Page 270 - Revista da Armada
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Batalhas e combates da Marinha portuguesa (vI)
CANANOR (Outono de 1500)
CANANOR -1 500
s dificuldades que Vasco da
Gama encontrara em Calccu-
A te convenceram o rei O.Ma-
nuel de que o estabelecimento de re- FUNQEAOOURO DE CANANOR
lações comerciais com as cidades da
'.
cosia do Malabar só seria possível se
fosse apoiado pela força das armas.
Por isso mandou aprestar uma arma- "
da de treze navios e mil e quinhentos , ,
homens que, sob o comando de Pe-
dro Álvares Cabral, partiu para a Ín- ,
diaa9deMarçode 1500(·). ,
Porém, dos treze navios que lar- ;O~
garam de Lisboa., apenas seis conse- ,
guiram alcançar a costa indiana, por- ,
quanto: um deles, por alturas de '. , ,
Cabo Verde, provavelmente por Ta- .. ,
zào de avaria grave, desgarrou-se da , ,
,
armada e {ai forçado a arribar ao pon- , ,
to de partida; outro foi mandado re- '- , , , ,
gressar, após o descobrimento do
Brasil , para trazer a notícia; quatro '-, , ,
perderam-se durante uma terrível \ \ "
tempestade que a armada sofreu ao \ " '. '.
dobrar O cabo da Boa Esperança '. <D \~ ...
(sendo um deles o que era comanda- , \, ''.
,_o
do por Bartolomeu Dias); um outro, G) Pero de Arakle vai ,
em resultado dessa mesma tempesta- fim seguórrIMIlo doi nau ' "
00s fIftIflMlltlS '\, '
de, separou-se dos restantes e andou ® Combale __ as c:W.J ,
errando pela costa oriental da África naus nas pn:»timIdMin ",
do """"""
donde regressou directamente a Por- @ Em Cananor. Pero de Ara/de '\ \\
tugal com perda de muita gente víti- combale com cinco naus.
repele um al~ de pamus ID
ma de doença. , lICBIlI por eapturar a nau \, \
Mesmo assim. a armada que em 00s .flll>lfls '-
Setembro chegou a Calecute era uma \
, ,
força de respeito. Além disso, D. Ma- , ,
nuel enviara um riquíssimo presente ,
para o Samorim, o que levou este, ,. ~ , CALECUTE
embora com certa relutância, a auto- \ ,
rizar os portugueses a instalar uma ,
,
feitoria na cidade e a comprar as es- \
peciarias que quisessem para carre-
gar as suas naus. Não obstante, as di- Cochim que o ofendera, recusando- Dias depois, estando a nau à vista
ficuldades levantadas pelos comer- -se a vender-lhe determinado elefante de Calecute, Pero de Ataíde prepa-
ciantes «mouros» e pelos funcioná- que aquela nau transportava. E pe- rou-se para ir ao seu encontro mas
rios indianos por eles subornados diu-lhe que, como prova de amizade, teve que atrasar a saída de Calecute
eram constantes, pelo que a carga se o desafrontasse tomando a nau e o por ter recebido ordem de Cabral
fazia com muita lentidão o que ener- elefante. para embarcar um ((mouro» que o Sa-
vava sobremaneira os portugueses. Embora receoso de melindrar o morim, a convite seu, havia enviado
Certo dia, o Sarno rim fez saber a rei de Cochirn, Pedro Álvares Cabral para presenciar o combate.
Pedro Álvares Cabral que em breve entendeu que não podia recusar o pe- Daí resultou que a nau de Cochim
iria passar à vista de Calecute uma dido do Sarnorim sem quebra de pres- ganhou grande avanço e Pero de
nau pertencente a um mercador de tígio e deu ordem a Pera de Ataíde Ataíde só a pôde alcançar ao outro
para preparar o seu navio para captu- dia de manhã , já perto de Cananor.
rar aquela nau , dando-lhe como re- Aproximando-se dela, intimou-a a
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çdo fac-similada do . LÍI'l"o Jus ArmadaJ_ pu forço dois fidalgos e sessenta solda- que amainasse. Porém como a nau ia
blicuda no nosso II. ~ /59IDfl. dt84. dos. prevenida, levando a bordo cerca de
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