Page 61 - Revista da Armada
P. 61
1939 e o lançamento à água em 15 de Feve- F pintada a branco e sombreada a preto, nas Port-Said e Aden. Durante aquele longo per-
reiro de 1940, ano em que a sua construção amuras. Em 24 de Maio de 1951, pela portaria curso apanhou, por vezes, muito mau tempo
foi concluída. nº 13547 foi classificado de draga-minas com e sofreu várias avarias, que entretanto, foram
Cedido a Portugal a título provisório che- o indicativo visual M 401 pintado a preto nas reparadas, acabando por chegar a Mormugão
gou ao porto da Horta em 8 de Outubro de amuras e na popa. no dia 27 de Novembro de 1954.
1943 e naquela mesma data foi aumentado, Durante os anos de 1952, 1953 e 1954 man- No dia 24 de Fevereiro de 1956, depois de
temporariamente, ao Efectivo dos Navios da teve-se no Arsenal do Alfeite a ser submetido ter efectuado numerosos cruzeiros em águas
Armada, passando a ter bandeira e guarni- a fabricos nos quais lhe foram removidos os da Índia Portuguesa, suspendeu de Diu
ção Portuguesas, a ser de- rumo a Karachi onde che-
signado por patrulha P2 e gou a 27. Esteve em doca
a ter aquele indicativo vi- seca entre 4 e 9 de Março,
sual pintado a branco nas no dia 13 rumou a Aden
amuras. e tendo escalado sucessi-
As dimensões eram iguais vamente Port-Said, Malta
às do patrulha P1/”S. MI- e Argel chegou ao Tejo a 5
GUEL” mas as restantes de Maio.
características diferiam um Pelo facto de terem sido
pouco sendo: aumentados ao Efectivo dos
- Deslocamento máximo ..... Navios da Armada Portu-
......................740 toneladas guesa os oito draga-minas
- Deslocamento normal ....... costeiros da classe “PONTA
......................610 toneladas DELGADA”, os quatro da
- Deslocamento standard.... classe “S.ROQUE” e ainda
......................530 toneladas os quatro draga-minas oce-
- Velocidade máxima ........... ânicos da classe “S. JORGE”,
.................................11,5 nós todos com casco de madeira
A autonomia, o apare- Patrulha P2. e com possibilidade de dra-
lho propulsor, a dotação de garem minas magnéticas,
carvão e a guarnição tam- acústicas e de pressão, foi
bém eram iguais nos dois decidido reclassificar como
navios. caça-minas os quatro dra-
A artilharia principal, o ga-minas de casco de aço
armamento anti-submarino da classe “FAIAL”, que ape-
e os restantes equipamentos nas tinham possibilidade de
eram semelhantes diferindo, dragar minas fundeadas.
porém, no facto de estar ar- Assim, em 28 de Junho de
mado com três metralhado- 1956, de acordo com a por-
ras Oerlikon antiaéreas de taria nº 15893, o “FAIAL”,
20 mm e de não ter quais- depois de ter tido sucessi-
quer metralhadoras Brow- vamente os indicativos visu-
ning de 7,7 mm. ais T112, (quando na Royal
Nos anos de 1943, 1944 Patrulha “FAIAL”. Navy), P2, F e M 401, foi
e 1945 saiu mais de 100 ve- reclassificado caça-minas e
zes para o mar patrulhando passou a ter o indicativo vi-
águas do arquipélago dos sual M 391 pintado a preto
Açores, fazendo base ge- nas amuras e na popa ao
ralmente no porto da Hor- mesmo tempo que cedia o
ta mas entrando também, indicativo M 401 ao draga-
várias vezes, em Ponta Del- minas costeiro “S. ROQUE”.
gada e em portos da ilha de Ainda navegou mais uma
Santa Maria. dezena de anos, efectuan-
Em 21 de Junho de 1945, do principalmente missões
terminada a comissão nos de fiscalização da pesca na
Açores, zarpou para o Con- zona centro até que, em 27
tinente e no dia 26 fundeou de Março de 1967, pela por-
em Caxias. No dia 27 amar- taria nº 22596, o caça-minas
rou a uma bóia do Quadro “FAIAL” depois de ter tido
dos Navios de Guerra e foi uma vida utilíssima de mais
incorporado no Comando Caça-minas “FAIAL”. de 23 anos, com bandeira
da Defesa Marítima do Por- portuguesa, foi abatido ao
to de Lisboa. Em 11 de Junho de 1946 foi au- morteiros, as calhas lança-cargas de profundi- Efectivo dos Navios da Armada.
mentado ao Efectivo dos Navios da Armada, dade e uma parte dos dispositivos de rocega Z
de forma definitiva, e passou a ser designado de minas. Também a peça de 76 mm/40 foi (continua) J. Ferreira dos Santos
Capitão da Marinha Mercante
por vapor “FAIAL” de acordo com a portaria desembarcada e substituída por uma peça de Membro efectivo da Academia de Marinha
nº 11410 de 29 de Junho de 1946, mantendo o 76 mmm/50 igual às do armamento secun-
mesmo indicativo visual P2. dário dos avisos de 1ª classe. Nota
(1) Mais tarde, em 1947, o governo Português adqui-
Em 19 de Outubro de 1946, conforme a No dia 11 de Outubro de 1954 largou da riu à Inglaterra mais dois “naval trawlers” que bapti-
portaria nº 11532 passou a ser o patrulha Doca da Marinha para uma longa comissão zámos “SALVADOR CORREIA” e “BALDAQUE DA
“FAIAL” tendo como indicativo visual a letra de serviço no Estado da Índia. Escalou Malta, SILVA”, dos quais voltaremos a falar mais adiante.
REVISTA DA ARMADA U FEVEREIRO 2009 23