Page 122 - Revista da Armada
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para concentrarem a ligação ao nó central. Está
         previsto um nó de área para o G2EA. Há ainda
         outras redes locais relativamente isoladas, como
         por exemplo a do Instituto Hidrográfico, o Insti-
         tuto Superior Naval de Guerra ou o Hospital da
         Marinha ligadas ao nó central. Os navios ligam-se
         através de acessos comutados da RTM.

           O MMHS, usado pelas Forças Armadas, su-
         porta grande parte das mensagens militares
         que hoje são trocadas na Marinha nas unidades
         em terra, embora existam ainda várias ligações,
         nomeadamente para os navios, que assegura-
         das no formato ACP127. O MMHS é um siste-
         ma baseado no standand X.400 modificado que
         integra funcionalidades exigidas a um sistema
         de mensagens militar, e que não estão disponí-
         veis no sistema que habitualmente usamos na
         Internet, nomeadamente garantia de entrega e
         autenticidade de originadores. Está prevista a
         substituição desta versão por uma nova que irá
         funcionar em rede usando SMTP a correr sobre
         TCP/IP e deverá ser usada pelos três ramos das
         Forças Armadas.
           A Marinha concentra a ligação à Internet   Website da NETWARCOM.
         numa única ligação a 512kbps que passará em
         breve para 2mbps. Este sistema está instalado
         na DITIC-CE que funciona como provedor de acesso à Internet   Recorda-se que a iniciativa IT21, apresentada em 1997 pelo VAlm
         (ISP). Existem ligações em rede a este sistema mas na sua gran-  Cebrowski, surgiu na sequência do conceito “network-centric war-
         de maioria os acessos são comutados através de ligações estabe-  fare” lançado um ano antes pelo General Shalikashvili, então Chefe
         lecidas pela RTM.                                    do Estado-Maior das Forças Armadas Americanas. Basicamente,
                                                              preparava-se uma revolução na forma como se empregam os meios,
         A INTRANET DA DEFESA                                 mais importante do que a plataforma individualmente passou a ser
                                                              a sua ligação em rede. A “Network Centric Warfare” é um concei-
           Não existe uma Intranet da Defesa, tal requisito ainda não foi iden-  to de rede de informação que utiliza recursos avançados de comu-
         tificado, embora seja provável que venha a existir nos próximos tem-  nicação e de computação para interligar os mais diversos meios a
         pos. Esta infra-estrutura, aparentemente de cariz administrativo, é,  um comando operacional. A US Navy desde há meia dúzia de anos
         na perspectiva do autor, um dos melhores veículos para o aumento  que centra nas redes a sua forma de funcionar e está a explorar ao
         da Capacidade de Comando e Controlo das nossas Forças Armadas  máximo esta solução de futuro.
         permitindo a fácil, rápida e segura troca de informação.
                                                              O ESTADO DA ARTE
           A criação desta rede fiável, robusta e segura das Forças Arma-
         das não é fácil já que requer a adopção de uma política de segu-  A adopção de tecnologia civil é o único caminho para o futuro.
         rança comum aos três ramos e ao EMGFA e a resolução de vários  O desenvolvimento de aplicações à medida tem cada vez mais os
         problemas técnicos relacionados nomeadamente o endereçamento  seus dias contados devido ao enorme custo de desenvolvimento
         IP usado pelos ramos. Como as redes nasceram isoladamente fo-  e manutenção.
         ram adoptados esquemas de endereçamento IP semelhantes que
         será necessário desconflitualizar. Outra dificuldade diz respeito à   Inventada na década de 70, a Ethernet é hoje a mais bem suce-
         utilização da rede, enquanto na Força Aérea é possível aceder à  dida tecnologia de rede local. No início funcionava em cabos coa-
         Internet a partir da rede interna, na Marinha foi criada uma infra-  xiais, depois passou para os cabos de cobre tipo UTP e agora do-
         -estrutura paralela para esse efeito. Esta diferença tem exclusiva-  mina também as fibras ópticas e as redes sem fios.
         mente a ver com a adopção de diferentes políticas de segurança
         informática nas redes.                                O TCP/IP é sem dúvidas o senhor absoluto quer das redes locais
                                                              quer das redes alargadas. São cada vez mais os exemplos de con-
         A US NAVY EM REDE                                    vergência de voz e dados sobre a mesma infra-estrutura. As novas
                                                              redes locais são estruturadas e permitem a ligação de computado-
           A Marinha  Americana criou em Julho de 2002 uma nova  res ou telefones mediantes a simples configuração no bastidor. O
         unidade na estrutura da Marinha, a NETWARCOM (http://  telefone IP, ou seja os telefones directamente ligados aos equipa-
         www.netwarcom.navy.mil) que passa a ser a autoridade operacio-  mentos de rede serão cada vez mais a opção de futuro e provavel-
         nal central para o espaço, requisitos de tecnologias de informação,  mente irão ditar o fim das centrais telefónicas.
         redes e operações de informação em suporte de forças navais no mar
         e em terra. Esta nova unidade surge na sequência da iniciativa IT21   Aplicações específicas como o MMHS irão usar os protocolos
         (Information Technology for the 21st century) e da criação da Intranet  TCP/IP para prestarem um serviço de mensagens seguro. A próxi-
         dos Marines (Navy Marine Corps Intranet (NMCI)), em 2000, e visa   ma versão do MMHS abandonará o X.400 para implementar SMTP,
         implementar uma política operacional para as tecnologias de infor-  que é o protocolo nativo do TCP/IP para o envio e recepção de
         mação, harmonizar requisitos, melhorar a coordenação do suporte  mensagens. Haverá sim necessidade de programar mecanismos
         técnico, aumentar a segurança da rede e gerir os recursos financeiros  que garantam a confiança das comunicações que actualmente existe
         que suportam a operação das várias redes que existem.   no MMHS, mas não existe no correio electrónico Internet.

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