Page 29 - Revista da Armada
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em fins de Abril de 2012, apontam para – Os percursos temáticos estão muito bem – Finalmente, para nós Portugueses, que
um incremento anual médio, em cerca pensados e organizados, traduzindo esco- também temos alma maior de Marinheiro e
do dobro (do daquele) desse período. De lhas judiciosas de elementos museológicos, uma história ímpar e infinita ligada ao mar, a
facto, o preço de entrada bastante elevado nomeadamente a utilização de todo um le- satisfação de vermos dignificada, e justamen-
(12 libras esterlinas) parece no entanto não que de novas soluções e tecnologias numa te recordada, a longa história da “Cutty Sark”
ser um argumento suficiente para com pavilhão Português. Aliás, a
afastar os candidatos à visita. esse propósito, o pequeno livro so-
Perante esta realidade, não bre o navio, à venda na loja (“Cut-
restam dúvidas de que a “Cutty ty Sark – Souvenir Guide”), dedica
Sark” é um navio histórico da duas paginas (p.48 e p.49) a essa
maritimidade da Inglaterra, um “epopeia portuguesa”. É também
navio-museu extremamente po- interessante notar que logo na
pular que conquistou verdadei- abertura desse livro, num capítulo
ramente (como o “Victory” de que versa sobre a História do Chá,
Nelson, em Portmouth), o esta- é feita uma justa referência à Rai-
tuto de Monumento Nacional. nha Dona Catarina de Bragança,
Tirando porventura o aspecto ex- portuguesa, mulher do Rei Carlos II
terior (que pode ser considerado de Inglaterra, dando conta que foi
polémico), é difícil não tecer elo- ela que, segundo o texto do livro,
gios ao novo projecto da “Cutty Made Tea Fashionable in England
Sark”, renascida das cinzas. (Introduziu o hábito de tomar chá,
em Inglaterra). Perante esta consta-
Algumas lições a retirar: tação, pouco mais há para dizer.
– A importância patrimonial (e Quanto ao preço do ingresso na
universal) de que se pode reves- exposição e na galera “Cutty Sark”,
tir um navio-museu, símbolo de fomos-nos consolando com a pers-
relevo em Greenwich e de todo pectiva da visita que se seguia, ao
um período da navegação e do National Maritime Museum de
Comércio Inglês. Greenwich, outro grande repositó-
– Com o novo projecto, a len- rio do acervo da História Mariti-
da não morreu, renasceu! Ouve ma Inglesa e Mundial... de acesso
ousadia e inovação na “inven- gratuito.
ção” dum novo e extraordinário Esperamos que esta descrição
espaço por debaixo do navio, traga ideias museológicas para re-
em volta do “mítico” casco. Esse flexão e que tenha sido um contri-
espaço reforça a projecção do buto para os nossos leitores que se
navio enquanto “ícone”. Trata- Por baixo do casco da "Cutty Sark", no fundo da Doca Seca, interessam pela cultura e história
-se duma nova dimensão até perspectiva à proa do navio. naval.
agora muito pouco explorada em Museus muito britânica articulação entre tradição e
Marítimos. Essa novidade e, eventualmen- modernidade. O projecto chama a si desde Dr. Paulo Santos
te, alguma polémica em torno do projecto instrumentos de navegação e documenta-
terão, julgo eu, contribuído para a curio- ção pertencentes ao veleiro, a meios audio- Nota
sidade e o sucesso das visitas ( e conse- -visuais (utilização de projecções multimédia 1 Que, aliás, também navegou com pavilhão
quente rentabilização do projecto), pas- e imagens holográficas), com o objectivo de português. Baptizado "Pedro Nunes", serviu
sado um ano após a reabertura do navio estabelecer uma constante interactividade de Navio-Escola da Armada e foi afundado
ao público; com o visitante etc...; ao largo de Cascais, durante um exercício de
torpedos, a 6 de Outubro de 1907.
REVISTA DA ARMADA • SETEMBRO-OUTUBRO 2013 29