Page 5 - Revista da Armada
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COMEMORAÇÕES DO 10 DE JUNHO
Realizaram-se no dia 10 de Junho, em Faro,
as cerimónias alusivas às comemorações Técnica da Força Aérea; um Batalhão da Mari- À chegada do Presidente da República as
do Dia de Portugal, de Camões e das Co- nha, dois Batalhões do Exército e uma Esquadra Forças em Parada prestaram as honras regula-
munidades Portuguesas. da ForçaAérea.As forças perfaziam um total de mentares, com a Banda da Armada executan-
cerca de 1200 efectivos. do o Hino Nacional e simultaneamente, uma
O Presidente da República e Comandante bateria de Artilharia de Campanha do Exército,
Supremo das Forças Armadas, presidiu à ce- Para além destas forças em parada, partici- executou uma salva de 21 tiros.
rimónia militar, noTerreno Municipal da Hor- param ainda na cerimónia militar outras forças,
ta das Figuras, que incluiu uma parada designadamente, forças motorizadas. Seguiu-se a homenagem aos Mortos que in-
militar, comandadas pelo CALM Cortes cluiu uma prece feita peloVigário castrense,
Picchiocci, integrando as seguintes uni- CALM Costa Amorim.
dades e meios: Seguidamente, o Presidente da República
pronunciou o discurso que abaixo se trans-
Banda da Armada; Bloco de Estandartes creve na íntegra.
Nacionais representativos do Estado-Maior Por fim efectuou-se o desfile das Forças
General das Forças Armadas, de Unidades em Parada e Forças Motorizadas, terminan-
da Marinha, do Exército, da Força Aérea e do com um sobrevôo de unidades aéreas
da Liga de Combatentes, com uma Escolta da Marinha e Força Aérea.
de Honra, constituída por uma Companhia Posteriormente, ocorreu a sessão solene
de Apoio de Fogos do Corpo de Fuzileiros; do Dia de Portugal, de Camões e das Comu-
um Batalhão dos Estabelecimentos Milita- nidades Portuguesas que se realizou noTea-
res de Ensino do Exército, constituído por tro Municipal de Faro, onde o Presidente da
companhias de alunos do Colégio Militar, República proferiu uma intervenção alusiva
do Instituto de Odivelas e do Instituto Mili- e procedeu à imposição de condecorações
tar dos Pupilos do Exército; um Batalhão de a um conjunto de personalidades e institui-
Cadetes Alunos integrando companhias da ções, entre elas oVALMTelles Palhinha com
Escola Naval, da Academia Militar e uma a Grã Cruz da Ordem Militar de Avis.
Esquadrilha da Academia da Força Aérea; Durante esta sessão o Presidente da Co-
um Batalhão de formandos dos cursos de missão das Comemorações, Dr. António
Sargentos, que incluía companhias da Es- Barreto, proferiu um discurso que pelo seu
cola deTecnologias Navais da Marinha, da significado é integralmente transcrito na
Escola de Sargentos do Exército e uma Es- página seguinte.
quadrilha do Centro de Formação Militar e
Discurso do Presidente da República na Cerimónia Militar
“O Algarve, pela sua geografia e pela Nos tempos que correm,a segurança e a afir- sas Forças Armadas é, sem dúvida, um
paixão marítima das suas gentes, foi des- mação de um Estado não podem ser prossegui- superior interesse da Nação.
de sempre um importanteponto deapoio das de forma isolada. Exigem, no quadro das
para o desenvolvimento das relações de alianças internacionais,uma aposta crescente na Militares,
Portugal com outros povos e culturas. segurança cooperativa e na diversificação das Numa conjuntura difícil e exigente, as
dependências, mas não dispensa a valorização Forças Armadas continuam a cumprir as
Não longe daqui, em Sagres, a epo- dos recursos, capacidades e competências que suas missões,com assinalável competên-
peia dos Descobrimentos encontra um lhe são próprios. cia e dedicação, nas mais diversas situa-
dos seus maiores símbolos. Aí se fixou ções e níveis de risco.Permanentemente
o Infante D. Henrique, movido pelo so- Devemos,assim,valorizar o potencial do País expostas ao escrutínio da comunidade
nho de alcançar o Oriente por mar, e aí em várias frentes, incluindo a militar. nacional e internacional, têm granjeado
se terão congregado, de modo especial- elevada credibilidade e prestígio junto
mente frutuoso,as artes dos mareantes e Importa ter presente que a redução da capa- dos Portugueses e das organizações in-
o engenho dos cientistas. cidade das Forças Armadas tem historicamente ternacionais de que fazemos parte,tendo
coincidido com o aumento das vulnerabilidades razão para sentir-se orgulhosas.
Daqui partiram portugueses, há cinco sécu- nacionais e o enfraquecimento da voz de Por- No Afeganistão, a comunidade internacional
los, para África e para as Índias. Daqui saíram, tugal no concerto das nações, como Estado so- trava o seu principal combate contra o terroris-
num passado mais recente, muitos dos que en- berano e independente. mo, o narcotráfico e o crime organizado.
grossam hoje as fileiras dos antigos combaten- Face à evolução da situação no terreno e às
tes e dos que actualmente,nas Forças Armadas, A preservação da operacionalidade das nos- correspondentes alterações à estratégia adopta-
cumprem missões humanitárias e de apoio à da, Portugal, em conjunto com os seus aliados,
paz ou desenvolvem acções de cooperação reforçou a sua contribuição militar, reassumin-
longe da Pátria. do uma exigente missão de reserva táctica, em
Cabul,e contribuindo também para a formação
Comemoramos este ano, aqui em Faro, o das forças locais.
Dia de Portugal, de Camões e das Comunida- Trata-se de uma missão que comporta riscos
des Portuguesas. É dia de lembrar os feitos e os significativos, assumidos pelas autoridades na-
heróis do passado que materializam o espírito cionais com sentido de responsabilidade, mas
de independência e de liberdade para seguir com a certeza de que Portugal deve cumprir a
o nosso próprio caminho. É dia de expressar a sua quota-parte na segurança internacional, na
firme vontade de garantir um futuro soberano, prevenção do crescimento das ameaças trans-
capaz de vincar a nossa presença num Mundo
em acelerada mudança. Revista da aRmada • julho 2010 5