Page 7 - Revista da Armada
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Fortificações portuguesas no Brasil





               a  Embaixada  do  Brasil  teve  lugar,  recente-  xar-nos a memória do dispositivo de defesa militar do
               mente, uma cerimónia que se revestiu de um   nordeste  brasileiro durante a  presença portuguesa
        N significado especial, atendendo ao facto de ali   naquele território, e ao mesmo tempo dar-nos a opor-
        ter sido feito o lançamento de um precioso livro sobre   tunidade de meditar um pouco sobre este apaixonan-
        as  fortüicações  portuguesas  no  Noroeste do Brasil.   te  assunto,  Efectivamente,  levantar uma  fortaleza,
        Este acontecimento, dado que não podemos esque-     num ponto isolado da costa, com limitados recursos
        cer que, quando as fortalezas passaram a  ser cons'   e dispondo apenas do entusiasmo de um punhada de
        truídas  em  pedra  (nas  primeiras  foi  naturalmente   homens, é façanha que hoje nos espanta e que traduz
        usada a madeira de que aquele país étão pródigo), fo·   a fibra excepcional dos portugueses de outrora,
        ram as  caravelas e  as naus que ao seguirem viagem    Esta obra  é  uma  edição  da  POOL  EDITORIAL,
        transportaram, como lastro indispensável, as pedras   'Recife. Brasil, 1986.
        já talhadas pelos canteiros de Lisboa.
           A obra «A s Fortificações Portuguesas no Nordes-                                A  Estácio dos Reis,
        te do Brasil., que ficamos a dever a José Luiz Mota                                          cap.-m.-g_
        Menezes e  Maria  do Resãria Rosa Rodrigues e  que      ....... _ .. _----
        Maria  Cristina  Prates  prefaciou,  é  o  repositório  de   -~-
        quase centena e  meia  de fortalezas,  fortes , fortins,
        baterias, redutos e  presidias construidos entre 1534       •  .ç
        e  1829.  No Maranhão,  no  Ceará.,  no Rio  Grande do
        Norte,  na  Paraíba,  em  Pernambuco,  em  Fernando
        Noronha, em Alagoas, em Sergipe, na Baía, foram eri ·
        gidas as fortificações em que os portugueses defen-
        deram  palmo a  palmo  a  longa costa dum território
        tantas vezes assediado,
           Muitas das construções não são mais do que refe-
        rências  históricas,  dado  que  delas  nem  sequer  se
        encontram vestígios, por terem sido demolidas pelos
        próprios  portugueses , que não consideravam neces-                            Estflforte estâ localizado
        sária a sua existê ncia ou que já não mereciam repara-                         numa ilha prÓ1<ima
                                                                                       da cidade da Baía.
        ção, Isto quando não foram simplesmente abandona-
        das e as pedras utilizadas para outros fins não milita-  Planta e prospecto da FortalflZfI  do M ar tJdjfjcada dentro no Mar,
        res,                                                tlltlsttldtl dtl terra dois tiros de mosquete. Hé a sua figura c:irclJJar.
                                                            Tem bflteria bfliJctl  com parapeito de canboneiras o da alta era a
           O g rande mérito  dest a  notável publicação é  dei-
                                                            barbfl oomo mostra a  planta,  hoje porem tem canhon eiras feitas
                                                            mun to modernamente oom grflve dispendio da Real Fazenda, por
                                                            se htlver calUdo no erro dfl fazer  tio bflao o carretame qufl todos
                                                            os seus tiros erlo por elflvaçlo fi por isso de nenhum ell eito e para
                                    ortificações            nlo Sfl oonfessar h um  flUO tio crasso fi perjudjcia1issimo. se cahio
                                    ~rtljgueS{ls no         no de engasgar as ptlssas de forma que nlo podem ladear o ptlrciso
                                                                                   4·,
                                                            para ti dJllfcçlo dos tiros .l-,
                                  ~orde~tedo                A   -  Rampapor ondflsflsobeparaoterrapleno,aquaJolha
              o dflstmho da capa fl da   Brasil                   direitopaFa fi cidade,
           fortaleza dflNossa Senhora                       B   -  Corpo da Gualdfl,
            de Monserrate (ou deSAo         XVII t  XVIII   C   -  Ouartelda Guarda,
                  Filipe) consUUid a                        D   -  Ouartel doCflp.·mcomand ,"'da Fort,·,
                 em 1586por ordem                           E   -  Cozinha dtl G ua miç~o,
          de M anuel Te/fls de Barreto.                     F   -  CazaporondedesagOllacistem a,
                Situava-sena ponte                          G   -  Calabouso,
              ocidental da peninsuJa                        HH  -  Cazasdapolvora da Fortaleza e Navios que ali se depozita.
             I tapagigfl, 8 en trada da                     1   -  Caza da paJtlmenta.
            Bala de Todos-os-Santos                         LL  -  Ouarteis para prezoseou tros mais uzosda FortaJeza.
           e, naquela flpoca, monteva                       M   -  Rampa p ,- abflt.- alta de2Iansos.
           tr~scanh(jes. fljil am 1717,                     N   -  Sistema no Centro e leixa deAbobeda na bflt.-a]ta sem ser
                    doze ctlnh6f1s,                               aprovadeOOmbfl.

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