Page 7 - Revista da Armada
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O N.R.P. “D. Francisco de Almeida”
                  em Lisboa

Após a conclusão da cerimónia de trans-        só nos aspectos da aptidão para navegar e de    “D. Francisco de Almeida” foi considerado
        ferência do N.R.P. “D. Francisco de    condução da plataforma em segurança mas
        Almeida”, realizada em 15 de Janei-    também, em padrões de prontidão associados      apto a navegar e a prosseguir com o programa
ro de 2010 na Base Naval Holandesa de Den      a exercícios mais avançados que envolviam,
Helder, deu-se início à fase de integração da  por exemplo, a guarnição em postos de 1º grau   de treino previsto para a sua classe.
mais recente unidade naval da Marinha Por-     de prontidão para combate. Durante todo este
tuguesa tendo em vista a sua                                                                   Concluida esta importante fase de apronta-
pronta utilização operacional.                 exigente período de adestramento da guarni-
Esta fase, a decorrer ainda                    ção foi fundamental o apoio técnico da equipa   mento, desde logo novo desafio se colocava à
com o apoio técnico e mate-                    da MAF1 que, em estreita ligação com a equi-
rial da Marinha Holandesa,                     pa de projecto holandesa, permitiu ultrapas-    guarnição através da necessidade de se efec-
teve como objectivo a adapta-                  sar qualquer constrangimento ou limitação de
ção do navio aos padrões em                    material que pudesse condicionar a normal       Fotos 1SAR FZ Pereira  tuar o lançamento contratual
vigor na nossa Marinha e à sua                 execução do plano de treino. No final, o N.R.P.
preparação para a execução do                                                                                         de um míssil Sea Sparrow, cujo
Plano de Treino de Segurança
(PTS) que, sob a égide do De-                                                                                         objectivo era o de completar a
partamento de Treino e Ava-
liação da Flotilha se iniciou na                                                                                      certificação técnica de todo o
primeira semana de Feverei-
ro. Para este efeito, deslocou-                                                                                       sistema de defesa aérea e de
-se à Holanda uma equipa de
dezasseis militares que foram                                                                                         aquisição e tratamento para
treinar e avaliar o navio nas
áreas chave da navegação, li-                                                                                         posterior análise dos dados
mitação de avarias, segurança
para navegar e, complemen-                                                                                            obtidos pelo sistema de com-
tarmente, nas áreas de orga-
nização, marinharia, serviços                                                                                         bate. Para o efeito, embarca-
gerais, saúde e departamentos
técnicos de propulsão e ener-                                                                                         ram 8 elementos da Marinha
gia e de armas e electrónica.
No período de cerca de duas                                                                                           Holandesa, acompanhados
semanas que decorreu entre
a entrega do navio e o início                                                                                         por 3 membros da MAF e um
do PTS, tornou-se necessário
proceder à avaliação do estado                                                                                        membro da equipa de análise
de condição de todos os equi-
pamentos e sistemas, alterar                                                                                          nacional que assistiram e vali-
a sinalética existente a bordo
que se encontrava ainda no                                                                                            daram todos os procedimentos
original em holandês arrumar
e colocar seguro para navegar                                                                                         utilizados neste bem sucedido
todo o material que, ou tinha
sido transportado pela corve-                                                                                         teste. Particularmente inte-
ta “João Coutinho” durante a
sua missão de apoio logístico,                                                                                        ressante foi a utilização como
ou se encontrava ainda nos
paióis da Marinha Holande-                                                                                            alvo de um veículo aéreo não
sa. O N.R.P. “D. Francisco de
Almeida” começava desta for-                                                                                          tripulado (drone), fornecido e
ma a adaptar-se rapidamente
aos usos e costumes da nossa                                                                                          operado por uma firma grega e
Marinha e encontrava-se as-
sim em condições de aprovei-                                                                                          que, lançado a partir do convés
tar as oportunidades de treino
que lhe iriam ser proporcionadas.                                                                                     de voo do navio, se constituiu

  E foi assim que, numa particularmente gé-                                                                           como o alvo ideal para por à
lida manhã de 1 de Fevereiro foi recebida a
bordo a equipa de avaliação da Flotilha que,                                                                          prova as capacidades dos siste-
durante três semanas e através de um diver-
sificado programa de inspecções e de acções                                                                            mas anti-aéreos do navio.
de treino, preparou e testou a guarnição não
                                                                                                                      Terminava assim a primei-

                                                                                                                      ra fase de integração do N.R.P.

                                                                                                                      “D. Francisco de Almeida” na

                                                                                                                      Marinha Portuguesa, dando-

                                                                                                                      -se início aos preparativos para

                                                                                                                      largar de Den Helder com des-

                                                                                                                      tino à Base Naval de Lisboa.

                                                                                                                      E foi numa soalheira manhã

                                                                                                                      do dia 9 de Março que, após

                                                                                                                      ter embarcado o Comandante

                                                                                                                      Naval, VALM Saldanha Lopes,

                                                                                                                      na baía de Cascais, o navio en-

                                                                                                                      trou a barra do Rio Tejo pela

                                                                                                                      primeira vez com a bandeira

                                                                                                                      nacional hasteada. Sempre

                                                                                                                      acompanhado por um helicóp-

                                                                                                                      tero Lynx, foi com emoção que

                                                                                                                      o navio atracou no cais nº1 da

                                                                                                                      Base Naval de Lisboa ao som

                                                                                                                      da Marcha dos Marinheiros,

                                                                                                                      interpretada pela Banda da

                                                                                                                      Armada e das sereias dos na-

                                                                                                                      vios da esquadra, que emban-

                                                                                                                      deirados em arco desta forma

                                                                                               deram as boas-vindas ao N.R.P. “D. Francis-

                                                                                               co de Almeida”.                                   Z

                                                                                                                      (Colaboração do COMANDO DO

                                                                                               NRP “D. FRANCISCO DE ALMEIDA”)

                                                                                               Nota
                                                                                                  1 Missão de Acompanhamento e Fiscalização.

                                                                                                              REVISTA DA ARMADA U ABRIL 2010 7
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