Page 192 - Revista da Armada
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Convena
Intre
arinheiros
Um prédio antigo ali ao Campo Pequeno, um curto Armada» e resolvi que fosse pelo oficial mais
lance. de escadas de mármore branco e um rés- idoso da corporação. Mas, como não me foi pos-
-do-chão onde mora o nosso entrevistado. sível contactar com ele - o capitão-de-mar-e-
No corredor, duas malas de cânfora cheiram -guerra José Joaquim M. da Silva Araújo - fui .
ainda ao misterioso Oriente. Pendurada na parede, ao «senhor que se segue» ...
uma grande fotografia do aviso «Gonçalo Velho»,
que por lá andou muitas vezes e por dois anos sob Outras conversas se farão, à medida que vão
o seu comando. Na saleta de estar, modesta mas surgindo as oportunidades.
confortável, uma mesa redonda com um can- Chamaremos assim ao convívio dos marinheiros
deeiro de madeira e um buda de louça vindos de agora, homens que pertenceram à Marinha
de Macau. No escritório contíguo, muitas recor- de outrora. Trata-se de um encontro entre o
dações de um passado que abrange mais de 40 anos passado e o presente, um ros~rio de saudades
de serviço na Ar'mada. que os entrevistados rezarão alto para nós ouvir-
Um maple para mim, outro para o dono da casa, mos e meditarmos. Vidas simples de homens sim-
e começa a primeira conversa para a nossa ples que serviram a Armada com devoção e che-
Revista. garam ao fim sem fortuna, é certo, mas com a
E porquê esta a primeira? Claro que havia consciência tranquila e a glória de poder olhar
muitas maneiras de começar e eu pensei em o passado sem receio de ver nele qualquer sombra
várias. Acabei por me inspirar na «Lista da negra.
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