Page 125 - Revista da Armada
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lhante derrota sofrida pelo almirante Pessanha no cabo de   Sabedores disso, os almirantes da armada combinada
        S.  Vicente três anos antes, apressou-se a enviar uma ar-  luso-castelhana, reparadas as avarias e tratados os feridos
        mada de socorro sob o comando deste mesmo almirante.   do combate anterior, foram em busca do inimigo, encon-
           O plano dos reis cristãos consistia em reunir em Cádis   trando a segunda armada moura fundeada no rio de Pai-
        uma poderosa armada constituída por esquadras de Cas-  mones, perto de  Algeciras.  Ali  mesmo  a  foram  deman-
        tela, Portugal,  Aragão e  Génova e com ela impedir  aos   dar, ferindo-se nova batalha que terminou , mais uma vez,
        mouros a passagem para a Península. O que aconteceu foi   por uma vitória completa dos cristãos com a morte de dois
        que apenas as esquadras de Portugal e de Castela compa-  almirantes mouros, a captura de vinte e seis galés e a des-
        receram no ponto de reunião na data aprazada. Asesqua-  truição de  numerosos navios de transporte. Para maior
        dras de Aragão e Génova tardaram tanto que quando fi-  satisfação dos vencedores foi  encontrada a  bordo  duma
        nalmente a armada cristã se fez  ao mar já os mouros ti-  das galés capturadas uma enorme quantia em moedas de
        nham transportado para a Península um poderoso exérci-  ouro e prata destinadas ao pagamento dos exércitos mu-
        to. A armada cristã, fa lhada a sua missão principal, limi-  çulmanos.
        tou-se a colaborar na defesa de Tarifa, acabando por ser   Graças a estas vitórias, os cristãos conquistaram defi-
        dispersa porurn violento temporal.                  nitivamente o domínio do estreito de Gibraltar pondo co-
           Nesse mesmo ano ou, mais provavelmente, no ano se-  bro à ameaça duma nova invasão da Península Ibérica em
        guinte, voltaram a reunir-se as armadas de Portugal e de   grande escala.
        Castela com o fim de evitar o envio de reforços de Marro-
        cos para a Península.                                                               Satumil/o Monteiro,
           Encontrando-se as ditas armadas em cruzeiro nas ime-                                       cap.·rn.·g.
        diações  do estreito  de  Gibraltar,  veio  ao seu encontro
        uma armada moura que após um duro combate consegui-
        ram derrotar.
           Entretanto, uma outra armada moura muito mais nu-
                                                                Bibliografia:  . Anna .. s da  Marinha Porlllgueza .. de Ig/racio da  COSIa
        merosa do que a primeira, atravessava o estreito a cober-  Quinte/a .  .,HistÓria  da  Marinha  Porwgllesa».  ediçóo do C/lIbe  Mililar
         to da acção daquela e desembarcava um  importante con-  Na ~a/.  «História da  Marinha de Guerra PortllglleSa_ de J. A.  Rodrigues
         tingente de tropas em Algedras.                    Pereira, edição da Escola Na~a/.


               Terminologia Naval








         •  PROPULSÃO  A SIRGA -     Transmissão  de  movi-  ou braças e dispondo na base de uma cavidade em que
        mento a uma embarcação, obtida através da acção de   se introduz sebo para colher amostras do fundo.
         tracção de um cabo, caminhando em terra.
                                                             •  PUNHO - A parte mais delgada do remo onde o re-
         •  PROTESTO DE MAR - Relatório elaborado pelo ca-   mador exerce o esforço para o  movimentar. Cada um
         pitão  de  um  navio  mercante  relativamente  às  avarias   dos cantos duma vela.
         causadas pelO mar e vento ao próprio navio ou à sua car-
         ga e que é entregue à autoridade marítima do primeiro
         porto onde toque; tal relatório constitui a base de avalia-
         ção das indemnizações a satisfazer pelas companhias                                         i
         deseguros.                                                                                Punho
                                                                                           Fooo
         •  PROTÓFITAS -   Plantas unicelulares, alQumas de-
         las luminosas, que principalmente no Oceano Indico pro-         \
         duzem o fenómeno de «ardência», conhecido por «mar              Pá
         de leite" ou «água branca».
                                                             •  PUNHO DA ESCOTA -     Cada um dos punhos infe-
         •  PRUMAR - Determinar a altura da água e, se neces-  riores de uma vela redonda.
         sário, a natureza do fundo. Em gíria de bordo, vomitar,
         devido ao enjoo.                                   •  PUNHO DO GURUTIL - Cada um dos punhos supe-
                                                            riores de uma vela redonda.
         •  PRUMAR A SOMBRA -     Repetir as braças determi-
         nadas por outro prumador, por inexperiência da tarefa.   •  PUXAR  AOS  (PELOS)  CASTANHOS -  Em  calão
                                                            naval, remar.
         •  PRUMO DE MÃO -     Peça de chumbo em forma de
         tronco de pirâmide, de 2 a 5kg de peso, provida de uma                                     S. Elpídio,
         alça a que se fixa a linha de prumo graduada em metros                                    cap.·m.-g. AN

                                                                                                           15
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