Page 373 - Revista da Armada
P. 373
mergulhadores, em ambiente de sã con-
fraternização e salutar espírito de corpo.
Durante o mês de Outubro esteve paten-
te ao público no museu do café em Campo
Maior uma exposição de material de mer-
gulho que obteve assinalável êxito junto da
comunidade local, nomeadamente as esco-
las, normalmente arredada deste tipo de
actividades.
A afluência à exposição ultrapassou as nos-
sas melhores expectativas cifrando-se o
número de visitantes acima das 1500 pessoas.
HISTORIAL
Ao longo deste último século, várias fo-
ram as transformações ocorridas no seio
desta especialidade a nível orgânico; como Salto de helicóptero com equipamento de mergulho de circuito fechado para operações de sabotagem e reconhecimento.
mais relevantes, salientam-se:
1. Mergulho com escafandro clássico – Refira-se, ainda, que todos os tipos de
• em 1913, a promulgação das “Dispo- equipamento semi-autónomo, vulgo “cabe- equipamentos de mergulho acima descri-
sições relativas ao Serviço dos Mergulha- çudo”. Neste equipamento o ar é fornecido tos são actualmente utilizados pelos
dores da Armada”, primeiro regulamento ao mergulhador a partir da superfície. Mergulhadores da Armada, se bem que
digno desse nome; em modelos mais modernos.
• em 1949, a criação na Direcção do Servi- 2. Mergulho com equipamento autó-
ço de Submersíveis de uma “Secção de nomo. O mergulhador transporta consigo MISSÕES E TAREFAS
Mergulhadores e Salvação” destinada à ins- a reserva de ar numa garrafa metálica.
trução de mergulhadores militares e civis; A actividade dos Mergulhadores pode
• em 1959, a criação de diferentes cate- 3. Mergulho com equipamento de cir- situar-se em dois contextos: tempo de paz
gorias de mergulhadores: Sapadores, nor- cuito fechado utilizando oxigénio puro. e tempo de crise ou conflito.
mais e Vigias; Este é um tipo de equipamento especial-
• em 1964, a criação das unidades de mente concebido para uso militar; o seu Em Tempo de Paz:
Mergulhadores-Sapadores; funcionamento em circuito fechado evita a
• em 1966, a criação da Secção nº1 de libertação de bolhas para a superfície, per- • Execução de vistorias e trabalhos
Mergulhadores-Sapadores, atribuída ao ex- mitindo assim uma maior discrição, ideal subaquáticos nas obras vivas de navios de
-Comando de Defesa Marítima da Guiné; para ataques de sabotagem a navios ou guerra e em infraestruturas portuárias.
• em 1973, a criação dos Destacamentos instalações portuárias. • Coordenação e execução de operações
s
de Mergulhadores-Sapadores nº 1 e 2, e de salvamento marítimo, designadamente
da Escola de Mergulhadores; 4. Mergulho com equipamento de cir- a recuperação de navios ou objectos no
• em 1994, a extinção do Centro de Ins- cuito semi-fechado utilizando misturas fundo do mar.
trução de Minas e Contramedidas com a gasosas de azoto e oxigénio diferentes do • Remoção ou destruição de obstáculos
consequente transferência de respon- ar atmosférico. Este tipo de equipamento naturais ou artificiais que constituam peri-
sabilidades da instrução na área da inacti- destina-se essencialmente ao mergulho gos para a navegação.
vação de engenhos explosivos para a profundo e à guerra de minas. • Colaboração com organismos civis em
Escola de Mergulhadores. diversas situações:
Salienta-se, como factor marcante neste • Protecção Civil;
Num contexto especificamente técnico, historial, na passagem da segunda para a • Combate a actividades ilícitas, nomea-
pode dizer-se, em termos genéricos, que a terceira fase, o advento do conflito militar damente tráfico de estupefacientes.;
história dos Mergulhadores da Armada nas ex-colónias ultramarinas, nomeada- • Estudos científicos: hidrografia e ocea-
acompanhou a evolução científica e tecno- mente na Guiné, que levou ao alargamen- nografia;
lógica na área do mergulho; assim, pode- to do emprego dos mergulhadores a um • Fiscalização de actividades económi-
mos distinguir quatro períodos: âmbito especificamente militar. cas de exploração marítima;
✎
Momento do descerramento da placa comemorativa dos “100 Anos dos Mergulhadores”. Almoço convívio dos Mergulhadores em Campo Maior.
REVISTA DA ARMADA • DEZEMBRO 2000 11