Page 195 - Revista da Armada
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bibliografia
OS ADORADORES DO SOL - Ca- TEMPO AFRICANO, por Manuel
demos de um escritor, por Fer- Barão da Cunha
nando Namora
('2,~ edição da Europa-América) Trata-se de urn livro cujo autor
já antes escrevera a célebre obra
É já dos fins de 1971 este livro «Aquelas Longas Horas», cuja
de Fernando Namora. Não se temática é a luta no Ultramar.
trata de uma obra de ficção do Em Barão da Cunha não devemos
tipo ·de «Retalhos da vida de um procurar ficção mas, outrossim,
Médico», «Casa da Malta» ou o real- naquela objectividade e
«Domingo à Tarde», por onde realismo de quem conta, sem ves-
o neo-realismo abriu estrada na tes de fantasia, o que viu e viveu.
I iteratura portuguesa. Fernando É toda essa ronda dura, trágica
Namora, depois desta última obra, e grande dos assaltos, combates,
mudou o curso do seu fecundo ribombos de granadas, a paz dos
estilo de romancista para um tipo rios e musseques, o bulício das
de ficção ao jeito de crónica, misto cidades, a África, enfim ... que per-
de jornalismo e ensaio, onde as passa nos seus livros.
notas, apontamentos e reflexões
de viagem nos surgem em traços
incisivos a que se juntam a análise COLECÇÃO O HOMEM E O TEM-
e as considerações pessoais rela- PO, da Editora Me'ridiano
tivas ao que viu e sentiu .
Acabam de aparecer, nesta va-
liosa colecção, mais dois volumes:
ROMANCE DA GATA PRETA « O Anarquismo » de George
_ Fábulas e poesias, por Patrícia Woodcock, conhecido ensaio de
Joyce filosofia política;
«A Indústria da Cultura », colec-
c
No género tão difícil - quanto ção de estudos e ensaios acerca
raramente bom - da literatura e da sociedade de consumo e do
da poesia para crianças, encon- sistema neocapitalista, reunindo
tramos, por vezes, verdadeiros nomes como sejam Dwight Mac-
achados. É o que acontece com donald. Dan iel Bel l. Edward Shols.
este «livrinho» de Patrícia Joyce. C. Greenberg, Leo Lowental, P.
São histórias novas (e não as F. Lazarfeld e R. K. Merton.
velhas e sediças histórias mil ve-
'zes recontadas e recompostas)
onde o ritmo e a cadência verbal COLECÇÃO MOCHO, da Edito-
são como uma porta aberta por ra Estúdios Cor
onde a criança mais fàcilmente
penetrará no mundo dos senti- A iniciar esta colecção surgiu
mentos que povoam o caminho da há pouco a publicação do famo-
consciência. so ensaio político de H. David
Autêntica poesia para crianças Thoreau «A Desobediência Civil».
(e porque não adultos?) este «Ro-
mance da Gata Preta»! O. Lemos
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