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O NOVO COMANDO DA NATO EM OEIRAS

           NAVAL STRIKING AND SUPPORT FORCES NATO (SFN)

No decurso da reforma das Estruturas      Forces) ou Operações Conjuntas de pequena       NRF). Por força desta última circunstância, a
         de Comando e das Forças da NATO  escala centradas no ambiente marítimo na re-    SFN assumiu funções nesse âmbito em 2012, e
         (NATO Command Structure – NCS e  gião Euro-Atlântica ou ao alcance estratégico.  em 2017 assumirá novamente a função de Co-
NATO Forces Structure – NFS), a 17 de maio de Decorrente desta missão, realçam-se duas ta- mandante da Componente Marítima da NRF
2012 o Comando da Naval Striking and Sup- refas principais:                               17 (Maritime Component Commander – MCC).
port Forces NATO (STRIKFORNATO – SFN) foi ∙ Auxiliar a edificação de capacidades ma- A SFN teve as suas origens em 1953, na al-
formalmente estabelecido no Reduto Gomes rítimas de aliados e parceiros, bem como po- tura Striking Forces South – STRIKFORSOUTH,
Freire, em Oeiras.                        tenciar a interoperabilidade conjunta através de colocalizado no Quartel-General da SIXFLT em
A SFN é comandada pelo Vice-Almirante ações de treino, formação e cooperação.             Nápoles, Itália, tendo, desde então, servido de
Frank Pandolfe da Marinha dos EUA, que é, ∙ Contribuir efetivamente para a dissuasão de elo de ligação entre os recursos disponíveis das
simultaneamente, Comandante da 6ª Esqua- possíveis agressões contra membros da Alian- forças navais americanas e a NATO.
dra Americana (COMSIXFLT), localizada em ça e, no caso da dissuasão falhar, contribuir no Em 1967, quando o Quartel-General das For-
Nápoles, 2º Comandante das Forças Navais sentido de criar as condições para um desfecho ças Aliadas do Mediterrâneo (Allied Forces Me-
Americanas para a Europa (USNAVFOR) e favorável da crise.                                 diterranean – AFMED) foi encerrado, a STRIK-
2º Comandante do                                                                                                       FORSOUTH tornou-se
Comando America- NOVAS ESTRUTURAS DE COMANDOS E DE FORÇAS DA NATO o único Quartel-Gene-
no para África (AFRI-                                                                                                  ral marítimo da Aliança
COM), ambos locali-                                                                                                    na Europa com capaci-
zados em Estugarda,                                                                                                    dade de intervenção
Alemanha.                                                                                                              imediata.
Trata-se de uma orga-                                                                                                  Depois de apoiar as
nização que pertence                                                                                                   operações da NATO
à NFS com base num                                                                                                     no Kosovo em 1999
Memorando de Enten-                                                                                                    durante a Operação
dimento assinado por                                                                                                   ALLIED FORCE, a
11 dos 28 membros da                                                                                                   STRIKFORSOUTH foi
NATO, nomeadamen-                                                                                                      realinhada com a NFS
te França, Alemanha,                                                                                                   e, em 2004, recebeu
Grécia, Itália, Holan-                                                                                                 a sua atual designação
da, Espanha, Polónia,                                                                                                  de STRIKFORNATO
Turquia, Reino Unido,                                                                                                  debaixo do Comando
Estados Unidos da                                                                                                      Operacional do SA-
América e Portugal.                                                                                                    CEUR. Nesse mesmo
A nação líder da STRI-                                                                                                 ano, a SFN foi designa-
KFORNATO são os                                                                                                        da como único Coman-
EUA, que fornece 35%                                                                                                   do Marítimo da NATO
do contingente, segui-                                                                                                 com capacidade para
do pelo Reino Unido,    SHAPE – Supreme Headquarters Allied Powers Europe  ARRC – Allied Rapid Reaction Corps          comandar forças na-
                        JFC – Joint Forces Command                         ACC – Air Component Command
com 15%, onde se in- ACO - Allied Command for Operations                   LCC – Land Component Command                vais NATO de nível de
                        NRDC – NATO Rapid Deployable Corps                 MCC – Maritime Component Command
clui o 2º Comandante,   MNC – Multi-National Corps                         RRC – Rapid Reaction Corps                  Força Tarefa Expandida
Contra-Almirante Timo-  NDC – NATO Deployable Corps                        JFACC – Joint Forces Air Component Command  (NATO Expanded Task
thy Lowe.                                                                                                              Force – NETF).
A transferência da SFN de Itália para Portu- As características principais da SFN são: mul- No início de 2008, a SFN coordenou a for-
gal, iniciada no final de fevereiro de 2012, foi tinacionalidade, projetabilidade, agilidade e fle- mação e preparação do Estado-maior nuclear
um feito inimaginável em tempo recorde ten- xibilidade, apoiando com elevada prontidão os para o Quartel-General da ISAF (International
do sido declarado, Capacidade Operacional objetivos de segurança da Aliança.              Security Assistance Force) em Cabul, Afeganis-
Final (Final Operational Capability) da SFN, a Não obstante a SFN estar a par de outras for- tão, tendo projetado 44% do seu pessoal para
01 de agosto desse ano. O esforço logístico e ças marítimas da NFS (Maritime Forces – MAR- aquele teatro de operações. No final do mesmo
a coordenação com as autoridades nacionais FOR) como a de Espanha (SPMARFOR), Itália ano, a SFN foi certificada como Comandante
revelou-se de crucial importância para que esse (ITMARFOR), Reino Unido (UKMARFOR) e da Componente Marítima da NRF, tendo de-
objetivo pudesse ter sido alcançado em tão França (FRMARFOR), tem uma natureza parti- sempenhado essa função na primeira rotação
reduzido tempo. Destaca-se, sobremaneira, o cular por estar diretamente subordinada ao Co- dessa força de resposta imediata em 2009.
importante apoio e a prioridade que o MDN, mandante Aliado Supremo na Europa (Supre- Em 2011, de março a outubro, um número
através do EMGFA, deu ao rápido estabeleci- me Allied Commander Europe – SACEUR) na significativo de elementos do Estado-maior
mento da SFN em território nacional.      modalidade de Comando Operacional (Opera- da SFN foi projetado em apoio às Operações
A missão da SFN é disponibilizar um Quartel- tional Command – OPCOM). Esta relação de Odyssey Dawn e Unified Protector por ocasião
-General projetável, conjunto, mas predomi- comando direta obriga a SFN a estar com uma da crise na Líbia.
nantemente marítimo, para planear, comandar elevada prontidão (5 days Notice To Move – O Comando da SFN, em operações ou exer-
e controlar operações marítimas ao longo de NTM) caso seja necessário projetá-la para algu- cícios, por princípio, faz-se a bordo de uma
todo o espectro das missões fundamentais de ma área de interesse da NATO, mesmo quando plataforma de comando (Afloat Command Pla-
segurança da Aliança, incluindo operações não se encontra em prontidão para a Força de tform – ACP) disponibilizada por alguns países
com Forças Tarefa Expandidas (Expanded Task Resposta Imediata (NATO Response Force – membros. O navio que tem sido utilizado em

10 MAIO 2013 • REVISTA DA ARMADA
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