Page 5 - Revista da Armada
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navios da WFP e AMISON, missões de A vinda a bordo do Ministro da Defesa Foto Pedro Vaz Antunessas outras atividades de treino nas áreas
Recolha de Imagem, Vigilância e Reco- Nacional, acompanhado do General CE- da marinharia, limitação de avarias e so-
nhecimento dos campos piratas na costa MGFA, do Almirante CEMA, e do Vice-Al- Foto Júlio Titocorrismo.
e dos navios pirateados nos fundeadouros mirante Comandante Naval, foi neste dia
e missões de neutralização dos vetores sentida pela guarnição como o reconhe- Adicionalmente ao treino prático, o
de ação pirata, através de ações de Bo- cimento do esforço desenvolvido até aqui período de trânsito foi aproveitado para
arding, patrulhas e fiscalização de área. e como uma motivação adicional para os formação teórica, com a apresentação
desafios futuros, relevando o reconheci- de briefings detalhados sobre a área de
Enquanto navio-almirante, e como con- mento da importância da missão para o operações e sobre a reorganização inter-
sequência de maior exigência na área prestígio da Marinha, das Forças Armadas na que foi necessário implementar para
C4IS1, a preparação das Tecnologias da e de Portugal. melhor adaptar o navio à execução de
Informação e Comunicações (TIC) apre- operações contra pirataria.
sentou-se como um desafio O Mestre apitou à faina às 12h30 do
significativo, potenciado pela dia 21 de março e de seguida, sob olhar No dia 27 de março, ocor-
recente implementação de atento de familiares e jornalistas, o navio reu a primeira paragem lo-
uma rede de Comando e Con- rodou na bacia do Alfeite e rumou ao pri- gística, em Souda Bay, na
trolo (C2) segura, designada meiro porto de escala – Souda Bay – na ilha grega de Creta, que teve
de ACMN (Atalanta Confiden- ilha grega de Creta. como principal objetivo o
tial Mission Network), usada reabastecimento de gasóleo
em apoio à Operação Atalanta O TRÂNSITO PARA A ÁREA F76. Apesar do curto perío-
e pela necessidade de dispor DE OPERAÇÕES do, a estadia permitiu à guar-
também da NSWAN (NATO nição visitar a cidade mais
Secret Wide Area Network) e No trânsito para Creta, durante seis dias, próxima – Chania, antes do
da rede americana CENTRI- foi cumprido um alargado plano de trei- navio largar de novo rumo ao
XS (Combined Enterprise Re- no e realizados exercícios em diversas Canal do Suez.
gional Information Exchange
System). áreas, com o objetivo de testar e melho- A travessia do canal teve iní-
rar o desempenho e reduzir os tempos de cio na madrugada de 30 de
Para que todos os sistemas e redes fun- reação do navio. Neste âmbito, o treino março e foram necessárias 15
cionassem de forma robusta e flexível, relacionado com o combate à pirataria horas para alcançar o Mar Ver-
procedeu-se a adaptações físicas à LAN2 foi considerado como prioritário, tendo melho. Esta longa travessia, parcialmente
de bordo, com alterações profundas nas sido conduzidos exercícios de aborda- efetuada no período noturno, permitiu
infraestruturas de rede e bastidores, ten- gem com helicóptero por fast-rope, tiro, apreciar uma paisagem sui generis, espe-
do estes trabalhos sido realizados pelo abordagem por semi-rígida e detenção cialmente verde e com diversa vegetação
AA, S.A. com uma forte participação do de piratas, entre outros. Integrado neste na margem Oeste e quase completamente
navio, fator que permitiu uma significa- programa de treino mais específico para desértica na margem Leste. Como de cos-
tiva poupança de recursos. a missão, foram ainda conduzidas diver- tume, a efusividade das embarcações que
transportam pilotos e funcionários do ca-
Finalmente, também na área dos siste- nal para bordo marcou presença e houve
mas, da plataforma e do abastecimento, ainda espaço para alguns dos funcionários
os preparativos foram prolongados e a ati- do canal tentarem a tradicional venda de
vidade desenvolvida foi intensa de modo souvenirs à guarnição.
a garantir a sustentação para 5 meses, Após saída do canal no Porto do Suez, a
permitindo que os sistemas navegação no Mar Vermelho de-
mais relevantes para a mis- correu com mar chão, bastan-
são se mantenham operacio- te calor e a elevada humidade
nais durante todo o período. característica da área, tendo
Em todas estas áreas, é de o trânsito para o Djibuti sido
referir que, apesar das di- dedicado aos derradeiros pre-
ficuldades reconhecidas, o parativos para integrar a Task
esforço de todos os que em Force 465.
terra apoiam a esquadra foi
inexcedível e permitiu dotar No dia 3 de abril, já no
a Álvares Cabral dos meios Golfo de Áden, foi efetuado
humanos, financeiros e mate- reabastecimento de combus-
riais necessários e adequados tível com o RFA Fort Victoria.
ao aprontamento eficaz do No dia seguinte, pelas 10h30,
navio. a Álvares Cabral atracou no
cais número 10 do porto do
O DIA DA LARGADA Djibuti, onde se iniciou um
conjunto de atividades dedi-
No dia da largada foi notório que o pe- cadas à entrega de comando
ríodo de 5 meses longe de familiares e da EUNAVFOR e à passagem de testemu-
amigos não deixa ninguém indiferente, nho da Marinha Espanhola para a Marinha
mas ao mesmo tempo sentiu-se a moti- Portuguesa.
vação de uma guarnição que nos últimos
2 anos, com forte dedicação, ultrapassou Colaboração do COMANDO DO
sucessivas etapas, quantas vezes com sa- NRP ÁLVARES CABRAL
crifício pessoal e familiar para aprontar e
preparar o navio para uma missão desta Notas
envergadura. 1 Command, Control, Communications, Computers and
Information Systems
2 LAN – Local Area Network
REVISTA DA ARMADA • MAIO 2013 5