Page 54 - Revista da Armada
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um dos maiores feitos navais do século). Castro Guedes, Teixti-  Fernandes, Antio Gonçalves. David Melgueiro. Dinis Dias, Dio-
             ra da Mota (Notabilizou-se no cllmpoda investigação histórico·   go de Azambuja. Nicolau Coelho, Pedro de Barcelos, Pero da Co-
             marítima. sobre a qual publicou valiosos trabalhos. tendo feilo   vilhã, Pedro Fernandes Queirós, Tristão da Cunha, Aronso Bal-
             também muitas conferências. no país e no eSlrangeiro. sobre o   daia, Gaspar Corte Real,  Lopo Sarmento de  Carvalho, In.écio
             ,Issunto. Foi presidente da Academia de Marinha e membro de   Sarmento de Carvalho, Álvaro Velho c Joiode Lisboa.
             outras. nacionais e estrangeiras -  192OfI9S2). Américo Tomás
                                                                                        •
             (Presidente da Republica de 1958 a 1974- 1894/-). Ramos Pe-                ••
             reira. Souto Cruz, Sérgio de Sousa, Martinho Montenegro, Cos-
             ta Cabral. Hugo de Lacerda Castelo Branco, Magalhães Corria,   Feilo o balanço geral dos nomcs registados, vcrifica·se serem
             D. Fuas Roupinho (Figura. quc segundo a lradiçãooral. foi com-  em número de 614 as ruas. avenidas. largos e travcssas que têm
             panhciro de D. Afonso Hcnriquesc o primciro almirante portu·   o nome de marinheiros e navegadores, o quc mais uma vczcon-
             guês. tendo combatido csquadras sarraccnas- ?n). Botelho de   firma sermos, na realidade, um povo de marinheiros.
             Sousa e Isidro F. de Guimarães.                       No  pódio,  como  campeõcs,  figuram : em  1."  lugar,  Gago
               Oficiais  c  outros  elcmentos  da  Armada:  2. o _tenente  Joio   Coutinho (71  vezes): em 2.". Vasco da Gama (54) e em  3:~. ex·
             Roby,  I.°-tenente Joaquim Soares,  comandantes José  Matoso,   -aeqllo, Sacadura Cabral c Cândido dos Reis(48).
             João Belo, Almeida Henriques, Fortée Rebelo, Fontoura da Cos-  Curiosamente,  nenhum deles tem  uma estátua em Lisboa.
             ta (Cientista e investigador. deixou várias publicaçõcs sobre a   havendo para aí lantas ...
             ciência náutica dos portugueses. com destaque para .. A Mari·   Do processo que fica nos arquivos dcsta Rcvista para consul-
             nharia dos Descobrimentos .. - 1869/1940). Freitas da Silva, H.   ta dos in.teressados, extraímos os seguintes dados que considcra-
             Lopes de Mendonça (Poeta. novelista, dramaturgo. historiador   moscunosos:
             e ensaísta. autor da letra do hino naeional -  185611931), Quiri-  Distritos com mais nomes de marinheiros e navcgadorcs nas
             no da Fonseca (Académico e investigador crudito. autor de vá·   respcclivas loponímias:  Lisboa com 191. Setúbal com 125 e Por·
             rias  obras com  dcstaque  para  a  .. Caravcla  Portugucsa ..  c .. Os   to com 79.  Com menos:  Portalegre com  I,  Viana do Castclo c
             Portugueses no  Mano  -  1868/1931).  E.  da Conaição e Silva,   Vila Real com 21' Bragançae Viseu com 4.
             C.E. Correia da Silva (condc dc Paço d'Arcos). A. Melo Macha-  Cidades e vilas. com  mais: Lisboa com  65. Scixal com  44.
             do, Mata e Oliveira, Albano de Oliveira, Demétrio Cina"i, Assis   Loures com  43.  Porto e Vila Nova  de  Gaia com 37 e Barreiro
             Camilo e Augusto Cardoso, ' .·-tenente Joio Rodrigues de Mou-  com 31. Com menos: Aveiro, Portalegre. Bragança e Viseu com
             ra, Z.·-tenente Apeles Espanca, dr. Bernardino A. Gomes (Notá-  zero. Braga. Castelo Branco, Évora, Santarém. Viana doCaste·
             vel médico da Armada. proclamado .. Bencméritoda humanida·   101' Vila Real com I, Guardacom 21' Funchal com 3.
             de ... Fcz algumas dcseobertas sensacionais no campo da química   Qucr isto dizer quc existcm terras neste pais onde mal chega
             e no da botânica - 1768/1823), subtenente Apolónio Piteira, dr.   o cheiro a maresia, que têm na sua toponímia mais nomes de ma-
             Francisco Inácio  Lopes, dr. Manuel J. da Silveira, marinheiro   rinhciros e navegadores que outras à beira mar p/amotla.r!
             Elfsio da Nova, cabo-de-mar Joaquim Bernardo de Sousa Lobo.   Muitas outras notas euriosas se podcm lirardcste inventário.
               (De todos estes ilustrcs elementos da  Armada, muitos dos   Talvez voltemos ao assunto ..
             quais dos nossos  tempos. e alguns ainda vivos.  permitimo-nos
             destacar alguns. o que fizemos cntre parêntcsis).
                                                                                                        M . do Vale.
               Navegadores: Diogo Corte Real,  Álvares Fagundes, Álvaro                                      r/u/m.




             o enfarte do coração




             será em breve dominado





                Todos  nós tememos a  morte -  sai dizer-se que   líquido,  com  o  tempo,  depositam-se  no  interior  do
             tudo fazemos para conservar a  vida. Todavia, no aci-  tubo. Isto corresponde, na hemodinâmica à arterioes-
             ma afirmado, hã um erro clamoroso. Receio, medo da   clerose. Imaginemos ainda que, do tubo normal par-
             morte,  sim,  é  natural.  O  bichinho  mais  desprezivel   tem outros, de menor diâmetro, e  destes muitos ou-
             foge dela,  mas afirmar que porfiamos por conservar   tros de menor calibre, em leque : uma irrigação I Co-
             a  vida, só por troça. Em todo o  caso, é rara a  pessoa   meçamos a  fazer ideia da irrigação cardiaca. Os sais,
             que, ao abordar o  médico, não faça perguntas sobre   se se destacarem do interior do tubo. vão encalhar al-
             este ou aquele aspecto da saude, e a curiosidade mais   gures, longe ou perto conforme o seu volume  (embo-
             frequente diz respeito ao coração.                 lia), fazendo oficio de trombo (trombose). A áQua não
                Surge a  pergunta: «o enfarte cardiaco é  uma feri-  passará na torneira.
             da»? O  médico pensa um pouco no modo mais fácil.     Virados à  hemodinâmica, no caso vertente do ho-
             mais explicativo, e  dispara:  «ferida é, mas muito es-  mem, passa-se fenómeno  idêntico -  não passará o
             peciallll Claro que isto é muito pouco, quase nada diz.   sangue para além do trombo e, obviamente, não pas-
                Mas o clinico, mediante certos rodeios, consegue  sa o  Oxigénio. A  ausência deste determina a  destrui-
             fazer-se entender, o que tentaremos demonstrar.    ção do tecido muscular cardiaco, o esfacelo, a  ferida,
                                                                o enfarte. A ferida faz-se. portanto, no interior da pa-
                                 <><><>                         rede muscular.
                                                                    Ora, o  que há a  faz er para evitar a  bruta acção da
                Dois capitulaS da tisica se assemelham: a hidrodi-  necrose resultante da paragem do sangue no ponto
             nâmica e a hemodinâmica (água e sangue).           trombosado?  Apenas  repouso  absoluto,  corporal  e
                Colocados dentro da tisica, imaginemos um tubo   mental, e  medicações apropriadas. Ê pouco, sem du-
             canalizador da ãgua ao domicilio. Os sais do precioso   vida.
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