. No quarto do alva des- saiu uma companhia com bandeira, terno de Z
se dia verificou-se que o rumo apontava um clarins e dois pelotões que a toque de caixa J. Marques Guedes
certo desvio da rota desejada e, para o corrigir; marchou avenida fora e estacionou junto ao SCH H REF
24ª Conferência da Kongsberg Maritime’s Simulator
24ª Conferência da Kongsberg Maritime’s Simulator
ntre dia 14 e 16 de Outubro de 2009, forma como foram recebidos e pela dis-
realizou-se no Hotel Sheraton em ponibilidade e atenção com que foram
ELisboa, a vigésima quarta Confe- obsequiados durante as visitas. Durante
rência da Kongsberg Maritime’s Simula- os 3 dias deste evento, o Simulador de
tor, empresa reconhecida mundialmente Navegação Portátil da Marinha esteve
no domínio da simulação marítima e à exposto na Sala de Demonstrações do
qual a Marinha adquiriu o Simulador de hotel anfitrião, juntamente com outros
Navegação e Manobra (SIMNAV). simuladores, o que despertou a curiosi-
A abertura desta conferência com o dade de todos os participantes.
lema “Explore the Simulation Possibilities”, A conferência terminou no dia 16,
realizada anualmente, teve a presença da tendo os seus objectivos principais sido
Embaixadora da Noruega e do CALM cumpridos: a apresentação das inovações
Pires da Cunha, que proferiu um discurso em da Simulação na MGP”. Após um “coffee- nas áreas da simulação como por exemplo na
que abordou a importância da simulação no break”, seguiu-se um conjunto de três visitas área do Combate à Pirataria, Navegação no
adestramento das Forças Navais e as relações simultâneas, ao SIMNAV, onde houve a opor- Gelo e Manobras Offshore; a divulgação da
custo-eficácia destes equipamentos. tunidade para uma demonstração das capaci- forma de utilização de simuladores em vá-
No dia 15 de Outubro, os 120 delegados dades do simulador, à fragata “Corte-Real”, rios países e Marinhas do mundo e não me-
que participavam nesta conferência desloca- para uma visita aos centros de Comando e nos importante, a troca de ideias e experiên-
ram-se à Base Naval de Lisboa onde foram Controlo e à Escola de Tecnologias Navais, cias entre todos os utilizadores e a criação de
recebidos pelo Director do CITAN, tendo se- a fim de visitarem o simulador NAUTUS. novos desafios.
guidamente assistido a uma palestra subor- Por fim, foi hora da tradicional fotografia de Z
dinada ao tema: “O SIMNAV e a importância grupo, onde todos teceram rasgados elogios à (Colaboração do CITAN)
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