Page 51 - Revista da Armada
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O N.R.P. “Corte Real”
O N.R.P. “Corte Real”
na STANAVFORLANT
na STANAVFORLANT
2ª Parte
O PÓS-ADRIÁTICO integrou a SNFL em meados de
Junho e regressou com a Força
o dia 30 de Junho, a para a Bélgica, onde viria a
Força largou de Palermo desintegrar. Este navio havia
Npara um trânsito de 9 largado da Bélgica em Janeiro
dias em direcção a Zeebrugge, para um longo Tour pela Amé-
na Bélgica. Nesse mesmo dia foi rica, tendo sido destacado para
efectuado o tradicional Sail Past o Adriático quando estava de re-
para a despedida do SNS “Astú- gresso. Foi um navio que tam-
rias” (Marinha espanhola) e ITS bém evidenciou um forte espírito
Perseo (italiano) que desinte- de integração, apesar de ter per-
graram da SNFL, e seguiam para manecido pouco tempo na
os respectivos países. No caso Força. A Marinha belga adquiriu
do navio italiano, a sua inte- recentemente o sonar SQS 510
gração na SNFL foi esporádica, para as suas fragatas, tendo o
cerca de 15 dias, mas bastante Navegação nos fiordes da Noruega. “Wandelaar” enviado o seu ofi-
útil pois permitiu efectuar a li- cial ASW acompanhado por dois
gação entre as forças navais NATO e as autoridades navais italianas, sargentos para a “Corte Real”, durante dois dias, com o objectivo de
como a Guardia Costieri e Guardia di Finanzia, que patrulhavam regu- contactar com este equipamento e recolher informação genérica de
larmente o Adriático em geral, e a costa albanesa em particular. Este operação do sistema e da organização em vigor nos nossos navios. A
tipo de operações destinava-se a conter o fluxo incontrolado de refu- nota tristemente mais significativa deste trânsito, aconteceu no dia 1 de
giados albaneses em fuga devido ao conflito e às condições Julho, de madrugada, quando um sargento espanhol do SNS
degradadas de vida naquela região. Foi, pois, importante a presença de “Andalucia” caiu ao mar e desapareceu. Toda a SNFL esteve envolvi-
unidades da Marinha italiana para desconflituar as operações conduzi- da nas buscas do homem, incluindo meios aéreos orgânicos, tendo
das pela NATO e pelas autoridades italianas no mar Adriático. A fraga- sido empenhado o T-Rex durante cerca de 8 horas, mas sem sucesso.
ta espanhola esteve integrada cerca de dois meses e meio, e apesar de Após o pôr-do-sol do dia 2, a Força suspendeu as buscas e retomou o
não ter sido muito tempo, foi o necessário e suficiente para se estabele- seu trânsito. No dia 3 de Julho, foram canceladas todas as actividades
cerem laços profissionais e pessoais muito fortes. programadas e ao meio dia foi rezada uma missa no SNS “Anda-
No trânsito Palermo-Zeebrugge, foram efectuados diversos exercí- lucia“em memória do infeliz acidentado, com a presença do Como-
cios para adestramento da Força, com a colaboração de meios espa- doro. Todos os navios formaram junto do navio espanhol, estenderam
nhóis, aquando da passagem por águas de Espanha, e de portugueses as respectivas guarnições e respeitaram uns minutos de silêncio du-
(um submarino e um P3P), ao largo da nossa costa. Mais uma vez, à rante o serviço fúnebre.
passagem por águas lusas, o T-Rex efectuou um voo logístico para a No dia 9 de Julho, a SNFL atracou em Zeebrugge na Bélgica, para
Esquadrilha de Helicópteros a fim de recolher correio e sobressalentes, um período mais dilatado de manutenção e descanso das guarnições.
tendo a Esquadrilha de Helicópteros enviado também um outro Este período foi aproveitado por grande parte da guarnição para “voar”
helicóptero com a mesma finalidade. O navio belga BNS “Wandelaar” para Portugal e gozar assim alguns dias de licença.
ESTADIA DA SNFL NA POLÓNIA – PASSEX COM MARINHA
POLACA
No dia 26 de Julho, a Força largou de Zeebrugge em direcção a
Gdynia, na Polónia, tendo sido praticado o canal de Kiel no acesso ao
mar Báltico, ao invés do Skaggerat, ao norte da Dinamarca. Constituiu
uma experiência agradável para os elementos da guarnição que nunca
haviam atravessado o canal, tendo sido testemunhada a sua beleza ao
longo do seu percurso pelo interior da Alemanha. Durante este trânsi-
to, integraram a SNFL os navios alemães FGS “Rheinland-Pfalz” e FGS
“Rhoen”, este último reabastecedor de esquadra que havia estado inte-
grado na Força em Maio último. A Força chegou a Gdynia a 26 de
Julho, tendo esta estadia constituído uma agradável surpresa para
todos, dada a afabilidade demonstrada pelas pessoas, pela beleza do
país e sobretudo pelo empenhamento demonstrado pela Marinha
polaca em receber condignamente pela primeira vez a SNFL. Decor-
Estadia em Copenhaga. reram algumas actividades de intercâmbio entre a Marinha polaca e a ✎
REVISTA DA ARMADA • FEVEREIRO 2000 13